Dr. Dimitri Boskonovitch Seg Nov 23, 2015 4:26 pm
Não pareceu compreender o porque do rubor da garota; afinal, suas intenções não foram maliciosas; queria realmente protegê-la, embora ja tivesse demonstrado anteriormente suas capacidades. Teria ela imaginado que, de alguma forma, tentara se aproveitar da situação? Que....constrangedor! Mas, olhando suas feições e formas, não podia deixar de imaginá-la novamente ali, contra seu proprio corpo, abraçada. Ruborizou discretamente, cerrando os olhos e dando uma pequena tosse seca, procurando dissimular a vergonha momentanea.
E de fato, parecia haver alguns danos internos, cronicos. Haviam algumas microfraturas no corpo, como joelho, calcaneo, tibia, fibula - provavelmente do impacto ao cair no chão, de saltar para matar o demonio....ainda que tivesse uma entidade dentro de si, seu corpo ainda era humano, e nao sabia magias para atenuar a queda, impacto, ou coisas do tipo. Apenas não demonstrava as dores que estava sentindo, o preço que estava pagando por ter aquilo dentro de si. E ficava observando a magia, aqueles seres se deslocando dentro de si, causando aquele alivio...sua cabeça que latejava tanto parecia mais leve; as pulsações roxas em seus olhos pareciam se acalmar. Piscou algumas vezes, parecendo perplexo com tudo aquilo.
-De fato não és uma bruxa. Pareceis agora tal qual uma formosa fada, a reluzir o encanto de auroras boreais em tua fronte! - o rapaz dizia, com a mesma expressão séria, mas um olhar ligeiramente abobado, pueril, o qual logo desviou, ligeiramente envergonhado.
-Obrigado por me ajudar....mesmo que eu não precisasse. - ele dizia ainda sério, mas era possível notar no discretissimo sorriso que estava brincando, imitando a garota. Tinha a personalidade naturalmente séria e quase inexpressiva, mas pouco a pouco Nova veria as sutilezas de cada gesto dele. Tomou-lhe a mão, baixando levemente a cabeça, dando um singelo beijo no dorso de sua mão, num sinal sincero de agradecimento. Em sua época eram gestos comuns, de cavalheirismo; nos tempos atuais, seriam facilmente vistos como gestos de um romantico muito educado.
Logo observou ao redor; haviam algumas trepadeiras subindo pelas paredes daquela torre subterrânea. As janelas haviam sido completamente tomadas por uma vegetação. Talvez tudo aquilo fosse efeito de ter deixado a cidade entregue à natureza por tanto tempo? ali no fundo daquela torre, havia um corredor cujas janelas também eram tomadas pela natureza. O corredor parecia ter sido um dia escondido por trás das pedras da torre, como uma espécie de sala secreta, mas rochas ali no chão cortadas nos mais variados ângulos demonstravam que algo recente as havia retirado do caminho, e revelado aquela sala. O rapaz apontou para frente.
-É ali. Onde despertei...
De onde estavam, Nova poderia ver um salão no meio no fim do corredor. Luz parecia vir de cima, iluminando uma espécie de sarcófago, uma tumba, ou algo do tipo de pedra, e várias inscrições nas paredes. Mas precisaria ver de perto para averiguar melhor; muitas plantas e folhas cobriam a grande maioria dos objetos e paredes dali.