Mas não mais quente que o calor que o queimava por dentro, fazia-lhe o sangue correr mais rápido, direcionado ao membro que pulsava inquieto dentro do traje, revolto em nao ter o que queria. A imagem daquele liquido descendo pela parte interna das coxas da ruiva, o gemido...imaginava-se lambendo com a ponta da lingua aquele liquido, subindo com a lingua por ela, em direção à fonte que originara aquela gota, e sorver com desejo o que se encontrava ali, chamando por ele...poderia também fazer o mesmo com as gotas que delineavam-lhe o busto, descendo pelo top, em curvas esculturais e macias que almejava beijar sem parar e...estava ficando louco! Talvez fosse a desidratação fazendo seu corpo pedir por agua? mas não era...sua boca ainda estava umida, praticamente salivava por aquele néctar que quase lhe deixara em frenezi.
Respirou fundo; não podia pensar nisso agora. Tinha que se concentrar em salvar sua alma, tirá-la dali. Mas tinha a sensação que...ainda que fosse obrigado a viver para sempre naquele inferno, o faria de bom grado se estivesse ao lado dela, sendo ela uma humana ou succubus. Mas prometera traze-la de volta, e honraria sua palavra. Quem sabe nao sobraria algum tempo livre para eles...Chega! Nao era o momento pra pensar nisso!
Segurou a mão da demonesa, e respirando pesadamente, seguia na direção da vila. Ao lado dela, uma grande estrutura com várias formas fantasmais pareciam se reunir, mudas. O vulto azul enorme que lhes atravessara parecia pousar naquela direção, mas um pouco afastado. Ao longe, Ambos poderiam ver alguns demonios trajados como guardas, portando escudos e espadas variadas. Estavam ao lado de enormes vultos azulados, e uma enorme coleira de aço negro parecia flutuar em seus pescoços. Talvez fosse uma espécie de prisão?Era dificil diferenciar os vultos azuis...Ali onde estavam, porem, parecia ser uma espécie de vilarejo comercial; cada casa parecia ter em sua frente uma barraca ou tenda, vendendo de tudo praticamente: desde alimentos, animais, outros demonios, almas em jarras, escravos...mas nada tão chamativo quanto aquelas coleiras enormes flutuando do outro lado da vila. Poderiam ver também que a vila onde estavam oferecia um acesso quase direto à gigantesca torre, que vista de perto sequer era possivel ver que se tratava de uma estrutura circunferencial. O longo corredor azulado, cheio de coleiras flutuantes e guardas pareciam quase um tapete convidativo àquela torre sem qualquer janela.
-Essa torre....deve ser a Casa sem Janelas. Precisamos descobrir um jeito de entrar nela, mas não acho que será tão facil...tem muitos guardas rondando aquela parte azul. Tem alguma idéia?
O raposo perguntava, olhando-a. Nao conseguia pensar em nada no momento, mas dificilmente uma abordagem individual a cada guarda daria certo; ou precisavam de uma distração, ou de um disfarce para entrar lá. Precisavam na verdade de informações, ou um álibi quem sabe. Olhou curioso para as vendas ao redor, e notou que haviam algumas coleiras menores sendo vendidas ali, semelhante àquelas enormes que flutuavam ao longe.
-E...você está se sentindo bem?Talvez tenham se passado umas duas horas neste corpo. Sente algo de diferente, alguma dor...?
Ele perguntava, o olhar claramente preocupado, zeloso. Apesar da atração que olha-la lhe causasse, lembrava-se de que ela deveria querer voltar logo ao seu corpo real, na Terra. E nao fazia ideia se aquela transformação gradual tinha efeitos colaterais, dores, ou sensações ruins...