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O que aconteceu após o golpe militar de 17 anos atrás...


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Artemia
Jasor Messast
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    Interior da Floresta

    Tetsuya Kitsune
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Dom Set 11, 2016 11:48 am

    Talvez por instinto, o rapaz fechou os olhos com força, no instante em que viu Artemia – ou o que havia sobrado dela – se erguer em sua direção, um ódio praticamente tangível. Sentiu o impacto contra o corpo, deixando a nodachi cair ao chão, que rolou alguns centímetros para o lado, girando em torno da empunhadura. Curiosamente, a lamina foi apagando as chamas esverdeadas onde tocava, como se pudesse devorar até mesmo aquele fogo tão corrupto. O rapaz retornou a abrir os olhos quando sentiu o corpo ser erguido do chão, a traquéia sendo pressionada pelo antebraço da ruiva.

    Ao invés de medo, como o anjo, mostrava uma resoluta teimosia, e uma rabugentisse unica. Se era bravura, tendência suicida ou simples inconsequência, Fuyu que observava tudo apavorado provavelmente desconfiava ser a última. Para seu alívio, Axle fora rápido o bastante para que não deixasse o raposo-filho ser estrangulado. Após tossir um pouco e se recompor, Tetsuya foi novamente encurtando a distancia entre ele e ela, dificultando novamente a tentativa do reploid em apartar a briga. Parecia avidamente procura-la denovo, se arriscando mais uma vez!

    -...Ele deixou de ser a partir do momento em que começou a perder a batalha. E você começou a perder a batalha no instante em que começou a perder a si mesma.

    Dizia em tom de sermão, estendendo o dedo indicador na direção de seu rosto, fitando-a nos olhos. E foi num breve desviar do olhar, para baixo, que seu rosto foi bruscamente adquirindo outra feição, enrubescendo-se. Desviou o olhar para o lado, notando as feições de Jasor, e novamente irritando-se mais uma vez.Ciume? Seu pavio nunca fora muito grande, afinal...

    -...E-e vista-se de uma vez! O barman idiota não para de te olhar, idiota!
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    Mensagem  Artemia Seg Set 12, 2016 5:29 pm

    Quando Axle segurou Artemia e a puxou para longe de Tetsuya, a ruiva esbravejou enquanto tentava bater na armadura metálica do reploid. Apesar de cerrar os dentes e gritar palavrões, a raiva que a movia já começava a se dissipar dentro de seu coração. Ela viu a aproximação de Tetsuya como uma audácia e, por isso, ainda sentia que precisava manter a postura enraivecida de antes, embora já não estivesse com a mesma intensidade. Porém, o que a deixou confusa foi a série de afirmações tanto do raposo, como do próprio reploid acerca de si mesma. Não entendeu o que queriam dizer com “se perder de si mesma” e “se esquecer quem é”. Obviamente, estava tudo sobre controle! Ela tinha o anjo bem ali, nas suas mãos!

    Contudo, a ruiva parou para pensar. Talvez Tetsuya quisesse ele mesmo aniquilar o anjo que tanto fez mal durante a sua infância. Pensando por esse lado, Artemia realmente não tinha o direito de tortura-lo daquela forma: a presa era do vulpino, não dela. Com essa ideia fixa na cabeça, a ruiva se acalmou em questão de segundos, respirando fundo e dando um passo na direção de Tetsuya.

    - Eu não sei do que você está falando, seu raposo tarado! Não tem como eu me esquecer quem sou, mas que raio de pergunta foi essa, Axle?!

    Ela claramente não acompanhou de forma consciente sua transformação em outro ser bizarro, o que dificulta ainda mais o entendimento do acontecido. Artemia estava confusa, franzindo o cenho, procurando nos rostos de todos as respostas de perguntas que eles mesmos fizeram a ela. E então, finalmente notou o olhar admirado de Jasor, o leve rubor de Tetsuya e a impassividade de sempre de Axle.

    - Me vestir? Como...

    Olhando para baixo, Artemia nada viu além de seu corpo voluptuoso e completamente desnudo. Por um instante, a ruiva teve uma automática reação da época em que ainda era humana, arregalando os olhos e tampando os seios com os braços. Apenas após alguns segundos ela pôde reparar que seu corpo já não mais a causava embaraço, muito pelo contrário: os olhares de todos na sala a deixavam com uma sensação de prazer imediato, como se as reações tanto de Jasor, como de Tetsuya, a satisfizessem de forma excitante.

    Artemia tomou seu tempo para apagar as chamas verdes que ainda chamuscavam no chão, estalando os dedos. Estranhamente, se sentia viva, sem dor, ao contrário de antes.

    - Quem tem que parar de me olhar é você, Tetsuya. O Jasor pode me olhar o quanto ele quiser... – disse ela, piscando um olho para o barman, enquanto sorria maliciosamente. Muito daquilo era para irritar Tetsuya, afinal de contas, seu coração batia velozmente no peito apenas por estar próxima a ele. Lutando contra qualquer sentimento em relação a Tetsuya, ela certamente não daria o braço a torcer tão facilmente.

    Atrás de Fuyu, uma luz fraca surgia e pulsava diante da ruiva. Era Poppy, e Artemia soube imediatamente o que fazer: com o movimento de uma mão, a luz pulsou mais uma vez e desapareceu. Antes que fizessem perguntas, ela disse:

    - Poppy perdeu muita energia. Eu e ele possuímos uma ligação mágica que faz com que tudo que me afeta, afete ele também. Por isso, coloquei ele para descansar.

    E então, finalmente a ruiva estalou os dedos e novas roupas apareceram em seu corpo: uma calça de látex preta e justa acentuou ainda mais suas curvas, um bustier preto e vinho servia como um corpete sensual em seu torso, deixando os seios ainda mais volumosos. Era como se a parte angelical da ruiva não mais existisse, embora ela conseguisse sentir algo diferente dentro de si. O que quer que tenha acontecido entre ela e aquele anjo no círculo de fogo verde, ela certamente havia encontrado uma forma de temporariamente não ser mais afetada pela torturante aura angelical.

    - Quanto a você, seu insolente afobado... – disse ela, caminhando perigosamente na direção de Tetsuya, apontando um dedo e cutucando-o no ombro - ... já que me fez perder a única fonte de informação possível neste buraco, então me explica como é que eu vou desfazer essa droga angelical que aquele desgraçado colocou em mim.

    Ela mais uma vez o cutucou com a ponta do dedo, parando a cerca de um centímetro de distância, encarando-o profundamente nos olhos. Apesar de ter adotado a nova faceta autoconfiante e determinada, Artemia não conseguia manter-se firme no olhar severo devido às lembranças de seu tempo ao lado de Tetsuya que passeavam em sua mente. Levemente embaraçada pela proximidade e pelo simples contato com a ponta do dedo, a ruiva desviou o olhar para Axle.

    - O que eu vou fazer? Não sei até quando vai durar essa melhora de agora. E se o que o anjo falou for verdade sobre essa guerra... – Artemia suspirou.– Acho que não é mais um problema só meu, e sim de todos.
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    Mensagem  Axle The Red Seg Set 12, 2016 8:22 pm

    Como era possivel que os dois ainda agissem como duas crianças depois de tudo o que tinha acontecido ! Artemia batia em sua armadura em um esforço vazio, gritando e esperneando, mas ainda em sua forma normal. Não estava mais transtornada ao ponto de segundos atrás. Ignorando o claro esforço de Axle em separar a briga, Tetsuya vinha novamente na direção da ruiva, provocando-a e apontando dedos ! Mas surpreendentemente, ela parecia ter se acalmado, e por isso o reploid a soltou, mesmo sob o risco de um novo ataque de raiva.

    - Estou falando de sua raiva violenta, seu desejo por morte, sua forma demoniaca....hmmmm

    Os olhos atentos semiserraram-se

    - Você não lembra no que se transformou ?

    A brusca mudança de feição em Tetsuya chamou-lhe a atenção, o que fez notar seu rosto avermelhado em vergonha. Seu bravejar contra Jasor fez observar o barman tambem. Não havia enrubescer, pelo menos não de vergonha, mas estava boquiaberto. Ao retornar o olhar para Artemia foi que percebeu o que acontecia. Conseguia ver as costas dela, as pernas, a bunda, todas sem nenhuma peça de roupa para cobrir. Estava nua.

    - E la vamos nós denovo...

    Axle rolou os olhos para o lado. Não se importava com a nudez dela, mas sabia a confusão que ia se instaurar entre os outros dois jovens. Pensou por um momento em ir buscar-lhe roupas, ou ela mesmo ir para o quarto, mas lembrou que ela podia conjurar roupas, como fez no retorno do inferno.

    Em um instante ela tambem sentiu vergonha, e em outro não mais. O lado succubus se sobrepos e ela não fez questão de se apressar para vestir algo novamente. E quando o fez, eram suas tradicionais roupas reveladoras. Viu Poppy sumir e desaparecer, e então o motivo de ter sumido no meio da confusão. E então a questão de Artemia. Axle pensou um pouco, tocando o queixo, para então falar

    - Teoricamente o Armageddon é um preocupação global de qualquer maneira, pelo menos para os que possuem alma e os seres misticos. A vantagem que temos é que sabemos que isto esta acontecendo agora, e que os anjos estão desesperados. Roubaram as experiencias de Fuyu, e agora estão usando-as para virar a maré a seu favor.


    Moveu a cabeça na direção de Fuyu

    - Você foi uma vitima do desespero deles Artemia, mas o anjo que nos revelou isso não parecia ser um cientista, apenas usava a tecnologia. Provavelmente nunca conseguiria replicar por si mesmo, muito menos entender completamente o efeito da flecha. Porque quem desenvolveu isso foi Fuyu, e ele esta do nosso lado. Hmmm...isso é ironicamente similar a historia dos reploids...


    Tomou um momento para voltar a linha de raciocinio e então continuou

    - Você disse que não sabia mais por não ter sua alma completa, não é isso Fuyu ? Neste caso, se encontrassemos mais um fragmento, você recuperaria muitas informações esquecidas. Tem alguma ideia de onde estaria um desses fragmentos ?
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    Mensagem  Jasor Messast Seg Set 12, 2016 8:54 pm

    Pouco ouvia da briga que estava rolando. Os sons pareciam abafados, distantes. Tudo o que conseguia prestar atenção era na forma como os quadris de Artemia se moviam ao andar, no balançar de seus seios quando se debatia, nas curvas ininterruptas que formava sua panturrilha, suas coxas branquinhas e torneadas e o que vinha mais acima. Tetsuya então olhou para ele e repetia: idiota, idiota....do que é que ela tava falando ?

    Então ela mesma percebeu com estava e se cobriu envergonhada ! Maldita raposa reclamona, estragou a visão ! Não...não dessa vez. Artemia parou, seu constrangimento evaporado, e disse que ele podia olha-la. As sombrancelhas de Jasor subiram tanto que quase saltaram da testa para bater no teto. Nem mesmo conseguiu responder ao gracejo quando ela piscou para ele.

    Foi so quando as roupas dela voltaram que o loiro pode finalmente piscar depois de tanto tempo. Agora ela conseguia fazer aquilo quando quissesse, bastava um estalar de dedos que roupas surgiam do jeito que ela quisesse. Tocou em sua propria jaqueta, ainda sem acreditar. Aquilo era de verdade ? Esfregava os dedos no couro preto tentando se certificar que era real, e não apenas uma magica que sumiria a meia noite junto com as aboboras.

    Axle falava algo sofre o apocalipse e o desespero dos anjos, e em como a memoria do fantasma podia voltar com mais fragmentos. Ainda estava tentando entender toda aquela maluquice, mas cada vez mais se sentia mais perdido. A unica coisa que martelava na sua cabeça e que entendia era que seu pai poderia estar por perto, mas não tinha esperanças. Sempre que alguem falava "muito tempo", era sinal que com 99% de certeza que não haveria ninguem. Ainda assim, ele precisava ter certeza. Foi ai que teve a ideia

    - Você, er, Fuyu...você falou que meu pai estava metido nessa coisa da experiencia não é. Será que ele não tem algum desses....fragmentos ai ?
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Ter Set 13, 2016 8:50 am

    -Eu sou tarado? E quem é que está andando por aí pelada mostrando esses....e-essas....”isso tudo”!? – ele dizia, visivelmente constrangindo, tentando delinear com as mãos ao explicar. Nem ao menos sabia o que na verdade apontar; o corpo da ruiva era praticamente uma arma contra qualquer coisa com um cromossomo Y. Mas o constrangimento novamente dava vazão à rabugenta raiva.

    -O que!? E ainda me culpa!? Deveria estar me agradecendo por ter feito isso, sua ingrata! – retrucava, furioso. As 5 caudas expostas desta vez agitavam-se raivosas, os pelos eriçados, não muito diferente de um gato ou algum outro animal. Não que a garota precisasse observá-las para saber seu humor, o mestiço deixava bem claro e sem qualquer sutileza, ao contrário do pai, que observava tudo suspirando, com a mão sobre a testa, gesticulando negativamente com a cabeça.

    -E como é que eu vou saber? Eu já nasci assim, e isso daí não é o tipo de coisa que vem com um manual explicando como voltar a ser normal! E ainda assim levei anos para manter a aura demoníaca 100% controlada, mas tenho certeza que não vai ser virando um Ent Blackpower que vai resolver isso! Mas tenho certeza que o primeiro passo seria deixar de ser tão irritante assim! Grumpf...

    Resmungando, com uma veia saltando à testa, o raposo foi marchando para fora da casa, e voltaria a se encostar na parede da cabana, do lado de fora, na neve, literalmente para “esfriar a cabeça”. Por sorte, o rosto vermelho de raiva escondera facilmente o rubor da aproximação nua da ruiva. Sentiu o corpo estremecer ao lembrar-se novamente dos detalhes e curvas de Artemia.

    Fuyu respirou fundo, quando os ânimos abaixaram. Apenas riu levemente, notando a postura de Jasor, e comentou brevemente:

    -Você enfartaria se fosse à Casa de Carmilla. É uma mansão no inferno governada por uma succubus, onde viver os seres mais devassos e pervertidos...inclui uma variedade de succubus, yuki-onnas, nekomatas, lâmias e...

    Interrompeu, quando Axle se dirigiu a ele. Pigarreou brevemente, adquirindo um tom mais sério.

    -Na verdade, desconfio que o conflito entre anjos e demônios seja apenas uma parte do caos que vemos...acho que se trata apenas de uma guerra, entre muitas sendo travadas no momento. Acredito que há muita coisa acontecendo também entre vampiros, lobisomens, reploids, humanos e mesmo outras criaturas menos conhecidas...

    -E, bem, de certa forma o sr. Está certo, traçando um paralelo talvez eu seria algo como um “Dr. Thomas Light”....

    Uma cauda de Fuyu atravessou o próprio corpo etéreo, na direção da cabeça, fazendo uma espécie de “barba” brotar em seu rosto, numa explícita referencia ao cientista. A forma etérea parecia até mesmo um pouco com os hologramas do tal cientista, e Fuyu não pode deixar de brincar com isso. Pela convivência com os MHs, provavelmente conhecia bastante a respeito da raça.

    - Exato, sr. Axle. Com mais fragmentos de minha alma, poderia ter uma idéia melhor do que está acontecendo, conseguir fazer uma engenharia reversa à essa flecha e talvez alguma pista de como reverter algum estrago de tudo o que foi feito. Infelizmente, eu não faço ideia, mas provavelmente pessoas que poderia usá-las de alguma forma. Afinal, meu primeiro fragmento estava sendo usado por um Doppelganger, o segundo usado dentro de meu grimório para alimentar Belphegor...

    E interrompeu, quando Jasor falou-lhe. Piscou algumas vezes, levando a mao à barba-cauda fictícia.

    -Hmm...de fato, pelo fato de ser um mago proeminente, é possível que seu pai tenha um fragmento. Na verdade até torço para que ele tenha; prefiro isto a algum outro demônio usar para fins macabros...Mas como disse, a única coisa da qual me recordo é que ele estava trabalhando numa catedral em UOLCity. Inclusive havia descoberto no mesmo local uma espécie de laboratório de reploids....a catedral parecia ser uma espécie de fachada para muita coisa, na verdade. Mas não faço idéia de onde ela fique...e há várias catedrais, algumas perigosamente centrais na cidade...-suspirou.
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    Mensagem  Artemia Ter Set 13, 2016 10:58 am

    Tetsuya continuava esbravejando sua rabugentisse como sempre. Apesar de ele apontar dedos e se desesperar com as acusações da ruiva, no fundo ela sabia que o incomodava com seu corpo atraente. E aquilo a agradava mais do que o normal – afinal, ainda que Tetsuya não a amasse, ela faria de tudo para atingi-lo e deixa-lo tão desconcertado quanto ela fica na presença dele. Se ela não o teria, então que ele ao menos sofresse algo com isso: um pensamento egoísta, digno de sua versão demoníaca.

    - Ingrata, eu?! Quem foi que te tirou daquele cristal e depois salvou sua vida? Você sabe que está me devendo, então pode começar a me ensinar a controlar essas auras diferentes dentro de mim! Egoísta, idiota, teimoso... – resmungou ela, pousando uma mão na testa para conter os sentimentos misturados entre raiva e excitação que surgiam em seu coração. Apesar de ter a ideia de constrange-lo sempre que possível, não conseguia conter a frustração de vê-lo sendo tão burro, teimoso, insolente...!

    Artemia respirou fundo, dando as costas a Tetsuya. Agora vestida, percebia o olhar de Jasor mudar de foco, voltando ao seu estado normal. Uma pena, ela pensou.

    Assim que Tetsuya saiu da casa, a ruiva pôde finalmente respirar. Não sabia como iria manter aquela pose de durona por muito tempo, então era realmente bom que ele se distanciasse um pouco.

    E então, ouviu o comentário de Fuyu a respeito da tal casa da Succubus no inferno. Artemia pensou a respeito por um momento, imaginando como seria viver em um local com outros seres como ela, com os mesmos desejos e anseios.

    - Se tudo der errado em minha vida, eu certamente irei procurar asilo nesta tal mansão... – divagou ela, mais falando para si mesma do que para o espectro e Jasor.

    Axle não fazia muito sentido para ela, no entanto. Era completamente louvável a raiva e frustração que ela sentia em relação àquele anjo! Afinal, foi sua raça angelical que a colocou nesse problema de agora. E por que ele tanto falava de transformação? O que aconteceu, afinal?

    - Axle! Como você, mais que qualquer um aqui, pode me julgar? Você sabe que aquele anjo merecia muito mais do que uma tortura infernal! – Artemia exclamou, frustrada. Certamente, estava irreversível em relação ao acontecido. Porém, ouviu os comentários do reploid e os complementos de Fuyu acerca de seus fragmentos perdidos. Valia a pena procurar por eles, uma vez que contivessem as respostas para os problemas atuais da grande guerra.

    Porém, onde procurar? Fuyu mencionou a hipótese de estarem na posse de pessoas poderosas, ou seja, existe a possibilidade de grandes problemas virem por aí. O raposo espectral também comentou sobre um suposto pai de Jasor – esta parte da conversa, ela não sabia nada sobre.

    - Então você tem um pai por aí? Acho que valeria a pena investigar isso a fundo. Fuyu, você mencionou as catedrais. Eu e Axle passamos por uma catedral na parte subterrânea do centro da cidade. E eu me lembro de ter visto um círculo mágico intenso por lá, e até mesmo um portal que nos transferiu para a moradia do Dark. – Artemia ia dizendo, coçando o queixo e franzindo o cenho, as lembranças de dias tão distantes surgindo em sua mente. – Talvez possamos voltar, pois existe uma grande possibilidade de um dos fragmentos estar imerso naquela quantidade de magia que tem por lá.

    A ruiva sentou-se na beirada da janela quebrada, justamente acima de Tetsuya, sentado ao lado de fora da casa; ela não notou a presença do raposo ali, logo abaixo da janela.

    - Talvez possamos nos separar para investigar melhor. Eu tenho ainda meu comunicador dos MH, Axle tem o dele.
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    Mensagem  Axle The Red Sex Set 16, 2016 10:39 am

    Acompanhava apenas com os olhos os resmungos irritados que na verdade escondiam o sentimento de Tetsuya por Artemia. Não entendia porque ele provocava e chingava ao inves de falar diretamente, e muito menos porque os dois tinham se separado. Obviamente pelo olhar de ambos ainda existia alguma coisa. Mas isso eles tinham que resolver, fosse alguma besteira ou algo serio.

    Voltou a atenção agora ao pai

    - Aqui na terra o que existe, pelo que se pode ver, é apenas um caos generalizado. Talvez raças antagonicas estejam aproveitando o momento para eliminar seus oponentes, como vampiros e lobisomens. Os humanos estão sendo usados de todos os lados, e embora um ou outro ser especial consiga se defender, a maioria esta fragil e sem recursos. Demonios e reploids são aproveitadores e ampliam sua influencia. A unica verdadeira guerra que poderia acontecer é a longa e prometida que o anjo relatou. O classico "Armageddon", que..........uhm ?

    Testemunhou, para grande decepção, a tentativa de disfarce de Fuyu. Passou a mão no rosto, envergonhado com uma piada tão infame

    - Então...estão usando esses fragmentos como combustivel para alguma coisa. Qual foi o motivo do seu...espirito...ter se fragmentado ? Consegue se recordar ?

    Quando falou a Jasor sobre o tal mago, que aparentemente era pai do barman, recordou-se da sua viagem involuntaria para um tipo de igreja

    - Hmmm, eu estive em um lugar semelhante quando fui arremessado pelo vampiro pelos ares. Era uma construção de fins religiosos, mas que possuia uma entrada secreta para um laboratorio que estudavam um reploid...eu...é desta que esta falando Fuyu, a mesma do pai de Jasor ? ou existem mais desses laboratorios disfarçados de centros religiosos ?

    A pergunta de Artemia lhe causou uma duvida pertubada. Ela realmente não estava consciente do que estava fazendo ?

    - Mais do que qualquer um, e por isso posso dizer com mais certeza. A verdadeira questão não é eliminar uma criatura culpada, você fez isso com o doppelganger. O anjo merecia uma punição pelos longo tempo de provocações a Tetsuya, e para isso era justo que ele os punisse. O anjo merecia uma punição por lhe usar como uma experiencia perigosa sem a menor consciencia do seu ato. Se qualquer um aqui o eliminasse em meio ao combate, não haveria nenhum problema.

    Fez uma pausa, olhando-a com a lembrança estampada na unica coisa expressiva de seu rosto: os olhos

    - O real problema é que você nunca foi assim. Cruel, vingativa, sem remorso. Artemia não faria essa promessa de tortura, de agonia eterna, mesmo com uma criatura tão desprezivel. Você voltou do inferno como uma succubus, e ainda era você mesma. Na coisa que você se transformou aqui, violenta, grunhindo e atacando ate Tetsuya, isso não é você...

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    Mensagem  Jasor Messast Sex Set 16, 2016 1:30 pm

    Jasor era mais uma pobre vitima daquela arma de sedução indiscriminada. Mas ao inves de rabugisse, ele babava sem perceber, imaginando as cenas mais improprias com ela. Agora com roupas ele podia se concentrar em qualquer outra coisa.

    - Hmmm ? Casa de Carmilla ? Seres mais devassos e pervertidos...isso tem cara de prostibulo ! Tem ate nome de um ! Não sou eu que enfartaria não, olha ali pro seu filho...

    Apontava discretamente, sem perder a chance de sacanea-lo

    - E não sei se la teria alguma ocupante mais sensual que a Artemia...

    Disse o elogio com certa vergonha e retração, pois ainda achava que ela repudiaria qualquer coisa vinda dele, de modo romantico. Ela lhe dera roupas novas, é verdade, mas antes disso tinha empurrado-o para a fogueira para não ficar perto dele. Espiou-a de canto, sem saber com ela reagiria. Mas sabia como Tetsuya reagiria, isso sim, e para isso não estava nem ai. O desgraçado quase tinha arrancado o nariz deve fora !

    Não estava por dentro de nada daquele papo de guerra, exceto o que ele tinha ouvido ali e nas ruas. A cidade não tinha governo, não tinha liderança, era cada um por si. Todos se aproveitavam para tirar vantagem. Para as pessoas, já tinha acontecido o apocalipse. Mas de acordo com o anjo, o ceu e o inferno ainda estavam se preparando para isso. Pelo menos quando o fim do mundo chegasse de verdade, todo mundo da cidade ja estaria acostumado. O que não fazia a menor ideia era o tal Dr. Light. Talvez tivesse uma barba branca, devido a imitação do fantasma. Um fantasma brincalhão, achou que isso so veria em filmes.

    - Precisamos então de um mapa da cidade dos ultimos tempos...ei barbudo, o que o Axle falou, será que é la mesmo ? Hein ? Vamos para lá então, é uma boa chance !

    Falou então com a Artemia. O tom não era dos mais alegres

    - Sim, eu tenho ! Mas...ele teve que ir embora quando eu era criança. Ele deixou coisas para mim, mas disse que era perigoso pra mim e pra ele se ficasse...

    Então a viu subir na janela

    - Contanto que você não vá sozinha. Desde que te encontrei você quase morreu mais vezes do que as vidas de um gato

    Sorriu em uma especie de comi-tragico. Era engraçado a comparação, e ao mesmo tempo muito verdadeira. Pos uma das mãos no bolso, e a outra seguiria o mesmo caminho, mas parou para sentir a textura da jaqueta. Virou-se para fora, e olhou para o ambiente. Ainda era frio em meio as arvores despeladas e lagos gigantes. Não entendia porque aquela area tinha um clima tão distinto do resto da região, mas isso era um problema. Sua jaqueta estava abotoada ate encima, e mesmo assim achava incomodo.

    Tetsuya Kitsune
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Sex Set 16, 2016 7:18 pm

    Fuyu prosseguiu, coçando a "barba" de forma natural. Acabara se distraindo com a brincadeira e levou adiante à interpretação, de forma inconsciente.

    -Na verdade, há outros seres tão antigos quanto anjos e demonios, de forma que é impossivel responsabilizar apenas esses dois grupos. O retorno ou não de Cain, por exemplo, poderia muito bem ter despertado nestes tempos, e causar um caos do lado vampírico. Outra possibilidade envolve também as três entidades que moldam a realidade - Wyrm, Wylde Weaver - que sempre estiveram em conflito podem ter finalmente virado a balança do equilibrio, que já há muito estava pendendo em favor de Wyrm, a entidade da destruição. Os Maelstroms que assolam as terras sombrias sempre que uma grande catástrofe acontece, libertando os Malfeanos, ou Deuses Nao-Nascidos nos reinos dos mortos, podem ter piorado a situação e na possibilidade de devorarem toda a criação no mais profundo esquecimento, sem distinção de anjo, demonio, humano, reploid...e isso eu sequer menciono a vertente tecnologica desse conflito, pois nao pude obter muita informação a respeito disso. Enfim, há muita, muita coisa ocorrendo, para quem procura pesquisar a base desse imenso iceberg de destruição...

    O raposo suspirou. Não entrava em detalhes de tudo aquilo, mas parecia realmente ter bastante informação a respeito de muita coisa. Não bastasse o apocalipse entre céu e inferno, o que acontecia parecia na verdade ser a convergência de uma série de "fins-do-mundo". A posse daquele tipo de informação fazia sentido, como justificativa para o raposo ter abandonado a esposa e filhos em razão daquilo. Gesticulou negativamente, voltando ao assunto.

    -Enfim, há inumeras catedrais....essa a qual você se refere, Artemia, foi justamente o local onde fui atacado por uma escuridão, e tive minha alma fragmentada. Duvido que um fragmento tenha ficado lá, afinal, faria mais sentido que cada parte de mim fosse espalhada para longe do ponto de origem...já foi bastante sorte terem encontrado um fragmento tão perto, dentro do Doppelganger...o segundo fragmento foi encontrado no inferno, para que tenha uma idéia. Na época estava seguindo pistas a respeito da origem do caos constante em UOLCity, levei um pequeno exército e...fomos todos cobertos por uma escuridão extremamente poderosa. Minhas tropas foram dizimadas, meu corpo devorado, e minha alma fragmentada....infelizmente nao tenho muito mais informação que isso; as memórias ficam meio obscuras quando algo assim acontece...

    Suspirou, cerrando os olhos brevemente. Se morrer já era algo traumático, que dizer de passar por um esquartejamento pós-morte? Mas voltou ao assunto.

    -Não sei, pode ser esta a catedral que o sr. foi parar acidentalmente, sr. Axle. Não me recordo bem. Mas já é um ponto de partida! Talvez seja interessante irmos averiguar este lugar...

    E voltou-se a Artemia, retirando a cauda, falando num tom mais sério.

    -Por instantes, você deixou seu ódio lhe cegar. O ódio provavelmente fez sua aura demoniaca começar a tomar conta de seu corpo, chegando a alterá-lo por alguns momentos...esta é uma das tentações com as quais demonios convivem diariamente. Tome cuidado para que este ódio não a consuma, muitos acabam na insanidade, seus corpos deformados para sempre, como reflexo do que ocorre em suas almas. Talvez seja por isso o alivio da dor; isso está combatendo a infecção celestial. Mas não sei se o preço disso valerá a penas...
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    Mensagem  Artemia Ter Set 20, 2016 5:45 pm

    Era notável para Artemia a frustração de Jasor em relação à todo aquele assunto paranormal. Realmente, havia mais guerra do que a superfície demonstrava - em seus anos de estudos dentro daquela mesma cabana, a jovem maga pôde vasculhar teorias acerca de seres místicos e deuses invisíveis aos olhos mortais. Quem diria que a lenda da tríade de criação, preservação e destruição existia de fato! Agora ouvindo Fuyu falar, Artemia lembrou-se de várias teorias conspiratórias que seu pai costumava dizer durante o jantar:

    - Verdade... meu pai chegou a procurar provas de que o governo havia se aliado a vampiros e demônios para causar uma destruição em massa em Uolcity. Claro que não ficou provado na época, pois trataram de apagar os arquivos. Em algumas pesquisas minhas na época em que estudava magia arcana, pude chegar perto de descobrir a origem de um campo eletromagnético criado por meio de alquimia para esconder uma grande fonte de poder adormecida escondida em algum lugar do Ártico...

    Comentou, levemente distraída, conforme várias imagens de suas pesquisas vinham agora à sua mente. Parecia que apenas ela, o reploid e Fuyu entendiam a real gravidade do assunto. No entanto, a ruiva abriu um doce sorriso enrubescido para o barman quando este a elogiou. Seu coração deu uma pontada de felicidade ao vê-lo agir como antes - um sinal de que sua resistência para com ela havia diminuído consideravelmente.

    - Bom, eu devo dizer que é uma pena... - ia dizendo, sedutoramente, aproveitando o instante em que seus olhos se encontraram - ...que antes precisei te jogar na fogueira para você se esquentar. Se pudesse voltar no tempo, eu mesma faria o serviço...

    E, com uma piscadela marota, a ruiva mordiscou o próprio lábio. Para ela, o momento em que precisou joga-lo na fogueira foi um dos mais difícieis em sua vida: sacrificar sua necessidade extrema para que ele não a visse de uma forma pior do que já via foi doloroso o bastante para manter-se em sua memória, remoída como uma oportunidade perdida. Ainda mais agora...

    - Você quer vir comigo? - perguntou, galanteadora, após a sugestão do barman de não deixa-la ir a lugar algum sozinha. Pela forma como ela arqueou uma sobrancelha e sorriu de lado, parecia que sua pergunta tinha outro sentido bem diferente.

    No momento em que voltou suas atenções à conversa acerca das guerras, Artemia reparou na mudança de tom de todos ali, inclusive de Fuyu, que parou de brincar com sua falsa barba translúcida - uma menção a alguém que ela não conhecia.
    Axle a fez questionar a si mesma em sua reflexão sobre o acontecido. De fato, ela própria havia dito para Yumi que o destino do anjo caberia apenas para Tetsuya decidir; porém, no calor do momento, ela se viu envolta em uma onda negativa absurda, que a levou a metros abaixo de suas próprias convicções. O reploid afirmou que ela jamais havia sido assim, e que a criatura desprezível a qual havia se transformado não fazia parte de seu ser. Fuyu lhe explicou o motivo de ter acontecido a tal transformação, e o quanto ela deveria tomar cuidado daqui para frente.

    Artemia abaixou a cabeça, pensativa. O peso de seus atos agora caíam sobre seus ombros; ouvir a verdade de seus amigos surgia como um tapa repentino. Quem era ela, afinal? Uma Succubus, uma Anja? Ou apenas a mesma garota de dezoito anos de antes, porém com modificações? Temendo por sua segurança e a de todos, era fato que ela deveria criar algum mecanismo para se controlar e não permitir que as auras distintas a engulam. A forma como faria, ela não sabia - mas deveria começar a se retratar a partir de agora.

    No entanto, uma imensa culpa lhe tomou os sentidos. A ruiva abaixou ainda mais a cabeça e tocou em sua testa, trêmula. Era normal aquela sensação? Sentiu seu corpo vibrar de tristeza, imerso em uma onda dolorosa e lastimável de arrependimento. Ao redor de seu corpo, era possível ver uma luz branca fraca surgindo lentamente.

    - Me desculpem... eu não sabia que isso poderia acontecer, mas posso assegurar que não vou permitir que volte. Eu sinto muito... Por favor, depois me avisem quem irá comigo procurar um dos fragmentos. - disse, soluçando entre suas lágrimas. Sentindo-se sufocada e exposta em sua própria agonia, a ruiva saltou da janela e subiu as escadas rapidamente, adentrando no quarto e fechando a porta do andar de cima.
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    Mensagem  Axle The Red Ter Set 20, 2016 7:39 pm

    Axle possuia uma razoavel noção das criaturas sobrenaturais e lendas do mundo, mas nunca havia estudado a fundo aquele tema. Por isso que quando Fuyu falou sobre todos aqueles seres antigos e poderosos ligados a esferas distintas da realidade, prestou bastante atenção, registrando todas as informações em sua memoria. Nunca saberia o que fazer se tivesse que lidar com nem mesmo um fragmento desses "cavaleiros do apocalipse", principalmente da trindade que ele dizia moldar a existencia. Ate mesmo Artemia tinha conhecimentos além sobre essas entidades, informações diferentes, talvez menos cosmicas, do que a do raposo.

    - Artico ? O que você supõe que haja no Artico ?

    Era possivel que tivesse algo a ver com toda aquela situação no qual estavam metidos. Mas depois disso ela começou a flertar com Jasor novamente. Preferia estudar Cain e os Malfeanos, muito mais compreensiveis do que aquela relação juvenil.

    Pelo que Fuyu dizia, sua alma não havia sido simplismente despedaçada. Ela havia sido repartida pela entidade da escuridão. Não apenas jogadas por ai, mas escondidas ou concedidas por um motivo ou outro. Teoricamente, seria mais facil de encontra-las assim.

    Quando o raposo descreveu a situação de Artemia, o reploid mais uma vez se recolheu aos seus pensamentos. Ela estava em um conflito interno e intenso, que se manifestava sem clemencia. Não sabia se era melhor se um lado vencesse ou não, assim como não sabia de mais nada sobre aquela situação. Ela pareceu refletir e se ressentir por um momento, emitindo uma visivel aura branca e fugindo para o quarto. Cerrando os olhos, tentava entender aquela breve pista, falando a Fuyu

    - Você tambem viu isso Fuyu ? Aquela aura...seria o oposto da forma demoniaca que ela exibiu ? Ela esta invocando o espectro angelical devido a sensação de arrependimento ?

    Olhou silenciosamente para Jasor. Sabia que era melhor que ele fosse atrás dela, e deixava claro aquilo para ele, sem uma palavra. Refletindo um pouco, por fim ele traçou um plano

    - Eles três juntos podem se cuidar, Carmiglioni que o diga. E precisam de você para guia-los. Preciso de algo, algum objeto, para que eu possa detectar um fragmento seu caso o encontre no local que mencionei. Vocês podem tentar outra catedral ao mesmo tempo, essa do pai de Jasor. Vendo-a de perto talvez você lembre, uh ?

    Olhou para o quarto acima, e depois para o lado de fora. Tetsuya estava estranhamente isolado. Caminhou lentamente para fora para observa-lo, e esperaria ate que estivessem todos juntos para partirem ao mesmo tempo.
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    Mensagem  Jasor Messast Qua Set 21, 2016 7:41 am

    Se o robo entendia pouco daquilo, o barman não entendia coisa alguma. Cada um dos perigos inimaginaveis descritos pelo fantasma barbudo o loiro so conseguia ouvir: apocalipse, fim do mundo, armageddon, fim dos tempos, apocalipse do mundo, armageddon dos tempos...ele parecia falar muito mais da biblia, pensando bem. Cain era o filho de Adão e Eva expulso do paraiso por avacalhar o sistem, e a trindade tinha nomes diferentes, mas para os catolicos existiam uma trindade tambem. Volta dos mortos ? Tambem estava lá. O que mais estava ? Anjos e demonios. Talvez existisse alguma resposta la, certo ? Mal sabia o qual profundo aquelas verdades malditas iam. E como poderia ? Até o mais basico sobre espiritos era uma revolução para ele.

    Como esses fragmentos se pareciam ? E o que era a sombra que o fantasma descrevia tendo vencido-o ? Seria um demonio mais poderoso ? So assim fazia sentido, pois então ele poderia repartir os pedaços com os seus comparsas. Mas se era isso que podia ajuda-los, a fazer a memoria do kitsune voltar, então era o melhor curso de ação.

    - Talvez os anjos venham seguir a gente denovo...melhor a gente partir logo, aqui estamos manjados. E...quantos fragmentos seus tem por ai....barbudo ?

    Do jeito que Artemia falava, ela parecia ter uns 30 anos. Pesquisas elaboradas, misterios no Artico. Ta certo que não era nada tão apocaliptico quando as outras coisas......ou será que era ? Agora estava começando a ficar assustado. O teor academico dos perigos cosmicos e distantes pareciam cada vez mais proximos. Mas as outras palavras da ruiva soaram como um sino em sua mente, suas sombrancelhas se ergueram por um momento, surpreso com o que tinha ouvido. Ali estava algo que ele entendia, ele sabia exatamente o que significava aquele olhar, e aquelas palavras, aquela piscada, mordida nos labios. Nunca acho que Artemia faria AQUELE tipo de convite, e pouco a pouco começava a acreditar que era ela mesma. Ela tinha lembrado das roupas que ele usava...

    - Onde você for eu estarei atrás...

    Sorria de canto, maroto. Não deixava por menos, respondendo com uma frase ambingua de proposito. Mas depois daquilo ela se deixou tomar pela tristeza, a tal ponto que fugiu dos olhares de todos. Devia estar se lembrando quando tinha virado um monstro distorcido, e ficado arrependida e envergonhada. Ouviu a ideia de Axle, para se separarem em dois grupos, e entendeu o que o olhar dele queria dizer. Acenando com a cabeça, Jasor subiu as escadas e foi até o andar superior, no mesmo quarto que ele mesmo tinha se escondido. Uma pontada no seu peito o fez lembrar do motivo: o dragão. Sentia pulsar adormecido o medo e a raiva. Ainda bem que aquele monstro tinha ido embora. Bateu na porta três vezes, e falou

    - Artemia ? Sou eu, o que houve ?
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Qua Set 21, 2016 1:06 pm

    -Hm...bem, o ártico seria com certeza um lugar para onde iria, se pudesse – riu um pouco, e complementou – e também um lugar perigosamente ideal para explorar o potencial de um fragmento meu, que já é naturalmente favorável a magia relacionada ao frio...essa é provavelmente a pior situação possível para que Artemia e Jasor vão, já que....-pensou por alguns instantes, olhando o barman de cima à baixo, como se calculasse as palavras-....já que vocês dois são particularmentes suscetíveis ao frio...além disso, a presença de Jasor seria pedra fundamental para localizar seu pai. Talvez seja melhor que vão à catedral primeiro...

    O raposo observou Artemia com calma, conforme a luz calma começava a rodear a garota, ao mesmo tempo que respondia ao reploid.

    -É exatamente isso, sr. Axle. Possivelmente o tipo de sentimento pode atuar como gatilho para uma vertente ou outra do conflito interno. Ou talvez seja o reverso e as auras induzam esses sentimentos? Talvez ela possa usar isso em favor, embora controlar o próprio sentimento pode ser meio.....uhm....complexo em se tratando dela...

    Disse com um certo ar de brincadeira, provavelmente se referindo à idade terrível pela qual a ruiva – e Jasor e o próprio filho - passava, bem conhecida pela instabilidade emocional.

    -É uma pergunta difícil...é difícil saber quantos fragmentos, se não me lembro do que esqueci...-coçou a cabeça, pensativo- mas provavelmente não tantos assim, visto que me recordo de bastante apenas com 2 fragmentos. Se eu fosse uma entidade maligna das sombras ou um vilão de Harry Potter, eu provavelmente dividiria a alma em 7. É um numero da sorte, cabalístico...-disse, em tom de brincadeira, esperando que pelo menos os filmes o barman havia visto. Era algo famoso entre humanos, e de certa forma transmitia uma idéia bem parecida com a realidade de Fuyu. Só era curioso pensar de que forma um overlorde infernal conseguia alugar um DVD...mas parecia óbvio que ele nao fazia a menor idéia de quantos pedaços ainda faltavam-lhe.


    Lentamente, a figura fantasmagórica começou a se borrar e expandir lateralmente, e logo duas imagens de Fuyu se formavam. A da direita regrediu rapidamente, adquirindo a forma de um cristal azul-marinho, idêntico ao cristal do leviatã, o qual arremessou para que Axle pegasse.

    -Sem todas as minhas partes, é fácil me re-fragmentar novamente. Assim, poderei estar com os dois grupos ao mesmo tempo. Minha capacidade para magia e memoria ficarão pela metade, claro, mas saberei reconhecer um fragmento assim que o vir...

    Tetsuya continuava ali fora, os braços cruzados em torno dos joelhos. A orelha vulpina virou-se para o lado, ouvindo os passos de Axle se aproximarem. Permaneceu na mesma posição, mas disse-lhe, de onde estava, sentado na neve:

    -Artemia não estaria passando por isso, se não fosse a flecha. Essa flecha não existiria, se não existisse a pesquisa. Essa pesquisa não existiria se meu pai não tivesse desenvolvido-a. Ele não a teria desenvolvido, se eu não tivesse nascido. Então estou realmente puto, não sei com o que ou quem, ou que traseiro devo chutar para resolver tudo isso...só sei que eu em especial não tenho qualquer direito de consolar Artemia pelo que ela está passando...no final das contas, direta ou indiretamente é culpa minha....

    E, apoiando a mao no joelho, se ergueu, pegando a espada ao lado, finalmente virando-se para Axle. Parecia ter dito aquilo tudo como uma forma de desabafar, talvez, sem que o reploid tivesse sequer perguntado algo, mas estranhamente o raposo-filho parecia confiar nele o bastante para explicar o que o incomodava, de uma forma bem mais aberta que falva à Artemia. Mas, orgulhoso e rabugento, logo voltava aos ares de antes, como se desfizesse qualquer sinal da mesma empatia prévia com o reploid.Provavelmente era um traço incorrigível da personalidade, mas que de certa forma indicava um estado "saudável" de seu estado psciologico.

    -Então, robô, quem vai para onde, e para onde na verdade? Não podemos ficar muito mais aqui, o barman idiota tem razão nisso.
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    Mensagem  Artemia Qua Set 21, 2016 2:00 pm

    Finalmente sozinha, Artemia encostou-se na porta para contemplar o interior do quarto. Das janelas, uma fraca luz alaranjada surgia destacando os minúsculos retículos de pó flutuando pelo espaço, denotando a atual situação de abandono daquela cabana. O por do sol ao lado de fora surgia brilhante sob a neve, cujos raios de luz cintilavam pelo horizonte. A cama de madeira permanecia intacta, inerte após tanto tempo em desuso; suas cobertas em retalho estavam tão empoeiradas quanto a imensa pilha de livros e papéis espalhados em um canto escuro do cômodo.

    Então, ela caminhou até seu antigo guarda-roupas; seu próprio pai o havia criado com a madeira bruta da floresta. Pregado em uma das portas, havia um papel amarelado com um pequeno desenho infantil: Artemia reconheceu a figura de seu pai e sua mãe, e ela própria com sua cabeleira ruiva. Suspirando, limpou algumas lágrimas devido às lembranças de sua família desaparecida e abriu as portas do móvel, observando seu interior. Suas antigas roupas estavam penduradas nos cabides; túnicas arcanas, vestidos floridos e jardineiras denotavam uma época há muito perdida para a demonesa. Uma época de pureza e inocência, onde até mesmo para trocar de roupas, ela precisava do auxílio daquele móvel.

    Três toques na porta a fizeram despertar de seus devaneios. A voz de Jasor veio em seguida e Artemia sorriu fraca, enxugando as lágrimas de suas bochechas rosadas.

    - Jasor... pode entrar.

    Disse ela, erguendo levemente seu tom para que ele a ouvisse. Assim que o barman adentrasse no quarto, ele veria a ruiva ainda com uma fraca luz branca à sua volta, brilhando em sua pele alva sob o por do sol vindo das janelas. Em suas mãos, ela segurava um vestidinho branco com flores amarelas; um sorriso fraco em seu rosto demonstrava as boas vindas a ele.

    - Já faz tanto tempo que não venho aqui. Eu consigo me lembrar de como eu era... mas não posso voltar a ser assim. É uma pena... - suspirou, sentando-se na cama empoeirada, ainda observando o vestido em suas mãos. - Eu não posso mais ficar perto de vocês. Temo pela sua segurança...

    Com a voz embargada, ela tapou os olhos e soluçou baixinho, apertando o vestido contra seu peito. A luz à sua volta se intensificou, trazendo uma súbita sensação de paz a quem estivesse por perto - o que era irônico, visto que Artemia estava claramente entristecida. Aquela parecia ser a primeira vez em que a sensual ruiva demonstrava uma total vulnerabilidade - algo que nem mesmo Tetsuya havia experienciado antes. Suas lágrimas escorriam sem parar, graciosas em sua bochecha, umedecendo o tecido do vestido.

    - O que vamos fazer, Jasor? Tudo vai acabar... a vida, as pessoas, tudo! As guerras vão tomar conta de tudo. Não vai mais sobrar ninguém... - soluçou, trêmula.
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    Mensagem  Axle The Red Qua Set 21, 2016 9:47 pm

    O comentario sobre a temperatura era curioso, e Axle por um momento refletiu sobre ele. Era facil esquecer que Jasor e Artemia pareciam ter uma vulnerabilidade particular contra o frio, e uma afinidade com o calor. Ao contrario dos dois kitsunes. E no meio de tudo, haviam as particularidades. O proprio Axle não era muito chegado ao fogo, e agora a ruiva possuia um duelo interno que afetava suas emoções, ou o inverso.

    - Julgando esse trio, é mais facil as emoções estarem sentados na sela. Então não temos ideia de quantos fragmentos existem, apenas que não devem ser muitos. Sete, talvez....

    Ergueu a mão, capturando ironicamente o "duplo" de Fuyu, mas dessa vez um original. Olhou a joia por um instante no meio de sua palma. Era dificil acreditar que não passava de um simples mineral, não conseguia sentir nada diferente. Mas a transformação tinha ocorrido bem na frente de seus olhos, e isso não se podia negar.

    - Isso resolve o problema. Espero que não esteja botando vocês em risco levando um metade sua...

    Suspirou. Não podia prever o futuro, tudo o que podia era seguir em frente. E justo quando estava pensando nisso Tetsuya se pronuncionou. Axle ouviu-o silenciosamente falar o que lhe aflingia, observando o horizonte. Pelo menos naquele momento não deveria ser interrompido, deveria falar livremente o que gostaria. Apenas quando se levantou e voltou-se para o reploid que este o olhou de volta  

    - Não se cobre tanto. A culpa é de quem cometeu o crime, sempre. Uma ferramenta pode ser feita para criar, mas alguem sempre vai encontrar uma forma de ferir com ela. E a culpa não é de quem apertou o parafuso, mas de quem tirou sangue com a chave de fenda...

    Tocou no ombro dele por um momento, e então repetiu, mesmo imaginando que ele tinha ouvido-o discutir o plano

    - Irei investigar o laboratorio que encontrei antes. Vocês três, vasculhem os outros possiveis locais onde o tal mago Messast pode estar instalado. E eu tambem concordo, a cada segundo que passa imagino uma nova unidade de anjos vindo investigar o sumiço dos outros. Basta Artemia voltar, e partiremos
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    Mensagem  Jasor Messast Qui Set 22, 2016 4:29 pm

    Primeiro achou engraçado o comentario do fantasma sobre o loiro e o frio. Ele o olhava como se estivesse medindo algo, buscando algo, descobrindo algo que não sabia. Mas era verdade. Desde criança ele so se sentia bem quando o verão estava em seu auge. O frio era terrivel, sempre pensou que sua mãe era de algum lugar do oriente medio, que tinha reumatismo ou qualquer coisa assim. Nunca foi a um medico para comprovar, e nem queria. Andar sempre com seu casaco de couro o deixava estiloso.

    Tambem tinha percebido a aura branca, mas não tinha como deduzir aquilo como Axle ou Fuyu. Então era isso, uma reação do lado anjo dela ? Ela realmente parecia não conseguir controlar essas duas coisas. E com poderia ser culpa dela ? Quem poderia controlar os sentimentos em meio a toda aquela loucura ? Diziam que a guerra estava começando. Parecia que ja estavam dentro dela.

    Ergueu a cabeça quando Fuyu mecionou o filme do menino bruxo. Não conhecia muito, mas sabia que o careca sem nariz tinha dividido a alma em 7, e com isso tinha basicamente 7 vidas. Podia não parecer o melhor meio de explicar aquilo, mas para Jasor foi perfeito. Ele entendeu o que eram os fragmentos depois da referencia. Com um sorriso de canto, apontou para o fantasma barbudo e acenou com a cabeça. "Eu entendi a referencia"

    Então veio a voz dela. Como se tivesse despertado, voltou-se a porta, girando a maçaneta e entrando devagar. A primeira coisa que apareceu foi a cabeça, investigando o interior. Nada destruido. Apenas Artemia com um vestido nas mãos, os olhos chorosos, e sua pele que parecia brilhar de um modo proprio. Aproximou-se com um cuidado incomum, como se seus passos pudessem pertubar os animais de um bosque. Ele via agora que aquela luz era a aura, e sentiu o efeito dela. Não parecia ser intencional, porem

    - É bonito

    Disse apontando para o vestido. A mesma mão aproximou-se de seu rosto, retirando as lagrimas que ela derramava ressentida quase como num carinho. Agachou-se frente a ela, e segurou suas mãos delicadas.

    - Da perspectiva das pessoas aqui, tudo já acabou. Mas não acabou, entende ? Sempre que dizem que é o fim, falam olhando de uma perspectiva. Você m...


    Era dificil para ele repetir aquilo. Respirou fundo, recobrando a coragem

    - A morte é o fim. Você morreu, e você esta aqui. Tudo não vai acabar, você é a prova disso, os habitantes daqui são a prova disso. Uma hora as guerras tem que acabar, e quando elas passam as coisas florescem denovo. Vou te dizer o que faremos.

    Apertou com ternura suas mãos

    - Se nós podemos fazer alguma coisa, vamos fazer ! O reploid quer que investiguemos as catedrais em dois grupos. Se acharmos mais pedaços do fantasma, ele se lembrara das coisas que estava metido. E com isso podemos achar um meio de parar isso, de encurtar isso, de curar você. Mas precisamos partir logo, acho que mais anjos vão vir aqui.

    Tentou olhar dentro dos olhos dela

    - Vamos ?

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    Mensagem  Venkar Qua Set 28, 2016 11:14 am

    Alheio a tudo o que se passava na cabana, o grande dragão seguia em vôo direto para a cidade em ruínas.

    Venkar não parava de pensar no que o pai de Yumi revelou, sobre o que aconteceu em seu próprio mundo. O que ele mesmo fizera parte do "esquema" de caçada e matança de todos os seus conhecidos e familiares. Desejava não ter ouvido... não saber era melhor do que o que sentia neste momento. Ódio, frustração, provavelmente era o último sobrevivente de sua espécie.

    Seguia praticamente sem saber para onde estava indo, suas asas imensas batendo fortemente, o sangue fervendo em suas veias. Sua visão estava rubra. Apesar de tentar mostrar para Jasor e os outros que o dragão não era como ele pensava... no fundo era tudo verdade o que o humano falou. Precisava descarregar sua raiva, precisava... matar.

    Não sabia que Yumi estava voando algumas centenas de metros atrás, pois havia partido bem antes dela da cabana. E como voar para ele era natural, seu habitat. Sua capacidade e velocidade de vôo eram muito superiores ás de sua companheira.

    Enfim chegava ao seu destino. [continuando lá no outro tópico do Sniper]
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    Mensagem  Yumi Hayashi Qui Set 29, 2016 8:08 pm

    Não conseguia se comunicar com ele, seus pensamentos pareciam que estavam bloqueados. Provavelmente tinha se fechado devido ao ódio que sentia. Ela o entendia, não podia julga-lo. Ele perdeu tudo o que conhecia, como ela havia perdido uma vez.
    Antes de perder a cabana de vista, Yumi olhou para trás uma ultima vez...talvez seu pai nunca mais voltasse...seus pais adotivos, provavelmente, não seriam maisque memórias gravadas em um cristal e seu meio irmão...com certeza seguiria sua própria vida...no fim, ela e Venkar só tinham um ao outro e por isso ela largou todos e foi atrás dele...não suportaria perde-lo...e esperava que ele não a odiasse por tabela.

    Respirando fundo, Yumi bateu as asas forte e sumiu entre as nuvens...fechou os olhos e se concentrou em encontrá-lo. [Continua]
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Sex Set 30, 2016 10:32 am

    -Bom....está na hora desta chave apertar alguns parafusos, eles querendo ou não. - disse, socando a mão contralateral, a feição rabugenta. Apesar do trauma recente vivido, o jovem raposo parecia ser realmente bastante resiliente, buscando seguir sempre em frente, ignorando as quedas e falhas prévias. Ou talvez, fosse apenas mais um ramo de sua teimosia.

    -Então vamos logo...se não vieram aqui até agora novamente, é porque aquele grupo agiu de forma independente - algo que acredito ser bem capaz. É fácil pensar que nos subestimaram, ainda mais com aquele foco de luz gigante capaz de aumentar o poder angelical deles...pelo que me lembro desses &#¨@%#, provavelmente perceberam o que houve aqui, não avisaram ninguem, desceram por conta propria ativando isso, e provavelmente pensavam em voltar levando premios e serem agraciados por isso.

    O rapaz falava de olhos semicerrados, enquanto fechava o punho. O passado do mestiço naquele grupo parecia ter-lhe dado uma capacidade analitica enorme das ações dos "amigos", e a se julgar pela breve experiencia de Axle com os anjos, a prepotencia dos mesmos realmente condizia com aquele tipo de conduta.

    -Mas é óbvio que isso é algo que vão perceber, uma hora ou outra. Pior, vão perceber que eles não voltaram...- coçou a cabeça, olhando para o cristal que Axle segurava, a sobrancelha franzida. Não entendia o porque de, logo agora de ter reunido outra parte de si, o pai resolvia repartir-se novamente. Era algo contraprodutivo, mas esperava que soubesse o que estava fazendo. Ergueu o olhar, para o andar acima, onde uma janela fechada permitia aos raios de sol entrarem lateralmente para dentro do que parecia ser um quarto. As orelhas vulpinas pareciam mexer-se ocasionalmente; talvez estivesse "bisbilhotando" a conversa de Jasor e Artemia? O esboço na face demonstrava um certo incomodo, ciumes talvez, que o reploid poderia ver bem.

    Tetsuya se agaichou e saltou para a janela.

    De uma forma muito, muito menos sutil que Jasor, o rabugento rapaz entrou pela janela literalmente dando uma "voadora" na janela, que além de arrebentar o frágil trinco de madeira que a mantinha fechada, fez com que cada parte batesse com força contra a parede, quase quebrando os vidros.Ficou ali na janela, ajoelhado, a expressão rabugenta, fitando a ambos. A expressão rabugenta se acentuou particularmente ao ver Jasor segurando as mãos de Artemia.

    -Só vai acabar depois que desistirmos de tudo, idiota! E nem que o mundo se parta em dois eu não vou desistir. Se acabarem as pessoas, eu as arrastarei de volta do céu, do inferno, da casa da mãe joana ou de onde for! Se acabar sua vida, eu te trago de volta à força se preciso! E se alguem vier querendo alguma guerra, vai se ver comigo! Então mexa logo esse traseiro sensual e comece a virar o jogo, pois se você se lembra mesmo de quem era, vai ver que era alguem que nao desistia de nada! E engula esse choro! Só vou permitir que chore de alegria, depois que acabarmos com esse bando de *&@¨%# que quer acabar com o mundo!

    O rapaz foi se levantando aos poucos, de onde estava. Os cabelos e caudas pareciam quase brilhar, conforme a luz dourada do sol às suas costas iluminava-os em igual tom, deixando as extremidades prateadas em destaque, esoalhando-se no ar diante da brisa matutina que entrava no quarto. Começava a erguer-se, numa tipica pose heróica, em que insufla-se o peito e olha para o horizonte de vitórias...mas o tamanho da janela não era tão grande a ponto de comportar toda sua altura, de forma que o vulpino bateu com a cabeça sonoramente na parte superior, voltando a se agaichar de orelhas abaixadas onde estava, a expressão de dor. Todo o ar de maturidade havia se esvaído, regressado à figura encolhida, cômica, massageando a cabeça com ambas as mãos, dizendo um "ai ai ai ai" baixo".
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    Mensagem  Artemia Seg Out 03, 2016 4:17 pm

    Assim que Jasor se agachou à sua frente, segurando suas mãos com ternura, era como se boa parte das angústias de Artemia fossem substituídas por um sentimento caloroso que ardeu em seu peito em forma de esperança. A ruiva o ouviu atentamente, ciente do toque sensível em suas mãos – por um instante, ela se permitiu observar as feições do barman com cuidado, consciente sobre os detalhes de seus olhos escuros, a intensidade de como as palavras saíam de seus lábios e chegavam macias aos seus ouvidos...

    Quando menos percebeu, seu rosto estava próximo ao dele, tão próximo que era quase capaz de tocar-lhe os lábios. Não sabia o que a havia levado a tal atitude, mas algo no barman a hipnotizava, a chamava a seu encontro de tal forma que era quase impossível recusar. Seu coração se permitia dividir graças às suas específicas características demoníacas, o que poderia ser considerado um fardo quando se tratava de atrações como esta.

    - Vamos... – sussurrou; atenta a seu hálito quente formigando nos lábios dele.

    Porém, um baque explosivo a fez acordar de seu estado de estupor, afastando-se violentamente de Jasor. Tetsuya estava agora pendurado na janela; seu discurso motivacional e sua expressão viva fez as bochechas de Artemia corarem levemente, especialmente quando mencionou "seu traseiro sensual", rindo baixinho quando ele bateu a cabeça na madeira da janela. No entanto, esta leve batida na madeira foi a gota d'água para causar um tremor na sensível parede do quarto, derrubando a montanha exacerbada de livros à sua frente: Artemia foi obrigada a pular para fora da cama antes que os livros a soterrassem ali mesmo, puxando Jasor consigo para longe do acidente. Ainda assim, a pilha monumental de livros foi capaz de derrubar seu guarda-roupas, afundando o velho piso de madeira, fazendo com que o pesado móvel despencasse para o andar de baixo junto com boa parte da montanha de livros. O barulho espalhafatoso seria alto o bastante para chamar a atenção de Axle, ao lado de fora da casa. Agora, no lugar do guarda-roupas no segundo andar, havia um enorme buraco no piso de madeira; alguns livros ainda jaziam à sua volta, e por muito pouco a sua cama não fora puxada junto.

    Tudo isso aconteceu em poucos segundos após Tetsuya se pendurar na janela e dar seu discurso heroico. Artemia estava próxima à porta, boquiaberta, observando o rombo no chão de seu antigo quarto. Em suas mãos, ela ainda segurava o vestidinho branco de flores amarelas. Após alguns segundos, os olhos esmeralda da ruiva fitaram Tetsuya com uma expressão de completo choque.

    - Seu... você... meu quarto... – murmurou ela, apontando para o buraco, onde alguns livros ainda caíam por ele. – ...SEU IDIOTA!

    E, com esse grito, a ruiva correu enfurecida até o raposo; assim que o alcançou, fechou os punhos e o acertou na cabeça, dando vários murros consecutivos com o auxílio de seu delicado vestidinho de flores amarelas.

    - Esse era meu quarto, seu panaca! Você vem aqui cheio de pose heroica e só sabe estragar tudo! Seu idiota! Imbecil! Burro!
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    Mensagem  Axle The Red Qua Out 05, 2016 7:53 am

    Axle refletia sobre as informações que Tetsuya repassava. Se ele os conhecia bem, era bem capaz que ele estivesse certo: o grupo que enfrentaram era independente. Fazia certo sentido com uma analise do comportamento dos inimigos vencidos. Mas isso não os tirava do perigo, apenas atrasaria a percepção dos outros alados.

    - Se esse foi realmente o ocorrido, eles sairam sem permissão em busca de um recompensa a seus atos "heroicos", mas provavelmente roubaram a tecnologia dos outros. É bem provavel que estão sendo procurados pelos antigos aliados para que sejam punidos. Agindo independentes, eles não podiam informar sua localização, mas o tal canhão de luz nunca esteve junto a eles. Basta conferir as coordenadas que acharam essa casa. E se descobrirem que eles foram mortos por dois demonios, terão mais afinco em nos achar.

    Referia-se naturalmente a Artemia e a Tetsuya, embora ambos agora fossem tecnicamente "meio-demonios". A reação do garoto foi outra alem do que imaginava. Suas orelhas se mechiam e sua face se contorceu em desgosto. Então ele saltou para uma janela acima. Artemia e Jasor, claro. Mais uma sessão de ciumes.

    Logo veio o brado heroico e rabugento, exagerado, seguido de uma pancada. E depois um movimento de uma massa de objetos e o teto rachou-se diante de um enorme peso, estourando de maneira alarmante. Axle viu o guarda-roupa cair do andar superior junto com um fluxo de livros que parecia não ter fim. Correu até o lugar e olhou para cima, atraves do buraco, testemunhando uma surra

    - Vocês três ! Precisamos sair agora ! Parem com as implicancias e vamos antes que vocês acabem derrubando a casa encima das proprias cabeças !

    Era muito raro ver um momento no qual Axle da bronca em alguem. Mas o tempo estava contra eles e ele parecia ser o unico "adulto" ali para entender a urgencia.
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    Mensagem  Jasor Messast Qua Out 05, 2016 10:42 pm

    Enquanto falava, soltava tudo o que podia para tranquilizar a moça. Seu tom de voz era calmo e afetuoso, de um calor confortavel, enquanto suas mãos era sempre bem mais calidas, quentes quase febris, como se ele sempre estivesse em alta atividade. Cada palavra que articulava tinha a impressão de que conseguia ve-la melhor. A pele macia e clara sem imperfeição alguma pintada com charmosas sardas. Os olhos verdes cristalinos que jurava poder se ver neles. O nariz delicado, cuidadosamente escupido. E a boca corada e carnuda, vistosa e chamativa. Foi só depois de alguns segundos que entendeu porque estava vendo tudo aquilo melhor: ela realmente estava mais proxima.

    Os labios abertos aguardavam o aportar dos dela sem nenhum esfoço consciente. Inspirava o halito dela pela boca, degustando o ar em busca de seu cheiro. Então a pancada brusca na janela. Tão assustado quanto ele Jasor quase caiu para lado antes que pudesse entender o que estava acontecendo, tendo que agarrar as coxas de Artemia com as mãos para se manter equilibrado. A expressão de surpresa lentamente foi se tornando de raiva quando se deu conta que era Tetsuya. O maldito pirralho mimado não podia usar a porcaria da porta, claro que não. Tinha que fazer a coisa mais idiota possivel e aproveitando, porque não falar coisas idiotas tambem, não é mesmo ?

    Se achava um heroi, so pra meter a cabeça na janela logo a seguir. Naquela hora a raiva ia desaparecendo a medida que surgia a vontade de rir da cena. Não por muito tempo. Uma onda de livros foi pertubada e começou a cair querendo engolir os dois. Jasor foi salvo pela ruiva daquele destino cruel, levantando e correndo ate a prota, mas não seu guarda roupa que parecia ter sido engolido pela terra. O grito de Artemia parecia surtir um eco no quarto

    - SEU IDIOTA !


    Abriu a porta e ficou balançando-a

    - Sabe o que é isso ?! Um porta ! É assim que você entra nos lugares, não sabia ?!

    Então ouviu Axle la embaixo, e se aproximou do buraco, vendo o rosto do reploid acompanhado da bronca

    - ...ele esta certo...


    Bufou, olhando para Artemia. Se ela olhasse para ele por um momento veria ele apontar com a cabeça la para baixo. Jasor pulou então pelo buraco, caindo sobre o amontoado de livros de maneira ligeiramente confortavel. Se a ruiva tivesse a mesma ideia ele estaria esperando lá embaixo para agarra-la no colo.
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Qui Out 06, 2016 3:23 pm

    Após a pancada, voltou a se abaixar, enquanto a mão direita massageava a região parietal direita da cabeça. Franzia a testa e fechava os olhos pela dor, tornando a abri-los tão logo ouviu o som de amontoados de objetos caindo. Arregalou os olhos ao ver a cena que, por sorte, Artemia ja conseguia sair por si só - pela propria distração não teria conseguido agir a tempo. Os olhos incrédulos, semicerrados, a boca semiaberta, conforme a mão descia à nuca...Tetsuya traduzia uma nitida expressão pueril, de uma criança que olha a "arte" e imagina a encrenca em que se metera, e o castigo que virá a seguir. Sem saber o que responder, mas orgulhoso demais para admitir a culpa, cruzou os braços.

    -Esses móveis são de péssima qualidade, não aguentam uma "batidinha" leve de nada! E eu sei bem o que é uma porta, barman idiota, afinal você é esperto como uma!

    Foi recuando, ainda na janela, notando Artemia se aproximar segurando o vestido novo e delicado, completamente oposto à furia que demonstrava. Ficaria ótima nele. O que nao ficaria na verdade? Um sorriso no canto dos lábios se fez visivel, exibindo o canino maior que o humano, caracteristico da raça. Os olhos azul-gelo e dourado brilhavam em determinação, vitoriosos, confiantes do resultado que conseguira - o de tirar Artemia da tristeza que a consumia. Ainda que furiosa, a ruiva não perderia o charme natural aos olhos do raposo. Pelo contrário, agradava-lhe vê-a energética, impulsiva, como sempre fora. Como ele também era."Como eu", o pensamento lhe cruzou a mente.

    E só então percebera que, durante toda sua vida, sempre se considerara a escória, uma abominação que jamais deveria ter vindo, uma coisa única, proibida. E por mais que negasse sua propria identidade, ainda tinha a sensação de abandono, de ser sozinho, de ser a unica "aberração" no mundo. "Como eu", a frase tornava a tomar sua mente. ora, por mais a contragosto que fosse, por mais que nada tivesse sido planejado, Artemia acabou se tornando algo exatamente como ele. Não estava mais sozinho. O fato disso ocorrer justamente com a garota que fora - e ainda era - seu primeiro amor lhe deixava ainda mais contrangido. E como um livro aberto, como os tantos outros espalhados pelo quarto demolido, era nitido no olhar do hibrido o tipo de coisa que pensava. O rosto corava não de luxúria, mas de um sentimento de amor mais enobrecido e puro. As pancadas acabaram fazendo-o despertar do sonho acordado.

    -Oy...!Ouch!Ei! Temos que ir! Agh! Ugh! Sua idio...

    O raposo se curvou, tentando se proteger; havia se esquecido que a força da ruiva era maior, não mais apenas humana; acabou se desequilibrando da janela, caindo para trás por falta de espaço. Por reflexo, acabou tentando se agarrar a qualquer coisa ali, e sem querer, puxou-a junto para fora.

    -Wahhh!

    As caudas envolveram-no, amortecendo o impacto no chão. Por sorte, a altura nao era tão grande a ponto de se ferirem, e pela posição o proprio vulpino serviria de almofada para Artemia. O vestido cairia sobre o rosto do rapaz, intacto, sem se sujar ou estragar durante a queda.
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    Mensagem  Artemia Qui Out 06, 2016 4:58 pm

    Algumas poucas coisas eram necessárias para tirar Artemia do sério, e uma delas definitivamente se chamava Tetsuya.

    A ruiva pareceu ter abandonado seus pensamentos tristes anteriores, distraindo-se totalmente no misto de sentimentos que somente aquele raposo safado a fazia sentir: ouviu Jasor gritar, xinga-lo igualmente, enquanto ela própria caminhava furiosa ao encontro dele. Ao passar pelo buraco, havia visto Axle lá embaixo, chamando-os a atenção para partirem logo. O reploid estava certo, claro, mas Artemia jamais deixaria barato aquela audácia! O que é aquela cara que o raposo está fazendo? ESTÁ RINDO?!

    - Tetsuya, seu...!


    A cada murro, um xingamento, tornando seus sucessivos socos uma orquestra de palavrões. Ainda assim, havia observado a mudança em seu olhar, trazendo-a à sensação nostálgica de quando ainda estava se apaixonando, lembrando-se vivamente de como ele a olhava...

    Parecia ter sido há décadas atrás, mas o sentimento ainda permanecia forte em seu coração, palpitando dolorosamente até então. Contudo, algo a mais veio à sua mente: como ele poderia olha-la daquela forma sem sentir mais nada? Que cara de pau, debochado...!

    - Você não tem o direito de rir da minha cara, tá entendendo?! – berrou, ainda mais furiosa consigo mesma por no fundo ter gostado de vê-lo sorrir para ela. Jamais admitiria isso, é claro, portanto continuou a soca-lo até ele se desequilibrar do parapeito e cair da janela; como se não bastasse suas confusões, ele ainda a puxou junto! Artemia não teve tempo de se segurar em nada e caiu à toda velocidade, aterrissando no próprio Tetsuya caído ao chão.

    Sua aterrissagem não poderia ter sido mais constrangedora. A ruiva caiu com o corpo oposto ao dele, em um perfeito encaixe: o rosto do raposo, tampado pelo delicado vestidinho, se encontrava entre as pernas de Artemia; as mãos da ruiva se agarraram à neve para que ela não batesse com violência.

    Não reparando na situação atual, ela não se deu conta de que seus lábios agora estavam justamente tocando no tecido de onde se localizava a intimidade dele.

    - Outch... mas o que...?

    Assim que ergueu um pouco mais a cabeça, ela notou as pernas dele de cada lado, e somente então desceu os olhos para o volume abaixo de seus lábios. Imediatamente, tudo veio à tona: seu coração acelerou, suas pupilas dilataram, sua boca se encheu de saliva. O desejo retornou à ela como um ladrão próximo a encontrar seu tesouro: estava bem ali, à sua frente, esperando para que tocasse...

    Não! Não deveria. Ele não iria querer. O fardo de ser Succubus nunca esteve tão em alta como agora: jamais poder saciar sua fome, ainda mais com alguém que ela ama, era sua maior punição. Anda, Artemia. Se levanta!

    Suas mãos sentiram o terrível gelo somente após ela fazer um esforço descomunal para se levantar, falhando consideravelmente: a ruiva apenas conseguiu girar seu corpo de forma que ela se sentasse entre as pernas de Tetsuya, finalmente virada de frente para ele. A nova posição não melhorou em nada seu desejo urgente: seu bumbum roçando na intimidade do raposo a fez praticamente queimar em combustão, febril em seu anseio de ceder ao seu maior apetite.
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    Mensagem  Axle The Red Sáb Out 08, 2016 8:28 am

    Axle olhava atravez do buraco que um dia fora o chão do andar superior, quase perdendo a paciencia com aquelas crianças sobrenaturais. O primeiro a descer foi Jasor, pousando na montanha de livros, e então esperando os outros. Mas eles não vieram. O reploid viu o enrosco dos dois na janela em sua briguinha manhosa, e ja previa o que aconteceria a seguir. Não teve erro. Quando percebeu que estavam caindo, ja caminhou calmamente para o lado de fora da casa, ouvindo a pancada no meio do caminho. Acenou para o outro fragmento de Fuyu no meio do caminho, sinalizando que era hora de partir.

    - Cuide deles. Possuem uma incrivel aptidão ao desastre...

    Deveria ser assim que os pais humanos se sentiam tendo que criar filhos adolescentes. Os pés metalicos afundavam na neve fazendo estalar centenas de cristais de gelo a cada passo. Por um momento pensou em permanecer com eles, porque se ate mesmo uma janela era um perigo, imagina todo o resto. Mas lembrou que por diversas vezes, era ele mesmo que não podia fazer nada para salva-los, eram eles que puxavam uma carta na manga e resolviam a situação.

    De pé frente a eles, via a cena. Não era apenas uma queda comica e destranbelhada, mas de uma hora para outra se tornara erotica tambem. Revirando os olhos, quase soltando um suspiro de cansaço, falou:

    - Parecem bem confortaveis...mas é hora de ir. Artemia, vocês três vasculham as catedrais da cidade, eu vou visitar um lugar curioso. Creio que ainda tenha o comunicador, então qualquer coisa, com achar um fragmento de Fuyu, me avise.

    Deu um passo para trás virando o corpo, mas parou no meio do movimento para dar o conselho

    - Pensem aqui - apontou para a testa - e não aqui - apontou para a região pelvica - e ficarão bem.

    Soltou um leve sorriso invisivel

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