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O que aconteceu após o golpe militar de 17 anos atrás...


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Artemia
Jasor Messast
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    Interior da Floresta

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    Mensagem  Jasor Messast Dom Out 09, 2016 9:55 am

    Jasor ficou ali sobre a pilha de livros se equilibrando, com os braços semi levantados, esperando uma certa pessoa cair. Mas ela não cairia para aquele lado. Quando ouviu o grito e a pancada do lado de fora percebeu que eles tinham caido pela janela. Que merda ! A culpa era dele, deveria ter ficado lá para segurar ela. O raposo podia cair quantas vezes quisesse, podia cair de um arranha-ceus, podia cair do monte everest ! Mas ela não. O moleque orelhudo devia ter puxado-a. Éeeee, fazia parte de sua indole maquiavelica

    Correu apressado dando a volta na casa, preocupado com o resultado da queda. Chegou pouco depois de Axle, mas viu a cena da mesma forma. Os dois estavam caidos na neve, mas não pareciam estar feridos. Artemia tinha caido sobre o resmungão, amortecido a queda dela. Pelo menos pra isso o raposo servia. Mas estavam em uma posição...estranha. Tinham caido como se estivessem prontos pra fazer um 69, e não era muito dificil perceber que Artemia tambem tinha notado isso. Mas cada vez que ela se mechia as coisas pioravam. Parecia que tudo o que ela conseguia fazer é alternar para a proxima posição do kama sutra.

    Quando finalmente achou que tinha encontrado um caminho no meio de toda aquela loucura. Achou que tinha descoberto a Artemia dentro de toda aquela mistura de anjos e demonios. Achou que conseguiria chegar a ela. Ledo engano. Eles podiam tentar enganar a si mesmo, mas não enganavam o barman.

    Irritado, caminhou até a esquina da casa, dando as costas a cena e encostando o ombro na quina

    - Quem eu tenho que matar pra conseguir um cigarro aqui....ei ! Aqui dentro tem alguma bebida ? Vamos parar de perder tempo e vamos logo

    Perguntava a Artemia, sem menciona-la. Sua jaqueta estava abotoada ate o topo, e ele estava de braços cruzados. Como odiava a neve, parecia frio solido, disfarçado de um po branco. Era um fenomeno muito bizarro.

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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Sex Out 14, 2016 3:04 pm

    Se o raposo-filho queria ou não novamente ser tocado daquela forma, era dificil saber. Mas aquela parte, ao contrário e independente do dono, alegrou-se imediatamente ao sentir a proximidade, despertando, preenchendo de forma progressiva cada vez mais o volume. E como um sobrevivente de um terremoto lutando para se desvencilhar do soterramento, o volume ia crescendo, moldando-se por dentro do tecido carcerário que o prendia, querendo achar uma saída para sua liberdade.

    Tetsuya estava numa desvantagem de ter muito mais tecido sobre sua boca. Mas o calor que irradiava aquela região, de uma ruiva que era praticamente uma bomba de feromonios, rapidamente deixavam-no desconcertado. A respiração abafada no vestido aumentaria ainda mais a sensação de calor entre as pernas da meio-succubus. Por sorte ou azar, o reploid se aproximou de ambos, puxando-o de volta à realidade.

    Apoiou os cotovelos na neve e semi-ergueu-se, numa situação embaraçosa, sem querer roçando o rosto ainda mais ali, mas protegido pelo vestido que ainda cobria-lhe o rosto. Artemia deslizaria um pouco para baixo, de forma que o volume agora tocaria-lhe a região entre os seios.

    -J-já estamos indo, mas essa idiota estava d-demorando demais e...

    Não contribuindo muito para o constrangimento do filho, Fuyu flutuou até perto dos três, suspirando, gesticulando a cabeça negativamente, limitando-se a erguer o polegar para Axle, que parecia partilhar dos mesmos pensamentos do reploid, pela feição que fazia.E como fizera com o cristal em posse de Axle, o espectro vulpino regrediu em tamanho, até formar-se num pequeno cristal azulado, voltando junto à Artemia.

    Enquanto isso, Tetsuya foi se recompondo, aos poucos se desvencilhando da posição a certo contragosto, batendo a mao nas proprias roupas, tirando a neve que entrara por entre os cabelos e roupas. Estendeu a mão, segurando o vestido a Artemia para lhe entregar.
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    Mensagem  Artemia Qua Out 19, 2016 9:48 am

    Por um instante, era praticamente impossível não ignorar tudo ao seu redor, dando foco em apenas uma coisa a qual a atraía como um imã, situada justamente abaixo de sua boca. Ainda que Artemia não se movesse, ela sentiu o volume enrijecer sozinho, totalmente receptivo a ela. Seu corpo todo estremeceu em desejo – seu coração palpitava tanto quanto o sensível ponto entre as suas pernas, abafado pelo calor da respiração de Tetsuya. Imediatamente lembrou-se de quando ela o tocou pela primeira vez, naquele quarto escuro no Inferno: muitas águas já rolaram após isso, porém, a lembrança ainda era vívida em sua mente. Especialmente quando ele se declarou e pediu para ser sua namorada...

    Quando ele se ergueu pelos cotovelos, Artemia escorregou lentamente para a frente, roçando ainda mais seu rosto no volume enrijecido do raposo, causando-lhe quase um frenesi de sensações entorpecidas, amplamente conhecidas por ela em relação a ele. Imediatamente, ela não se conteve e partiu os lábios, permitindo que a ponta de sua língua tocasse o tecido – mas não por muito tempo, pois o raposo terminou de se erguer e ela foi praticamente jogada para frente, tendo o volume, agora ainda mais robusto, posicionado entre os seus seios. Assim que a face de Tetsuya tocou-lhe entre as pernas, Artemia não conseguiu reprimir um suave gemido, roçando seu corpo contra o tórax dele languidamente.

    Foi apenas a voz de Axle surgir, e Jasor reclamar sobre cigarro, que Artemia finalmente recobrou sua consciência. Em outros tempos, talvez, teria dado continuidade às sensações prazerosas as quais estava sentindo – mas agora, estranhamente ela conseguiu cair em si e mudar brevemente o foco. Seria por ela ser agora apenas metade Succubus?

    A ruiva ergueu seu corpo rapidamente, virando-se e sentando-se entre as pernas dele, apoiando as mãos em seu tórax. Agora sentada de frente para Tetsuya, a ruiva conseguiu se acalmar levemente, o suficiente para pegar o vestido o de volta. Contudo, ainda conseguia sentir claramente o membro do vulpino despontar diretamente entre suas pernas e por isso não se conteve em pressionar ainda mais o contato entre ambos os sexos pulsantes, lhe rendendo uma falta de fôlego instantânea.

    Aquela posição lhe remetia a mesma a qual os dois se entregaram pela primeira vez. Os olhos da ruiva se encheram de ternura, além do intrínseco desejo faiscando, a cegando momentaneamente...

    Desesperada e envergonhada, Artemia puxou Tetsuya pela nuca, o fazendo erguer seu tronco de forma a quase tocarem as testas. Não pretendia fazer um movimento tão brusco, mas a aflição a fez puxa-lo de um jeito muito mais erótico do que ela havia intencionado.

    - S-seu idiota... é difícil caminhar na neve... acho que... você precisaria me ajudar... – murmurou ela, suavemente.

    Não gostava de demonstrar suas fraquezas, porém, naquele momento, era clara como a neve a sua vulnerabilidade, tanto em relação ao frio, como em relação à complexa situação dos dois. Não se lembrou de que possuía asas e facilmente poderia sair voando dali; também não reparou na chegada de Fuyu, próximo aos dois. A única coisa a qual reparava, naquele momento, era no quanto os lábios de Tetsuya pareciam hipnotiza-la; o quanto o membro dele empurrava seu sexo úmido, e o quão inapropriado tudo aquilo era.

    Contudo, havia captado algo que Axle disse. Artemia virou o rosto para observa-lo e reparou que ele parecia estar de saída. Seu coração apertou com a perspectiva, tanto que a ruiva se ergueu do colo de Tetsuya e se jogou no tronco do reploid em um abraço apertado repentino, pendurando-se inteira pelos ombros dele.

    - Axle... vou sentir sua falta... por favor, se cuida. Está com o comunicador? Não é justo você ir sozinho...
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    Mensagem  Axle The Red Sáb Out 22, 2016 10:06 am

    - Hm ?

    Percebeu de uma hora pra outra que ruiva havia terminado seu momento quase sexual e imediatamente saltado sobre o reploid, assim como fizera outras vezes. Essa sim, era a Artemia que ele conhecia. O peso da mestiça o fez inclinar o tronco ligeiramente para frente, mas logo corrigiu a postura e fechou cuidadosamente os braços ao redor dela em um abraço. Cuidadosamente, pois até mesmo um ato inocente como aquele poderia feri-la caso usasse muita força ou encostasse em uma das quinas de sua armadura.

    - Não se preocupe Artemia, você ficará bem. Eu que deveria me preocupar não acha ?

    Riu

    - Mas até agora você sobe se virar. Vocês souberam. O que não é justo é que vocês sigam separados. Sozinho eu posso me cuidar com fiz todos esses anos. Vocês precisam estar juntos, trabalhando em equipe. Ouçam os conselhos de Fuyu, ele irá guiar vocês com sabedoria

    Terminando o abraço, bateu com a ponta dos dedos do lado direito de sua cintura, causando um pequeno som metalico. Ali estava preso o comunicador.

    - Estaremos em contato se precisar. Eu realmente preciso de um novo manto, porque eu fui me livrar daquele...

    Não havia como Axle dar um beijo na testa dela, então apenas tocou seu polegar ali e escorregou até a ponta do nariz. Sendo assim se virou e começou a caminhar sozinho em direção a cidade. Erguendo um braço, balançou a mão em despedida

    - Não criem confusão. Ela vem naturalmente até vocês, heh
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    Mensagem  Jasor Messast Sáb Out 22, 2016 10:58 am

    Estava de costas, foi melhor assim. Evitava ver mais daquela palhaçada. Sem uma resposta para sua pergunta entrou novamente na casa, se encaminhando até a cozinha. Certamente daria tempo de encontrar uma bebida ali, se houvesse, enquanto eles enrolavam la fora. Com o bonus de ficar mais aquecido por um pouco mais de tempo. Abriu armarios e estantes, olhou embaixo da pia, dentro e por trás da geladeira, em todos os lugares onde pensava que podia encontrar uma bebida. Não imaginava que Artemia fumasse, quando era viva, mas uma bebida, talvez, deixada por seu pai ou algo assim.

    Quando ouviu a voz de Axle e viu-o se afastar acenou de volta. Estavam perdendo o tanque ambulante do grupo, mas algo que ele disse o fez lembrar do bar amaldiçoado. Embora ele tivesse arrancado a cabeça de quase todo mundo naquela sala com um unico movimento, o que era assustador, no final foram eles três que venceram o colosso de banha unindo forças. Talvez o robo tivesse razão, talvez...

    Não demoraria muito na sua busca. Depois de ter encontrado ou não o que procurava iria até a lareira. Agachado, mergulharia a mão no fogo e quando retornasse traria consigo uma labareda na palma de sua mão. Uma fonte de calor. Erguia-se logo a seguir e caminhava para fora da casa, dando uma longa e ultima olhada ao redor. Odiava neve. Encontrando um caminho diferente para a cidade Jasor começaria a trilha-lo, se fazendo bem presente com as suas passadas na neve, mas não olhando diretamente para os outros dois para evitar o risco de testemunhar mais uma daquelas cenas

    - Eles estão vindo, e eu não quero estar aqui quando chegarem

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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Seg Out 24, 2016 2:14 pm

    O ar inspirado paralizou-se nos pulmoes do raposo; a meia-succubus sentiria o pulso forte nas carótidas do rapaz ao puxá-lo pela nuca, mostrando indiretamente o frenezi de sua taquicardia. A pupila dilatada, o rubor facial...era como se os olhos de uma succubus pudessem ver com mais facilidade o que um alvo estava se sentindo. A sensação de conforto que o frio e a neve lhe traziam davam-lhe um aspecto ainda mais idílico e paradisiaco daquilo tudo, baixando sua guarda de forma perigosa. Seu membro parecia pulsar em anseio ao corpo da ruiva. E perdido naquela onda de perdições, fechou os olhos no mesmo instante em que ela se levantou, indo rumo a Axle, enclinando o tronco para frente, para um beijo no ar, não correspondido. Ao reabrir os olhos o notar que Artemia havia saído dali, sentiu o rosto ferver em vergonha pela cena. Procurou disfarçar o constrangimento levando o indicador à boca e erguendo-o a seguir, dissimulando um gesto de avaliar para onde o vento estava soprando.

    "Por pouco eu não....", pensava repetidas vezes.

    Sacudiu a cabeça em negação, e se levantou a seguir.

    Tão logo Artemia pulara sobre Axle, uma "cabeça em miniatura fantasmagórica" saiu do cristal do reploid, como um gênio saindo de uma lâmpada.

    -Não se preocupe com ele, Axle é um veterano, um "macaco velho"! - disse brincando - ou melhor, um brócoli velho. Daqueles que tem um gosto tão ruim que ninguém quer comer. Sendo um reploid, as chances de ser atacado por demonios e anjos é menor...que tipo de lucro em termos de alma eles teriam? Tenho certeza que encontraremos coisas bem interessantes antes de nos reencontrarmos... hmhmhm....HMHMHM.....MWAHAHAHAHA!

    O "Outro Fuyu" identico ao primeiro, que já monitorava o trio, simplesmente se aproximou, seu cristal em posse de Artemia. Ao contrário do primeiro, parecia bem mais sério, com feições mais serenas, e um semblante mais sábio, talvez. Possivelmente a tal divisão da propria alma em 2 entidades refletiam também 2 aspectos bastante distintos um do outro, de forma quase opostas; o pesquisador overlorde infernal e o raposo brincalhão.

    -Não se preocupe, sr. Axle. Vigiarei-os com tudo o que for de meu alcance. Afinal, Tetsuya é meu filho. Artemia é quase como uma filha para mim também. E Jasor, bem, digamos que devo ao...pai dele muitas obrigações de mantê-lo são e salvo. - disse, com um sorriso sereno, o rosto coberto com uma discreta barba por fazer. Enquanto isso, o primeiro Fuyu, com Axle, fazia caras e bocas de forma brincalhona, girando o pescoço em 360º como O Exorcista. Ambos os espectros voltariam, enfim, para dentro de suas respectivas pedras/cristais pouco depois.

    Tetsuya notou que Jasor já saíra a caminho de algum rumo - e começou a seguir na mesma direção. Gritou e acenou à Artemia, um pouco mais rabugento que antes.

    -Você está nos atrasando denovo, idiota! Não fique se despedindo como se nunca fosse vê-lo denovo, em breve estaremos aturando esse robô denovo! - dizia, com um semisorriso, sem abandonar os traços rabugentos na feição. Era uma forma de demonstrar afeição ao reploid, de certa forma.
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    Mensagem  Artemia Seg Out 24, 2016 5:37 pm

    Pendurada em Axle, Artemia o abraçou com o máximo de força que pôde, ainda que soubesse que faria pouca diferença para o reploid. Sentiu seus olhos lacrimejarem facilmente enquanto ele lhe dizia palavras reconfortantes e esperançosas. Ainda assim, sorriu quando o reploid brincou com seu nariz, repetindo o gesto na superfície lisa entre seus olhos, já que ali não havia nada.

    - Cuide-se, Axle... volte inteiro, por favor! Não quero ver nenhuma de suas pétalas fora do lugar, tá me ouvindo?!

    Disse ela, quando voltou ao chão. Seus pés arderam com o gelo da neve, queimando vorazmente sua pele antes que conseguisse pular para o tablado de madeira em frente à porta da cabana. Observou a estranheza entre as duas figuras de Fuyu e riu de sua metade brincalhona. Apesar de estar saltitando por conta da queimadura e ardência, a ruiva captou a discreta reclamação do reploid acerca de um manto. Com o coração apertado, ela secou mais uma lágrima enquanto o observava caminhar ao longe. Cada vez mais longe...

    - Considere isto como um presente, para que não se esqueça de mim. Use-o sempre!

    Exclamou alto, devido à distância, estalando os dedos em seguida. Imediatamente, uma longa túnica surgiu no corpo de Axle, o cobrindo por inteiro, da cabeça até o calcanhar: era negra como a própria escuridão; seu tecido era de um algodão firme e grosso, cujas extremidades continham um acabamento refinado de couro também negro. O capuz era largo e espesso, ocultando grande parte de sua cabeça. Um detalhe que talvez o reploid não percebesse de imediato era um pequeno e discreto desenho de uma rosa costurada em ambas as mangas da túnica.

    - In aeternum, ab imo corde, venia in hoc signo vinces...

    Com alguns giros discretos com os indicadores de suas mãos, a demonesa envolveu o manto com uma antiga magia que ela havia aprendido a manipular, há anos atrás, enquanto projetava seu guardião, Poppy. Axle notaria uma luz terrosa surgir à sua volta e ser completamente absorvida pelo manto, sumindo de vista em seguida.

    Artemia, ao longe, sorriu para ele e acenou de volta, adentrando na casa e se esquecendo momentaneamente do constrangimento com Tetsuya, ainda há pouco. Também não fez menção de explicar que a magia aplicada ao manto era uma junção de alquimia com magia arcana, através da manipulação de uma série de elementos para gerar um escudo que o protegeria contra ataques de fogo, lhe rendendo uma defesa de dez pontos. É claro que sua forma blindada não seria inquebrável, mas o encanto o resguardaria em momentos preciosos.

    Sentindo-se aliviada em ter usado seus anos de estudo para algo útil, além da sua recente nova capacidade de criar vestimentas ter servido bem nas últimas horas, a ruiva observou Jasor procurar algo pelos armários. Parecia aflito enquanto abria todas as gavetas possíveis, e antes que ela pudesse lhe perguntar o que fazia ali, ele encontrou o que queria: uma grande garrafa de rum completamente selada. Artemia lembrou-se do vício incurável de seu pai, dos momentos em que ela o buscava na cidade para que não se afogasse em sua própria bebedeira...

    Em silêncio, ela o observou projetar um fogo na palma de sua mão e sair da cabana, em seguida. Com um estalo, uma ideia veio à cabeça de Artemia – algo que certamente a salvaria do problema de caminhar por toda aquela neve...!

    Assim que o barman saiu da casa, não percebeu que a ruiva estava logo atrás. Antes de pisar na neve novamente, ela ergueu as palmas das mãos para baixo e depois para cima, fazendo surgir uma pequena chama verde esmeralda envolta em cada um de seus pés. Hesitante, ela deu o primeiro passo, pisando na neve fofa: como havia esperado, as chamas não se apagaram, permanecendo vivas e crepitantes, a protegendo do gelo a todo instante.

    - Ufa, bem melhor. – suspirou.  

    Imaginava que enquanto sua metade angelical não se pronunciava, ela poderia usar aquelas chamas até resolver o que fazer. Sentindo os ventos gelados, a demonesa projetou rapidamente em seu corpo uma túnica similar à de Axle, porém sem todo o reforço blindado – certamente, repetir o processo a faria esgotar sua pouca mana restante. Era a primeira vez, em tanto tempo, desde que cobrira seu corpo com tanto tecido. Aquilo a fez se sentir estranha, definitivamente.
    Ouviu Tetsuya gritar e agir como o mesmo velho ranzinza de sempre. Ela riu, balançando a cabeça negativamente, enquanto corria para alcançar tanto ele, quanto Jasor, mais à frente.

    - Não é estranho que justo a gente ficou com o Fuyu rabugento? Por que você tem que parecer tanto com ele, hein, Tets? Podia se parecer mais com o Fuyu brincalhão, ele é mais divertido.

    Implicou, rindo e empurrando o raposo para o lado. Mal reparou que o havia chamado justamente pelo apelido carinhoso que lhe dera há algum tempo atrás, quando não havia ainda aquele mundo de complicações entre eles.
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    Mensagem  Axle The Red Ter Out 25, 2016 8:28 pm

    Sorriu quando ela mencionou sobre suas petalas, ja se distanciando. Ninguem antes havia se preocupado tanto, ou falado de suas petalas assim. Quase não percebeu que a ruiva estava falando de presente com ele quando percebeu algo surgir repentinamente em seu corpo. Por um momento achou que estava sendo atacado pelos anjos investigadores, até perceber que o que estava em seu corpo era uma roupa. Erguendo o braço, o tecido negro balançou, macio e espesso, com um reforço na borda. E um pequeno desenho...uma rosa.

    Axle riu consigo mesmo. Quando usava aquele "disfarce" nunca prestava atenção a detalhes. Certa epoca era de um tecido rustico, muito parecido com saco de batatas. Em outra era camuflado, para melhor se adaptar a floresta, com suas proprias manchas ganhas com o tempo. Nenhum deles era esteticamente bonito ou decorado. Virou-se para agradecer, quando testemunhou o rito em latim e o movimento com as mãos. Ela estava fazendo um magia, que agregou-se a roupa. Mas para que, não sabia dizer. Artemia tinha se afastado e agora não teria como saber.

    Ela realmente tinha se importado quando o ouviu resmungar. Dessa vez ficaria com pena quando algo rasgasse ou sujasse o tecido. Pelo menos se sentia mais confortavel, protegido. Mas porque tinha que ficar com a versão humorista de Fuyu ! Brocoli velho...parecia Kadiya falando. Mais uma vez seguiu sua trilha, uma silhueta escura se perdendo entre as arvores.
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    Mensagem  Jasor Messast Qua Out 26, 2016 8:10 pm

    Por sorte tinha achado uma bebida. Uma garrafa, ainda selada. Parecia estar esquecida ali, de modo que Artemia não fosse muito propensa ao alcool, ou tivesse decidido parar com aquele caminho. Não tinha ideia qual era a historia por trás daquele frasco, mas sabia qual seria dali por diante: esvaziar. A ruiva não tinha reclamado, e nem parecia interessada em beber. Alem do mais, era importante para a caminhada carregar algo para se aquecer.

    A bota afundava na neve mais do que gostava, atrapalhando ate a velocidade que podia caminhar. Por que diabos ali era tão frio ? De longe ouviu a cacofonia de vozes que pertenciam a um unico ser: Fuyu. Quase se arrependeu de olhar para trás quando viu dois fantasmas ao mesmo tempo, um deles imitando o filme Exorcista. O kitsune parecia ser aliado deles ate aquele momento, mas isso seria uma verdade definitiva ? Pouco sabia sobre o mundo dos fantasmas. E se eles perdessem a memoria, e voltassem como nevoas de agonia sepucral, assim como nos filmes ? E se Fuyu tivesse perdido toda a eventual bondade que havia quando vivo, e agora apenas imitava seu antigo eu para engana-los ?

    Por outro lado, ele parecia dizer a verdade sempre que soltava alguma informação. Parecia genuinamente disposto a proteger seus filhos. Se a dica dele fosse verdadeira, encontraria alguma pista de seu pai na cidade. Há quantos anos não recebia noticias. Nunca soube direito o que acontecera naquele dia, quando apressado disse a Jasor que precisava fugir para protege-lo. Proteger do que !

    Tetsuya logo o seguiu, parecendo entender melhor a urgencia de seguirem para outro lugar, mas continuava o garoto irritante de sempre ! Quando estava bem tudo o que fazia era reclamar, fosse batendo o dedão numa quina ou chamando alguem. E esse alguem estava bem empolgada lançando feitiços pra la e pra ca. O ultimo foram solas de fogo e um manto para manter o misterio.

    - Esperta

    Queria ter pensado naquilo antes. Mas de qualquer maneira não saberia como fazer, então não adiantava. A mão esquerda agora era sua fonte particular de aquecimento. Ela precisava segurar o fogo da lareira o tempo todo. Se "soltasse", não sabia se poderia acender novamente. Com os dentes rompeu o lacre da garrafa e desenroscou a tampa. O dedo mindinho foi até a boca e encaixou-se no lado concavo da tampa, levando o item ate o bolso de seu casaco de couro. Depois de toda aquela manobra, virou a garrafa dando um longo gole. O rum descia por sua garganta, queimando. Era uma boa sensação

    - Dois rabugentos no mesmo grupo é demais ! Nao tenho sorte mesmo....


    Disse brincando, sarcastico

    - Rabugento pai, estamos indo na direção certa ?
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Qui Out 27, 2016 1:03 pm

    -Hmpf....eu não pareço com ninguém além de mim mesmo. Esse "Fuyu divertido" é inconsequente e fala besteiras demais; provavelmente é ele que fez todas as besteiras no passado.

    Franziu a testa e cruzou os braços torcendo o nariz, empurrado pro lado, quase dando de frente com uma arvore. O fitar do olhar do raposo parecia ser calculista, de quem planejaria uma vingança em breve; o tipico olhar zangado que, no fundo, parecia se divertir com a situação. Mas apesar de ter aceitado a existencia do pai, ainda não parecia estar pronto para ser comparado a ele de alguma forma.

    Apesar de não ter qualquer problema com o frio, não tinha a mesma afinidade com gelo que o pai, de forma que caminhava entre a neve usando a espada embainhada recém-presenteada como bengala para se apoiar melhor, também afundando os pés como Jasor.As 9 caudas agitadas eram talvez o unico indicio de que parecia estar gostando do clima gelado. Olhou por cima do ombro, notando as chamas esverdeadas deixadas a cada passo da garota na neve, com um pequeno arrepio. As chamas não pareciam derreter a neve, mas pareciam queimar a vegetação congelada próxima, fazendo-as murcharem quase que de imediato.

    O cristal emitia fracos brilhos, conforme as sílabas metálicas da voz de Fuyu eram emanadas no cristal:

    -Ah, srta. Artemia, pareceu-me mais prudente deixar convosco meu aspecto mais sério e calmo. Mas agaranto-vos-lhe que em nenhuma de minhas partes há qualquer rabugentisse...como houve comunhão e separação voluntaria de meus fragmentos, não pude deixar 100% de mim mesmo com cada um. Certas coisas quantitativas, como potencial mágico podem ser relativamente fracionados, mas personalidade não, tratando-se este de um atributo qualitativo. Não é possível ser 50% calmo; ou se é, ou não se é. Grosso modo, dizer-vos-lhe-ia que há meu eu racional e o emocional; acredito ser uma pergunta retórica qual ficou a vosso encargo. Em breve estaremos fora da floresta, sr. Messast; a direção está correta. Basta manterem o sol da manhã às costas e chegaremos em talvez 2h.


    Quando passavam por debaixo de uma arvore coberta por neve, inesperadamente Tetsuya deu um chute no tronco, fazendo um amontoado de neve razoável cair sobre Jasor e Artemia. Mordeu os labios por dentro para não rir, soltando um pigarro de quem se esforçava bastante para conter a gargalhada e ergueu o nariz, seguindo adiante. Assim, respondia à provocação inicial de Artemia. Adiante, quando não poderiam notar sua feição, esboçaria um sorriso quase maquiavelicamente infantil.

    ...

    Enquanto Axle se afastava com seu novo manto, solitário, o vento lateral soprava, ondulando o tecido. Adiante o sol pela metade nascendo atrás dos morros de neve e árvore. O cristal azulado não perderia o momento e a cena para fazer mais uma brincadeira, e começou a assobiar uma musica do velho-oeste, satirizando a figura do "lobo solitário" vivenciada pelo reploid naquele momento, conforme seguiam pela neve em direção ao proximo destino.

    -"phoooy-uy-yuuu....wan, wan, wan........phoooy-uy-yuuu....wan, wan WAN!.....phoooy-uy-yuuu....wan, won won wooooon...."



    Era o recomeço de mais uma grande caminhada, com destino incerto, em busca de mais respostas cujas questões apenas se multiplicavam...

    ====Fim do capítulo "A odisséia das raposas" XD=====
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    Mensagem  Artemia Qui Out 27, 2016 2:05 pm

    Como sempre, Artemia não estava atenta a qualquer perigo em relação à Fuyu, como Jasor. Já havia sido enganada pelo Doppelganger antes, porém a experiência pareceu não ter afetado em nada seu aprendizado. Assim que a luz espectral do raposo começou a falar, a ruiva precisou parar de caminhar para entender cada palavra. Ligeiramente boquiaberta, ela franziu o cenho, procurando entender o motivo de o raposo estar chamando-a de “senhorita” e usando palavras que nem sua bisavó usaria.

    - Er… certo. Vamos fazer assim. Eu finjo que te entendi e você para de falar, que tal? - disse ela, rindo e agitando as mãos, brincando.

    De fato, eles ficaram com a parte mais chata do Fuyu, ela pensou.

    Deixando o espectro de lado, ela continuou a caminhar quieta. Era a última deles, e por isso observava silenciosamente as costas de cada um. Era a primeira vez em que os três ficariam sozinhos. E justo os dois rapazes, que se detestavam, teriam que seguir juntos..! Artemia não conteve um sorriso fraco, lembrando-se das brigas ciumentas que eles já tiveram. Quem sabe este não era o momento perfeito para eles se acertarem e se tornarem amigos de uma vez por todas?

    Percebendo o esforço de Jasor em caminhar, e seus ombros ligeiramente trêmulos pelo frio, a ruiva adiantou seu passo e segurou a mão dele, rapidamente entrelaçando seus dedos. Antes que ele se assustasse com o gesto, ela sorriu tenra e apontou para as suas mãos coladas: uma luz esverdeada surgiu, englobando todo o braço e, posteriormente, todo o corpo do barman. Junto com a luz, surgia uma sensação de aquecimento; como um abraço carinhoso de alguém amável, que se estendia até as pontas dos dedos dos pés de ambos. Parecia que toda energia criada por Artemia se expandia harmonicamente quando em contato com Jasor, lhes fornecendo uma sensação única de acalento.

    Toda essa sensação calma durou alguns minutos, apenas - até Tetsuya chutar a árvore e deixar todo aquele gelo cair em cima deles, se tornando água pura ao entrar em contato com o calor exuberante que emanava de ambos. Artemia soltou a mão e olhou estupefata para suas vestes encharcadas: uma onda de frio insuportável tomou conta de seu corpo, acabando com qualquer vestígio de calor em sua pele. Assustada, a ruiva olhou para os lados e viu Tetsuya caminhando mais rapidamente, como quem fugia após fazer uma tremenda besteira.

    - Oras, seu….!!!

    Ela gritou, tentando produzir chamas para contra-atacá-lo, mas falhando miseravelmente: enquanto seu corpo se mantivesse gelado e encharcado, ela não conseguiria produzir nada quente. Sendo assim, a ruiva resolveu o problema da melhor maneira que poderia: correu até ele e contra-atacou à base do murro.

    - Volta aqui, seu miserável, egoísta, estúpido, idiota…! - gritou ela, enquanto esmurrava Tetsuya com toda força que podia.

    Seu corpo todo estava encharcado, da cabeça aos pés, e toda aquela movimentação parecia deixá-la com menos frio - o que lhe gerou mais motivação ainda para continuar. Artemia, até então, parecia ter se esquecido de que bastava estalar os dedos para produzir novas roupas, limpas e secas.
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    Mensagem  Jasor Messast Sáb Out 29, 2016 10:32 am

    Mais um gole. A bebida o fazia se sentir bem e aquecia seu corpo. Um otimo remedio para alguem que sentia tanto frio. Enquanto tivesse uma garrafa do lado, parecia que conseguia resistir muito melhor ao frio, e seu animo ate melhorava tambem. Nunca tinha ficado bebado antes, não importa quantos copos entornasse, mas quando ouviu o falatorio de Fuyu acho que essa era a primeira vez.

    - Sou so eu que não entendi uma palavra do que ele falou ?


    Brincava, embora uma boa parte do palavreado realmente se perdesse para o loiro. Estava mais facil entender sobre as teorias do fim do mundo e o funcionamento de fragmentos de fantasma do que aquele dialogo. Pelo menos tinha entendido que estavam indo na direção certa.

    Preocupava-se apenas com o caminho a frente e a caminhada dificil devido a maldita neve quando alguem agarrou sua mão. Virando o rosto rapidamente viu o belo rosto cheio de sardas da ruiva, e um sorriso enigmatico. Apontava para as mãos. Os dedos estavam entrelaçado, e o fogo que carregava abrigado no interior das palmas. Então sua cor foi mudando do amarelo, ganhando lentamente um tom esverdeado até ser toda completamente pela nova cor. O fogo contido cuspiu linguetas entre as brechas da mão e tomou o corpo como se a pele tivesse coberta de rum, cobrindo-os inteiramente como da primeira vez que havia compartilhado o poder. Tomou cuidado com a garrafa na mão direita, ou ela poderia explodir com o contato do fogo.

    A cor não era a mesma, mas o efeito era igual ao fogo laranja que havia criado uma vez. Jasor a olhou atraves do manto incandescente, tentando entender o que ela sentia afinal. Sempre que achava que tinha entendido ela fazia algo que o deixava confuso. Mas ainda não ia ser agora que decifraria o enigma. Antes que pudesse pensar mais em algo neve caiu sobre os dois, tornando-se agua instantaneamente pelo fogo e molhando-os completamente. Mais uma vez estava molhado no meio do frio. E o culpado dessa vez era a raposa rabugenta.

    - FILHO DA PUTA !!!

    Mais que uma provocação do qual ja estava acostumado, o mestiço tinha acabado com a proteção quem tinham contra o frio. E pior, estavam mais vulneraveis ainda por estarem molhados. Jasor arrancou com violencia desmedida um galho pesado da arvore e jogou na cabeça de Tetsuya, ainda tendo tempo de arremessar mais um antes que Artemia pudesse alcança-lo. Agora seu caminhar era duas vezes mais lento e realmente estava tremendo, com um olhar pouco amigavel no rosto. Entornou o rum na boca, as bolhas de ar subindo para a base da garrafa enquanto o conteudo era drenado, permanecendo por uns 10 segundos assim antes de voltar. Inspirou como se estivesse se afogando, e expirou quase como um rugido rouco. O frio doia direto em sua pele, mas a dor o fazia ficar ainda mais furioso. Por dentro o alcool o aquecia, de modo que conseguia continuar andando quase "a lá terminator"
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Sáb Nov 05, 2016 9:57 am

    Um suspiro se fez audivel do cristal de Artemia; as roupas e pele encharcados de tanto Artemia quanto Jasor pareciam se cristalizar em gelo negro imediatamente, dando pouco tempo para rearranjo das moleculas em contração; o resultado seriam finas escamas de gelo caindo dos trajes e do corpo, numa secagem instantanea, sem o sofrimento da exposição ao frio. O efeito fora tão rapido que mal teriam tempo de sentir o frio do contato com as escamas, afetando seletivamente a água ao redor de ambos. Aquela onda congelante parecia transpor inclusive à chama de ambos, impedindo o re-derretimento da água.A fração séria de Fuyu ali contida sabia bem da fragilidade ao frio de ambos, e o risco de hipotermia mais facil naqueles dois.

    De certa forma parecia ainda tentar "ensinar" à Artemia, uma vez que ela sentiria claramente os processos com que Fuyu fazia aquilo, talvez pela proximidade com seu corpo. Notaria as particularidades de concentrar a magia em pontos específicos, de forma rápida e intensa, ao contrário dos efeitos duradouros aos quais estava mais habituada a fazer. E se era possivel implodir com gelo, os mesmos efeitos com suas chamas verdes poderia ser algo bem mais explosivo...algo util a se considerar e tentar no futuro.

    Enquanto isso, Tetsuya abaixava a cabeça e as orelhas pontudas, levando a as mãos à nuca, tentando se proteger dos socos enquanto resmungava a cada golpe. De costas à ela, Artemia mal notaria a face pueril e travessa do loiro, que continuava a tentar se apressar em passos largos e as pernas espaçadas, tentando se desvencilhar da neve que engolia-as até o joelho.

    -Ugh....Ei!ouch!Pare com ....agh! Olhe, já estamos chegadando!

    Ele disse, apontando numa direção qualquer. Só queria distraí-la com outra coisa qualquer; os golpes de Artemia estavam bem mais pesados depois das transformações que passara de humana até então.
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    Mensagem  Artemia Seg Dez 05, 2016 3:16 pm

    Por um momento, Artemia parou de estapear Tetsuya para olhar à frente e ver se enxergava o destino o qual o vulpino lhe apontara. No entanto, a ruiva não viu nada além de árvores secas e um grande nevoeiro que se aproximava densamente, envolvendo-os aos poucos em sua camada vaporosa branca, não os permitindo visualizar nem sequer um palmo à sua frente.

    - Talvez seja melhor nos apressarmos...

    Disse ela, puxando Tetsuya para que se aproximasse e caminhasse ao seu lado. Parecia ter se esquecido completamente da briga anterior até o segundo em que visualizou a face travessa do loiro, lembrando-se de sua chateação logo em seguida. Com um murro no topo de sua cabeça, a ruiva resmungou:

    - Vê se para de aprontar, Tets! Isso é sério. Não sei como vamos fazer para caminhar nessa neve por tanto tempo... olha só esse nevoeiro!

    E então olhou para trás, procurando o barman.

    - Jasor!
    – gritou ela, procurando-o com os olhos, mas não enxergando nada além da neblina. Os sons de vento surgiam rapidamente, como gritos em lamento. A ruiva voltou seus passos para trás, esticando os braços, buscando algum sinal de Jasor. – Cadê você?!
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    Mensagem  Jasor Messast Dom Jan 01, 2017 4:42 pm

    Literalmente por magica, agora estava seco. Não apenas suas antigas roupas tinham sido conjuradas do nada, agora a agua tinha desaparecido do seu corpo. E o pior: ele tinha sentido uma onda de frio arcano, que ao inves de causar ainda mais sofrimento, se livrou da umidade. Por uns longos momentos, olhou para si, tentando entender sem sucesso o que diabos tinha acontecido ali. A confusão tomou espaço da raiva, e agora tinha aquele olhar perdido de "onde eu estou me metendo"

    Lembrou de quando estava quase na mesma situação, coberto com saliva de dragão no frio. Aquilo lhe deu um arrepio extra, que não era de frio. Chacoalhando a cabeça, livrou-se da lembrança. Embora agora estivesse seco, isso não eliminava a baixa temperatura do ambiente ou a maldita neve. E agora não tinha nem o fogo da fogueira, nem a chama verde de Artemia para lhe aquecer.

    Bufando, continuou caminhando na neve com muita dificuldade. Ouviu um voz abafada pela ventania chamar seu nome, mas quando levantou a cabeça não conseguia ver quase nada. Que tempo desgraçado era aquele

    - Estou aqui ! De onde veio essa merda de nevoa !

    Disse ao ar, sem saber qual a direção que estavam naquele momento. So faltava ele se perder numa nevasca agora. Era so. O que. Faltava.
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Qua Jan 25, 2017 8:29 pm

    -....atenção.

    A voz de Fuyu disse, de forma quase robótica, como um alarme eletrônico contra invasores, o que aumentava ainda mais a tensão no local. Foi só quando percebeu a névoa começar a envolvê-lo que o raposo filho percebeu o que de fato estava acontecendo. Os pêlos das caudas se eriçaram, as orelhas vulpinas se voltavam para trás em posição defensiva, corroborando o ohar semicerrado e alerta.

    Talvez por instinto e a memória remota de segurança junto à ruiva, a mão de Tetsuya foi de encontro à dela, entrecruzando os dedos e apertando, como que temeroso por uma separação. E mesmo àquela curta distancia, parecia ver apenas um vulto, um borrão onde Artemia estava. E só então percebia a gravidade daquela situação.

    -Oy...barman imprestável, onde está se escondendo!?


    Tentava tatear pelo loiro com a mão livre. Dessa forma, acabavam aumentando o raio de detecção, reduzindo as chances de se separarem ainda mais. Naquele momento, a névoa estava tão espessa que sequer sabia se era de fato a mão da ruiva em contato com a sua. Os sussurros - que na audição aguçada do raposo eram quase à mesma altura que um dialogo normal - lhe deixavam ainda mais inquieto com aquilo. Mas tendo vivido tantos horrores, traumas e perdas até então, era dificil transtorná-lo apenas com aquilo. Pelo menos até então. A aura mista de trevas e luz, puro e profano, começavam a envolve-lo, numa esperança de talvez aquilo conseguir atrair Jasor, como um farol.

    Mas claro, poderia muito bem atrair outra coisa...
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    Mensagem  Artemia Qui Abr 13, 2017 5:52 pm

    (Depois de séculos, eis que eu posto! XD)

    Os olhos de Artemia se encheram de lágrimas por conta do nevoeiro que se intensificava a cada minuto. Assim que sentiu os dedos de Tetsuya se entrelaçarem aos seus, a ruiva sentiu um arrepio imediato. Será que era ele mesmo?

    - Tetsuya? Jasor?!

    Gritou, em vão. Os sinistros sussurros que ecoavam através da névoa a deixaram ainda mais apreensiva. A estranha sensação de que estava sendo observada também não ajudava em nada seu nervosismo.

    - Tetsuya..? Está me ouvindo? É você?

    Perguntou, ofegante de nervoso. Apertou os dedos e sentiu sua textura. Conhecia aquela mão. Era de Tetsuya. A garota o puxou mais para perto, ainda que não o ouvisse. Seus ouvidos foram tampados por apenas o som dos sussurros...
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Sex Abr 14, 2017 3:55 pm

    -Estou aqui...!
    Ele dizia, se aproximando ao ser puxado. Sentia o medo e insegurança de Artemia e, sem pensar muito, impulsivamente os braços do rapaz a envolveram, acomodando-lhe o corpo contra o dele, a cabeça junto ao tórax. As batidas do coração do rapaz, calmas, ofuscaram pelo menos metade dos sussurros, uma vez que a orelha esquerda da ruiva estava diretamente m contato com seu peito.

    A aura mista de luz e trevas que o envolvia tocava-a levemente, a fração pura não mais afastando-a como antes. Pelo contrário, instilava uma certa paz, conforto e segurança. A negra por sua vez carregava orgulho, poder, uma hostilidade protetora. Ambas pareciam dar uma idéia à ruiva do que seria o ponto de equilíbrio que o rapaz conseguia manter sem sofrer tanto como ela. Mas uma coisa era ver um equilibrista de circo facilmente andar sobre o monociclo sobre uma corda a metros de altura; outra era ser o próprio malabarista.

    -Jasor!...JASOR!.....AO MENOS RESPONDA SEU RETARDADO! – Tetsuya esbravejava, ainda esperando resposta. Apesar dos desentendimentos, parecia sinceramente preocupado com o barman. Não tivera resposta, após longos segundos de silencio do loiro. Artemia notaria 3 estrelas de gelo se formarem entre os dedos de cada mão de Tetsuya, de aspecto metálico esbranquiçado, claramente imbuídas com magia sagrada que, novamente, não causavam o mesmo mal-estar que outrora.
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    Mensagem  Artemia Seg Abr 17, 2017 6:04 pm

    Artemia se deixou levar completamente por aquele abraço. Não estava esperando, mas aquilo a acalentou de tal maneira, que qualquer frio que estivesse sentindo deixou de existir por alguns segundos. Ainda assim, ergueu a cabeça para procurar por Jasor, sumido no meio da névoa. Não o encontrando de forma alguma, a preocupação no coração da ruiva fez o frio e o nervosismo virem à tona.

    - JASOR!!!

    Gritou mais uma vez para o nada, soltando Tetsuya do abraço, ainda segurando seus braços. Porém, algo captou sua atenção: uma luz fraca surgia no alto, no horizonte. Parecia brilhar parcamente, aumentando sua intensidade conforme os segundos passavam e ela se aproximava, até que finalmente sua luminosidade já não pôde ser mais ignorada. Erguendo uma mão para acima dos olhos, Artemia puxou Tetsuya para que este reparasse na estranha luz também, que agora brilhava logo acima de suas cabeças.

    - Que merda é...

    Um som metálico grave estrondeou acima deles; a neve abaixo de seus pés tremeu como em um início de terremoto - Artemia se segurou em Tetsuya e gritou, apavorada, procurando manter-se de pé.

    Subitamente, a luz os invadiu, dispersando a névoa entre eles. Não era possível distinguir seus corpos, do tanto que a luz os dominou. Ao mesmo tempo, Artemia sentiu uma onda enrijecer todos os seus músculos e os paralisar pouco a pouco, começando pelas suas pernas, subindo a cintura, o tórax...

    - Tetsuya... Tets...

    Gemeu, apavorada, apertando a mão dele. Tetsuya também sentiria o mesmo efeito paralisar seu corpo pouco a pouco, como uma energia que petrificasse seus músculos, começando de baixo para cima. E a luz continuava ali, forte, brilhante; o som metálico ecoava em seus ouvidos com força e brutalidade, desnorteando aos poucos seus sentidos...
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Ter Abr 18, 2017 5:05 pm

    -...mas o que....!!

    As pupilas iam contraindo, como reflexo à intensificação da luz. Semicerrou os olhos, levando o antebraço direito aos olhos. Impulsivo como o habitual, arremessou as estrelas de gelo metálico diagonalmente para o alto, em direção à luz. Era algo inutil, mas ainda assim, não iria desistir de tentar fazer algo. Deu dois passos adiante, fazendo menção de que iria começar a correr para longe dali, quando o tremor iniciou. Ampliou sua base afastando as pernas, e as 5 caudas visiveis agitavam, eriçadas, mantendo o equilibrio do kitsune, enquanto curvava-se para tentar puxar Artemia para segurá-la nos braços e tentar fugir.

    -INFERNO! NÃO EXISTE UM MOMENTO DE SOSSE...!!!!JASOR! ARTEMIA!

    E logo a luz foi cegando-o ainda mais. Apesar de sentir os musculos se enrijecendo cada vez mais, parecia lutar o quanto podia; sem o controle das pernas, caiu ajoelhado para frente, mas tentava ainda ajudá-la a se levantar. Tinham que fugir dali. Mas infelizmente, herdara do pai também uma das piores fraquezas; a audição aguçada vinha com o terrivel preço de uma sensibilidade a ataques sonoros. O som metálico retumbava nos timpados do loiro como socos no rosto; o corpo finalmente pendeu para o lado, caindo ao lado da ruiva, em decubito ventral, o rosto de olhos fechados pela luz intensa.

    -...m....Mia....

    O raposo desmaiaria muito antes de Artemia ou da paralização acabar de tomá-lo por inteiro.
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    Mensagem  Artemia Ter Abr 18, 2017 7:13 pm

    Com o barulho estrondoso, Artemia não conseguiu ouvir Tetsuya gritar. Seu coração disparou quando sentiu a mão que a segurava afrouxar o aperto - a ruiva não conseguiu acompanhar a queda do vulpino graças à petrificação constante em seu corpo. Quando seu próprio pescoço já não se movia, ela fechou os olhos com força, aguardando o pior. Estaria morrendo? Não poderia morrer agora! Não antes de dizer...

    - Tetsuya... eu te...

    A petrificação terminou seu processo e a demonesa congelou onde estava, desmaiando no percurso. Tanto ela, como Tetsuya, já não veriam mais nada, tampouco sentiriam seus corpos levitarem calmamente até o alto nebuloso. Não ouviriam o estampido que anunciava a aceleração de um motor altamente potente. Não sentiriam as estranhas e geladas mãos tocarem seus corpos, despindo suas roupas, investigando suas cicatrizes...

    Luzes de todas as cores se pronunciavam como em um prisma. Uma mão se ergueu para o alto, tentando alcança-las. Dedos roseados, longos e finos. Papéis ao vento, um tumulto - muitas pessoas. Todas caminhando para lados opostos. Um soro precário; gotas caindo lentamente. Costas nuas enrijecendo seus músculos. Sangue, suor. Sexo.

    Artemia abriu os olhos.

    A princípio, não conseguiu se mover. A visão turva e embaralhada não permitiam que o ambiente tomasse uma forma que fizesse sentido - a ruiva fechou os olhos novamente para ter certeza de que não estava sonhando. Uma dor intensa na nuca a fez querer se erguer após constatar que estava deitada em uma cama confortável. Suas mãos tocaram a superfície macia e sentiram uma textura de seda. Aos poucos, formas fizeram sentido: o travesseiro fofo abaixo de sua cabeça; os lençóis estampados em um dourado reluzente, aparentando ouro puro; o dossel de madeira fina contendo um tecido translúcido...

    Seus olhos focaram em uma janela aberta, cuja cortina de seda flutuava com a brisa fresca de uma manhã ensolarada.

    "Isso é... um sonho?", perguntou para si mesma, analisando melhor o ambiente. Era um quarto circular suntuoso, repleto de objetos ornamentados em ouro e madeira, uma penteadeira ao lado da cama, um guarda-roupas enorme cujos adereços combinavam com a decoração do quarto inteiro, finalizando com uma porta imensa e ornamentada. Tudo isso abaixo de um lustre dourado maior do que a própria Artemia.

    A garota se levantou da cama lentamente. A dor na cabeça piorou, mas ela sabia que valeria a pena investigar. Notou seu corpo e reparou que usava um vestido delicado, grácil. Seu tecido rosa, leve e um pouco emplumado parecia ter saído de um conto de fadas. Chegou até a porta. Não demonstrou surpresa ao encontra-la trancada. Caminhou até a janela e observou a paisagem montanhosa e perfeita - cachoeiras e pastos intensamente verdes compunham um visual natural e encantador -; Artemia ficou na ponta dos pés para observar a altura da janela e não era possível ver abaixo o final. Aquela parecia ser uma torre maior do que qualquer outra torre que já tenha visto na vida.

    "Tetsuya" foi a única palavra que veio à sua mente, apesar do crescente desespero tomar conta de seu coração.

    Nuvens brancas, esfumaçadas; expressões julgadoras e o sorriso de uma mulher esbelta e loira se fundiam às expressões zangadas, ora delicadas de Artemia; tudo isso em um misto que fez Tetsuya acordar do que parecia ser um sono pesado. Aos poucos, o vulpino recobraria seus sentidos e se veria deitado em uma cama dura e gelada. Os móveis ao seu lado eram de uma madeira envelhecida e mofada. Havia uma janela aberta que permitia uma suave brisa adentrar o ambiente, espalhando a poeira dos móveis pelo ar. Embora a janela estivesse aberta, não iluminava muito, mantendo o quarto em uma penumbra sinistra. Um armário no canto continha um porta retratos antigo e amarelado. Uma cadeira de balanço rangia ao lado da cama. Sentado na cadeira, um jovem rapaz dormia pacificamente.

    Assim que Tetsuya acordou, o rapaz roncou alto e despertou violentamente de seu sonho, praticamente saltando da cadeira.

    - Maaaa! Paaaaaaa! Ela acordou! Ela acordou!

    Berrou ele, virando o rosto na direção da porta ao lado da janela. Ele se levantou da cadeira e se aproximou de Tetsuya, sussurrando assustadoramente próximo ao seu rosto:

    - Finalmente... minha irmãzinha...
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Qua Abr 19, 2017 5:24 pm

    Franziu a testa, de olhos fechados, levando a mão aos olhos. Que dor de cabeça absurda! Sentia o som metalico reverberar ainda dentro da cabeça, mesclando-se com as imagens do que imaginava ser flashes de sonho, ou delirio. Ainda se recuperava, confuso, tentando reunir as peças das lacunas que lhe faltavam. Mas só se recordava da névoa, a luz, de Artemia caída, os tremores.

    -....Art....emia?ugh...

    Foi abrindo os olhos lentamente, apoiando o braço na cama para se sentar. Sentia o corpo todo doer pela rigidez da cama; não se importou com o frio. Foi quando começou a de fato tentar raciocinar onde estava. O ronco e o grito do rapaz fizeram-no semicerrar os olhos e franzir a testa, como se ainda estivessecom uma terrivel dor de cabeça, uma ressaca pelo ataque sonoro prévio. A expressão facial era mais rabugenta do que nunca.

    -...ela?....Mia??

    O foco da atenção se voltara para o arredores; parecia mais preocupado em saber do paradeiro da ruiva do que sua atual situação, e quem seria o estranho rapaz. Foi então que percebeu que se dirigia à sua pessoa. Com uma expressão ainda mais irritada, recuou um pouco quando o rapaz se aproximou, usando a mão ao lado para dar mais força e projeção à joelhada que daria no queixo do rapaz.

    -Irmãzinha!? você está louco!? quem é você, seu idiota? e que lugar é esse!?

    Bradejava, conforme recuava, apoiando-se na cabeceira da cama para se levantar.
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    Mensagem  Artemia Qui Abr 20, 2017 3:49 pm

    Enquanto Tetsuya bradejava, um fino sorriso surgia nos lábios do jovem rapaz, que não parecia ter mais de treze anos. Seus olhos lacrimejaram de emoção, suas mãos tremeram tentando alcançar o rosto do vulpino, parando no meio do caminho, receosas.

    - Como é bela...

    Sussurrou ele, abobado. Tetsuya poderia olhar para si próprio e veria que estava em sua forma masculina - nada nele denotaria qualquer dúvida sobre seu sexo. Contudo, o garoto suspirava, ansioso. Não pareceu se importar com as palavras agressivas do vulpino, tampouco com sua posição defensiva - muito pelo contrário, parecia se deliciar com aquele momento...

    - João! Saia de perto!

    Uma mulher vestida completamente com trapos adentrou correndo no quarto, retirando o garoto de perto de Tetsuya e o empurrando para longe. Seus cabelos negros apresentavam inúmeros fios brancos devido à idade já avançada; as mãos incertas secaram um suor impertinente no tecido de seu avental sujo. Seus olhos cinzentos encontraram os de Tetsuya e logo os deixaram, temendo encarar muito.

    - Perdoe o João! Ele não sabe ter modos. Tava te esperando por tanto tempo...

    Sorriu fracamente, mostrando alguns dentes apodrecidos em sua boca. Um homem abriu a porta e adentrou no quarto com certa urgência. Ele carregava um machado sujo com algum tipo de gosma verde fedorenta. A aparência do homem não era diferente da dela - era tão sujo e tão velho quanto. Ele encarou Tetsuya em silêncio até sair do quarto e sumir de vista.

    - Oras, mas que modos eu tenho?! - exclamou ela, após encarar o vulpino por um tempo, como se despertasse de um transe. - Está com fome? Ah, não importa, não importa. Para onde você vai, terá bastante comida. Bastante!

    E riu, empolgada. Tetsuya, no entanto, sentiria que seu corpo estava ligeiramente diferente: suas caudas não existiam mais. Não haviam orelhas vulpinas no topo de sua cabeça. Foram substituídas por orelhas humanas. Tampouco havia sinal de Fuyu naquele pesadelo. O que estava havendo?

    O homem com o machado retornou ao quarto com João em seu encalço. O garoto parecia estar trêmulo. O sorriso da mulher murchou, sua atitude mudou de um segundo para o outro. Lá fora, o vento frio adentrava ainda mais o quarto e Tetsuya começaria a sentir a temperatura o incomodar, como nunca, em toda sua vida, jamais havia incomodado.

    Contudo, em UolCity nada acontecia por acaso. E nada acontecia com normalidade. Uma luz surgiu no centro da Praça St. Sebastian e fez um dragão inteiro desaparecer. Ao que parecia ter passado algumas horas, o enorme Venkar abriria seus olhos e a primeira visão que teria era a de uma parede de pedras úmidas logo à sua frente. Seu corpanzil estava acomodado em um chão terroso e levemente úmido. Após sentir uma extrema dor em suas mandíbulas, o dragão sentiria um aroma salgado no ar, e junto a isso, o som de ondas quebrando em um oceano não tão longínquo...

    Conforme despertasse daquela sensação vertiginosa, o dragão repararia à sua volta: além das paredes rochosas e úmidas, havia uma enorme abertura cuja luz intensa mal permitia que fosse possível vislumbrar a areia branca e o incrível oceano à frente. Ao passo que observaria a caverna, notaria duas estranhezas ali:

    Uma era um conjunto extenso de velas acesas entre outras apagadas, arranjos de flores do campo e estátuas de madeira de dragões diversos.

    A outra era o corpo de uma mulher morta.

    Suas vísceras estavam completamente soltas, seguindo um rastro de sangue que terminava justamente logo abaixo das patas de Venkar, sujas e repletas de vestígios do momento de seu banquete...

    A brisa leve do dia que amanhecia era a mesma em todos os cantos daquele estranho lugar. Mais alta do que as próprias nuvens, uma torre se estendia e revelava uma certa ruiva que se debruçava sobre a janela em uma tentativa frustrada de ver o que havia abaixo. Desconcertada, Artemia saiu de perto e esmurrou a porta com vontade.

    - Alguém aí?! Oi?!

    Irritada, resolveu se sentar na cama novamente, pensando no que faria a seguir. Pousou os cotovelos nos joelhos e abaixou a cabeça, passando os dedos pelos cabelos vermelhos. E foi aí que notou algo diferente.

    Não havia mais chifres no topo de sua cabeleira.

    Assustada, Artemia se levantou e reparou em seu corpo. Os seios já não eram mais tão volumosos. Sua cintura fina já não fazia mais o contorno sensual de antes. Sua cauda não existia mais.

    - Humana?!

    Foi a única coisa que conseguiu exclamar, tateando sua pele. Não era mais demonesa, tampouco havia em si a metade angelical. Artemia havia voltado a ser a mesma humana de antes. A garota não sabia se ria ou chorava, se gritava ou se escondia. Estar sozinha no alto daquela torre já era o bastante para se desesperar.
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    Mensagem  Venkar Qui Abr 20, 2017 4:41 pm

    Estava bastante atordoado por causa da luminosidade e ruído metálico intensos, o que quase o fez perder a consciência.

    Ao acordar, notou que não estava mais na cidade, estava em uma caverna! Não sentia mais o que o prendia no chão e se levantou um pouco, cessando o movimento ao sentir o forte cheiro ferroso de sangue. Baixou o focinho e finalmente percebeu o corpo da mulher estripada e suas próprias garras sujas de sangue.

    Assustado recuou dois passos, piscando os olhos. Sua bocarra doía, mas não sabia o porquê. O que estaria acontecendo, quem o tinha trazido ali? Onde estava Yumi? Não sentia o aroma dela em lugar algum... apenas... algo salgado, estava em uma caverna próximo do mar... então não estava em seu lar, pois o lago tinha água doce.

    Viu todas aquelas velas, algumas acesas e outras apagadas e as pequeninas estatuetas de dragão, de madeira ... e parecia ligar os fatos... uma mulher morta... velas... algum feiticeiro o havia trazido até aquela caverna... mas com que propósito? No mesmo instante pensou se havia sido capturado e tratou de checar seus próprios membros, para ver se não haviam algemas de metal.

    Parcialmente aliviado, se voltou para a larga entrada, e após alguns instantes deixando os olhos acostumarem á luz intensa, meteu a cabeça e parte do longo pescoço para fora, afim de descobrir onde estava, e o que havia ao redor.
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    Mensagem  Tetsuya Kitsune Dom Abr 23, 2017 6:29 pm

    A sobrancelha direita do rapaz tremia, quase um tique nervoso diante de toda aquela confusa situação. Ser confundido com o sexo oposto era o menor de suas preocupações - queria saber exatamente como fora parar ali, e o que ocorreu desde que perdeu a consciencia na neblina iluminada, fatos estes que iam voltando com cada vez mais força. Estava já de pé sobre a cama, na parte da cabeceira, as mãos apoiadas na parede.

    -João? e como estava me esperando, se nunca os vi antes!? Quem são vocês, e que lugar é esse!?

    E se calou por alguns instantes, fitando o homem que entrava. O machado ensanguentado - ou pelo menos considerava ser sangue; muitos demonios mais bestiais tinham aquele tom de cor em suas veias - fizera-o semicerrar os olhos e adiantar um dos pés, flexionando os joelhos, numa clara pose de defesa e contra-ataque. Se ainda tivesse caudas, estariam com os pêlos eriçados e agitantes. Pouco a pouco relaxou a musculatura corporal, quando o homem saiu silenciosamente. Voltou a atenção à mulher.

    -E para onde exatamente eu vou, ou vocês pensam que eu vou?

    Frisou o "pensam" com um tom ironico, deixando bem claro sua desconfiança. Como fazia com todos, na verdade; demorara certo tempo para confiar em Axle e Artemia também. E novamente fez silencio, conforme notou o homem abrir a porta novamente. O frio trazido com o vento fez seu corpo estremecer, trazendo uma sensação completamente nova e jamais experimentada antes. O que era aquilo? medo? não, já sentira o medo antes. Procurou as caudas, e esforçou-se em fazê-las aparecer. Nada. Os olhos do rapaz começavam a adquirir um aspecto de desespero, percorrendo todo o quarto, num zigue-zague frenético. O que havia acontecido!? levou a mão à cabeça, incrédulo, e não encontrou as orelhas pontudas. Pegou uma coberta velha que o cobrira previamente, cobrindo seu corpo, como se sentisse completamente exposto e vulnerável.

    -O-o que...o que fizeram comigo...?

    Balbuciava, usando a coberta como uma capa para aquela realidade absurda em que se encontrava. Mais do que agressividade, o sentimento que o tomava agora era de insegurança, incerteza, confusão.

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