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O que aconteceu após o golpe militar de 17 anos atrás...


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Dr. Dimitri Boskonovitch
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    Mensagem  Alicia Walkers Qua Abr 13, 2016 11:20 am

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    Mensagem  Rhodes Qui Abr 14, 2016 2:51 pm

    Cinco dias.

    Haviam se passado cinco dias desde o ultimo telefonema do seu contato no bar do pequenino vilarejo a cerca de cinco quilômetros de sua casa. O homem havia apenas informado que o seu contratante, estava finalizando os negócios com o capitão do navio que iria buscá-la para a viagem até o local de seu mais novo trabalho.

    Depois de vários serviços e pesquisas em ruínas infrutíferas e banais, este era o primeiro trabalho que parecia prometer alguma aventura. O contato tinha informado apenas que encontraram ruínas desconhecidas no continente do Ártico, bem no meio de grandes geleiras. E que um grupo de pesquisadores e arqueólogos foram chamados para investigar o local. Alicia havia sido chamada por sua coragem e determinação por jamais deixar algo aparentemente sem resposta, sem resolução. A parede de seu escritório era uma das provas disto: dezenas de quadros e fotos dos mais diversos locais do mundo.

    Na manhã do sexto dia, o seu telefone tocava finalmente! Era o mesmo de antes. Dizia que um capitão de nome Rhodes a esperava em um dos quartos de seu estabelecimento. Ele teria mais detalhes sobre a expedição.
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    Mensagem  Alicia Walkers Qui Abr 14, 2016 4:38 pm

    Era uma manhã calma de sexta-feira. O sol pouco esquentava a temperatura fria ao lado de fora da pequena casa em frente ao lago, cujas águas batiam lentamente nas rochas, provocando aquele familiar som de calmaria. Assim era a vida em Nuuk, capital da Groelândia, um local tranquilo em meio ao turbilhão que assolava o restante do mundo.

    Alicia já estava acostumada com esse ritmo calmo, afinal, já vivia naquela casinha há cerca de três anos. Havia se graduado em Arqueologia e explorado alguns sítios ao redor do mundo, mas nada se comparava à sensação de estar em casa sozinha, em meio aos seus estudos e pesquisas de teorias conspiracionais que ela sabia o quanto irritava as grandes corporações.

    Esse foi um dos grandes motivos que a levou a aceitar o contrato daquela estranha ligação há seis dias. Após ter desligado o telefone, Alicia lembrou-se de ter corrido até sua casa para iniciar uma incansável pesquisa acerca dos mistérios ao redor das Geleiras do Ártico. Afinal, o que tinha lá que era de tanto interesse para alguém, a ponto de coordenar toda uma pesquisa em um local tão inóspito? O tempo passava e as perguntas se acumulavam quanto mais ela pesquisava sobre teorias e esperava o retorno da ligação.

    Até que, finalmente, seu telefone tocou. Não, não era sua irmã, como de costume. Era Jones, do pequeno bar no povoado perto de sua casa. E ele trazia novidades.

    Alicia não conteve sua ansiedade assim que desligou o telefone. Observou à sua volta e reparou o quanto havia estudado até então: sua parede já não cabia mais informações; mal dava para notar a cor de sua pintura. Fotos das geleiras, recortes de jornais e pontos de interrogação que se conectavam diretamente à Grande Guerra do passado... Afinal, o que aquilo tudo significava?

    Caminhou até o pequeno e bagunçado sofá e pegou seu casaco preto de couro. Passou até o criado-mudo ao lado da porta e apanhou suas chaves. E então, dando uma última olhada em sua parede repleta de recortes, abriu a porta e saiu.

    Ao lado de fora, o sol bateu forte em seus olhos. Retirou de dentro do seu casaco um par de óculos Ray Ban preto e o colocou rapidamente sobre os olhos enquanto caminhava até sua motocicleta antiga, porém clássica. Assim que se sentou no assento, amarrou seus longos cabelos dourados em um coque improvisado e vestiu o capacete rígido completamente preto.

    Com a chave na ignição, a jovem arqueóloga deu partida em sua moto e rumou até a cidade.
    Velozmente, ela chegou até o pequeno povoado. Estacionou em frente ao bar de Jones e desligou o motor. Antes de se levantar, retirou o capacete e jogou seus cabelos para o lado, deixando-os cair em cascata em seus ombros e costas. Sabia que podia deixar seu capacete ali mesmo e ninguém roubaria. Assim era a vida em Nuuk, pensou mais uma vez.

    Assim que adentrou o bar, retirou os óculos e os guardou em seu bolso do casaco. O local era escuro, ainda mais depois de ficar tanto tempo abaixo do sol. Avistou Jones e o cumprimentou brevemente com a cabeça, acenando positivamente. Finalmente conheceria a história por trás daquele misterioso contrato.


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    Mensagem  Rhodes Sex Abr 15, 2016 12:09 pm

    Dentro do bar, das oito mesas presentes, a metade estava ocupada pelos fregueses habituais, pessoas simples que moravam naquele pacífico povoado. Alicia até podia notar alguns rostos conhecidos. Fred, um dos técnicos que consertavam as lanchas estava comendo seu ensopado favorito, e acenou para ela alegremente assim que a avistou passar pela porta, que tinha uma campainha baixa. Sueli uma moça de traços orientais também abanou com a mão, era filha de um pescador, um dos seis responsáveis por trazer grande parte da comida do povoado.

    O atendente Jones estava terminando de entregar um prato bastante cheiroso para um casal quando Alicia entrou, e sorriu gentil para ela, acenando com a cabeça. Logo ele se afastou da mesa e se aproximou dela, apertando sua mão.

    J- Alicia! Chegou cedo! Vamos não quer se sentar? Tomar algo ou comer?

    Se ela permitisse ele a puxaria para alguns metros mais afastado, na direção do balcão onde uma mulher terminava de lavar e enxugar alguns pratos e talheres, a arqueóloga veria que era Olga, um dos donos do estabelecimento. Era uma senhora de quarenta anos aproximadamente e vestia roupas simples, mas funcionais, na cor cinza clara. Ela acenou com a cabeça de modo amistoso para Alicia, e voltou aos seus afazeres.

    J- O capitão está no segundo andar, no quarto 12. Ele é do tipo quieto... apenas chegou e mencionou o seu nome, disse para chamá-la aqui. Alguns de seus homens estavam consigo... mas já foram embora, parece que iam para uma guerra pelas suas roupas e armas...

    Falou mais baixo, com o rosto perto de seu ouvido, e logo voltou a sorrir mais abertamente, tentando disfarçar um pouco.
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    Mensagem  Alicia Walkers Sex Abr 15, 2016 1:08 pm

    Conforme caminhava para dentro do bar, sua visão foi se acostumando com a pouca luz que havia no local, diferente do intenso sol ao lado de fora. Alicia acenou com a cabeça, esboçando um quase sorriso para Fred, e assim fez o mesmo movimento, porém levantando brevemente a mão, para Sueli. Todos naquela comunidade conheciam bem a reservada loira, sabendo como é quase impossível arrancar longos papos ou risadas dela. A não ser uma vez, quando o velho Malik, escultor da cidade, presenteou Alicia com uma pequena escultura – que cabe na palma da mão – da própria arqueóloga, usando uma saia de hula-hula e segurando um violão: assim que viu, Alicia abriu um largo sorriso e o guardou com carinho.

    Ao avistar Jones, a loira estendeu sua mão e o cumprimentou, caminhando até perto do balcão, onde Olga estava. O aroma delicioso de comida que permeava o local fez a jovem arqueóloga salivar. Seu estômago roncou no mesmo instante, mas resolveu ignorar o fato quando ouviu o testemunho de Jones acerca do capitão no andar de cima e seus aparentes capangas usando armas.

    - Hum... isso está ficando cada vez mais interessante, Jo. – sussurrou ela, com seu timbre de voz levemente rouco; o rosto perto do ouvido dele ainda. – Obrigada. Eu vou lá falar com ele agora mesmo.

    E, dizendo isso, Alicia apertou amistosamente o braço de Jones e caminhou até a escada no canto do bar, ao lado dos banheiros. Ao terminar de subir os degraus, a loira se viu em um corredor pequeno e estreito e caminhou até a porta 12. Quando a alcançou, deu três leves batidas com o punho na madeira. Assim que obtivesse resposta, abriria a porta e adentraria no quarto do capitão.
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    Mensagem  Rhodes Ter Abr 19, 2016 9:46 am

    O corredor estava bem iluminado, algumas pessoas saiam de seus quartos, descendo para o desjejum, um homem a acompanhou até quase chegar á porta de número doze mas ele parou na décima, tirou uma chave do bolso e lhe deu um silencioso bom dia antes de entrar, fechando a porta logo em seguir.

    Ao chegar á porta correta, Alicia podia ver que a mesma estava apenas encostada quando ela bateu de leve com os nós dos dedos. Uma voz veio de dentro, meio abafada.

    - Entre e feche, por favor.

    Assim que entrou, ela podia ver um homem de costas, com as mãos para trás. Possuía um uniforme claramente militar, na cor branca em sua maioria e botas e luvas negras. Ao se virar, Alicia via que ele tinha por volta de trinta ou trinta e cinco anos. Um oficial relativamente jovem, que sorriu ao vê-la e com um gesto ofereceu para que sentasse em um banco de couro. Havia uma mesa logo adiante com alguns papéis e uma garrafa de vinho, com dois copos vazios.

    - Gostaria de se sentar?

    Se ela sentasse ou não, ele começaria a falar.

    - Imagino que tenha recebido uma ligação ou uma carta referente á uma descoberta feita recentemente no polo norte, não? Fui contratado para levá-la e a outros indivíduos para identificar exatamente o que são essas coisas.

    Ele coloca diante dela, na mesinha, fotos aéreas do que seria o local de seu futuro trabalho. Pareciam construções de pedra sobre uma vasta planície de neve, haviam formações de gelo, em formatos que não pareciam ter sido feitos pelo tempo. Pareciam estacas ou espinhos apontados para o céu, espaçadas uma certa distância uma das outras, haviam oito delas, um detalhe interessante é que a distância entre elas era exatamente igual.

    - Meus homens estão prontos para partir agora mesmo, Srta Walkers. Suas coisas já estão prontas?
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    Mensagem  Alicia Walkers Ter Abr 19, 2016 12:41 pm

    Assim que bateu à porta, Alicia sentiu um ligeiro frio na barriga. Estava ansiosa há dias por esse momento, esperando arduamente por alguma resposta. Finalmente teria algumas, embora soubesse que trabalhos misteriosos assim nunca revelavam a história completa por trás das requisições. Quando adentrou, intrigou-se com a pouca idade que o homem parecia ter, ainda mais com seu sorriso educado. Talvez estivesse esperando alguém mais velho, carrancudo e cheio de cicatrizes: o típico empreiteiro de aventuras arqueólogas.

    - Obrigada. – disse, apenas, ao ser oferecido o assento. Alicia caminhou até o banco e sentou-se, cruzando as pernas e apoiando suas mãos no joelho. Ela aproveitou o momento para observar melhor o espaço em que estava, bem como a mesa à sua frente contendo papéis e copos vazios.

    Rhodes, como ela já havia tomado nota de seu nome anteriormente, pôs-se a falar antes mesmo que ela se ajeitasse no banco. A loira franziu o cenho ao observar as fotografias, buscando conecta-las mentalmente com suas pesquisas nas madrugadas em sua casa. As estacas e espinhos poderiam passar por formações glaciais da localidade, porém, o que mais intrigava era seu formato perfeito, bem como as distâncias entre os pontos. Sua cabeça deu início a mil questionamentos; seus dedos coçaram para pegar o notebook e iniciar uma pesquisa maior, agora que tinha em mãos fotos autênticas do local.

    Quando Rhodes voltou a falar, Alicia encontrou dificuldade em desviar seu olhar da fotografia e encara-lo para ouvir sua pergunta. Não, suas coisas não estavam prontas. Deveriam estar? Culpa de sua inexperiência, a arqueóloga pensou que teriam uma breve conversa e um prazo para estar no local. Costumava ser assim com outros trabalhos – mas, desde o princípio esse serviço de agora parecia ser qualquer coisa, menos comum.

    - Preciso pegar algumas coisas na minha casa, antes de partir. – disse, usando seu tom sério de sempre. - Ferramentas necessárias para a pesquisa. Nos encontramos aqui em, digamos, meia hora? – perguntou ela, erguendo-se do banco e já caminhando até a porta.

    Antes que se esquecesse, a loira virou-se para ele, para mais uma pergunta.

    - Quem fará parte da minha equipe? Sou a única arqueóloga encarregada?
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    Mensagem  Rhodes Ter Abr 19, 2016 3:01 pm

    O jovem capitão tinha pele clara e cabelos lisos curtos. Os olhos escuros transmitiam calma, talvez fosse um recém-formado das forças militares... mas de que país? Não havia simbolo de qualquer país em sua vestimenta. Apenas uma estrela de três pontas, duas apontadas para o alto e na cor dourada.

    Ele já tinha conhecimento de quem era Alicia Walkers, seu superior havia lhe informado sobre suas capacidades e trabalhos realizados com sucesso no passado. Por isso que quando ela entrou ele foi direto ao assunto. Na verdade ele estava mais acostumado a receber ordens do que dá-las, e acabou se esquecendo de se apresentar.

    Também não sabia exatamente o que uma arqueóloga utilizava em seus trabalhos e pesquisas, mas ao vê-la sem mochila nem nada supôs que ela precisaria se preparar, por isso a pergunta. Assim que ela se levantou, ele a cumprimentou com um aceno da cabeça.

    - Melhor em uma hora, iremos para o pólo norte Srta, sugiro que pegue o máximo de cobertas e suprimentos. Ah, desculpe os meus modos... o meu nome é Frederick Rhodes, mas todos me chamam apenas de Capitão Rhodes.

    Recolhia as fotos vendo que ela já se dirigia á porta, iria oferecer uma bebida mas no fim achou melhor não. A viagem ia ser longa, e poderia conversar e conhecer mais a fundo esta mulher, a respondendo a seguir.

    - Meu comandante disse algo sobre uma outra pesquisadora, mas caso ela não apareça, iremos apenas nós. Eu tomei a liberdade de contratar alguns homens para carregar algum equipamento extra caso precise... é só pedir para o seu contato Jones que eles irão até a sua casa. Eu retornarei para meu navio, estamos ancorados na doca seis. Será fácil nos encontrar... você vai entender o porque.

    Sorriu e esperou ela partir para então terminar de arrumar suas coisas, e trancar o quarto, para devolver a chave para o dono do estabelecimento.
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    Mensagem  Alicia Walkers Ter Abr 19, 2016 3:43 pm

    Alicia havia notado as características físicas do jovem capitão, bem como suas vestimentas claras e extremamente alinhadas; diferente dela, cuja camiseta branca por baixo de seu casaco de couro estava levemente amarrotada, seus cabelos jogados para o lado; sua calça jeans era velha e com alguns buracos propositais. Ela havia percebido, também, o quão polido e educado ele era: algo não muito comum nos capitães que cruzaram seu caminho. Assim que ele introduziu seu nome, a loira se aproximou, ficando a apenas um passo de distância, esticando a mão para cumprimenta-lo com um aperto firme.

    - Alicia Walkers, mas todos me chamam apenas de Alicia.

    Disse ela, ainda com seu semblante sério. Rhodes poderia notar que ela parecia ser do tipo difícil de arrancar um sorriso. Apesar de sua aparência levemente desleixada, Alicia não deixava de ter quesitos atraentes; como seu corpo esbelto e fino, olhos acinzentados e os lábios carnudos e vermelhos. Em suas bochechas, havia alguns resquícios leves de sardas.

    - Estou à par sobre seus homens e o tipo de equipamento que eles carregam, Capitão...

    Comentou ela, ainda o encarando firmemente. Parecia estar desconfiada do tipo de serviço a que estava sendo contratada, e certamente iria querer ir a fundo para descobrir tudo sobre.
    Assim que soltou a mão dele, a loira deu alguns passos para trás, colocando as mãos no bolso de seu casaco.

    - Doca seis, então. Em uma hora estarei lá.

    E, dito isto, Alicia virou seu corpo para a porta, a abrindo e saindo do recinto. Desceu as escadas que levavam até o bar e avistou Jones, acenando brevemente com a cabeça antes de sair para o lado de fora.

    A luz do sol ainda ardia. Alicia caminhou até sua moto, colocou seu capacete e deu partida no motor. Em breve, estaria de volta à sua casa.
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    Mensagem  Rhodes Ter Abr 19, 2016 5:09 pm

    Apertou a mão da loira de forma gentil, sorrindo de leve. Mas logo percebeu que ela era do tipo que não seria tão fácil de conquistar, mal sorria, e o olhava desconfiada. Logo soltou sua mão e inclinou de leve a cabeça. Ela mencionou as armas de seus homens, mas ele tinha se referido á possíveis equipamentos pesados que ela poderia ter necessidade de trazer junto, e ele também tinha seus... equipamentos especiais.

    - Você deve ter visto os meus homens, e é claro que eles portam armas... o mar não está mais tão tranquilo como antes, Alicia. Depois da guerra muitos países caíram e outros entraram em uma anarquia total... alguns deles foram tomados por grupos criminosos que incluem até piratas modernos. Portanto todo o cuidado é pouco. Mas a nossa rota felizmente é pouco frequentada e acredito que não encontraremos nenhum problema, não se preocupe. Nos vemos em uma hora então.

    Se despediu dela, ainda sorrindo levemente.


    ---------------

    Uma hora depois, ao se aproximar com sua moto ou carro, ela podia ver diversas embarcações, algumas de pescas, outras de passageiros, que foram utilizadas para trazer a maior parte das pessoas que moravam na cidade. E .... na doca seis... Alicia podia jurar que estava vendo coisas... pois o que estava ancorado... na verdade era apenas um pequeno bote, com o capitão Rhodes e mais dois homens. Porém o que estava á distância, era um imenso encouraçado, com diversas torretas e duas torres de três canhões ENORMES na proa e uma na parte de trás, parecia uma embarcação daquelas imagens antigas em preto e branco, daqueles navios da Segunda Guerra Mundial... mas estava em perfeito estado, e parecia novo! Que tipo de empresário a tinha contratado?... para mandar um navio daquele porte e poderio para lhe buscar?... o que estavam indo investigar exatamente? Iam para uma guerra? Todas estas duvidas com certeza inundariam a cabeça da jovem arqueóloga conforme ela se aproximava.

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    O capitão estava no cais de madeira, conversando com um soldado, todos eles vestiam uma farda cinza clara e portavam o mesmo brasão da estrela de três pontas. Assim que ela se aproximasse, ele acenava a cabeça para ela, e sorrindo para variar falou.

    - Chegou na hora certa. Meus homens colocarão suas coisas em um segundo bote que está vindo, eu irei acompanhá-la pessoalmente, tenho certeza que você tem algumas perguntas que gostaria de serem respondidas. Vamos?

    Apontava com a palma da mão aberta para a rampa, para que ela descesse ao pequenino barco e o capitão logo iria atrás.



    [esta segunda parte do post se preferir eu posto em uma mensagem separada hehe caso ela faça algo diferente que necessite de mais resposta da minha parte]


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    Mensagem  Alicia Walkers Ter Abr 19, 2016 5:41 pm

    Em sua moto, Alicia corria acelerada até sua casa. Ainda precisava organizar muitas coisas, em especial as inúmeras roupas que precisaria levar. Jamais esteve no Ártico, mas graças à sua viagem recente à Rússia, a loira não vê necessidade em fazer compras antes de embarcar nesse novo serviço.

    Esteve pensando a respeito do que Rhodes havia lhe dito, a respeito dos piratas modernos. O que gostariam de roubar em uma embarcação que ela imagina ser pequena e simples? De qualquer forma, ela teria tempo o suficiente para formular teorias e hipóteses do mesmo jeito como sempre fazia.

    Estacionando a moto na frente da sua casa, Alicia retirou seu capacete e o jogou de qualquer jeito em cima da pequena mesa de madeira na sua sala. Rapidamente, pegou uma mala de mão e sua mochila de couro. Na mala, colocou vários casacos pesados e roupas que precisaria usar durante sua viagem. Na mochila, guardou seu notebook, iPod e vários documentos, incluindo as fotografias e seu diário, onde ela notificava todas suas descobertas e rabiscava desenhos entre uma teoria e outra.

    Após pegar pertences pequenos, como escovas de dentes e sabonetes, a loira deu uma boa olhada na sua sala, agora sem fotografias na parede. Jogou a mochila nas suas costas e segurou com uma mão a mala. Após olhar uma última vez, ela saiu porta afora.

    Em frente à moto, Alicia apoiou a mala atrás de suas costas, a prendendo na sua mochila, para que não caísse. Com o capacete de volta à cabeça, ela deu partida e rumou para a estrada, levantando poeira por onde passava. Quando chegou à cidade, estacionou sua moto próxima ao cais.

    Assim que avistou Rhodes, a loira correu os olhos para o pequeno bote à sua frente. Olhou mais a fundo e viu a gigantesca embarcação afastada de tudo e todos. A loira ergueu as sobrancelhas, aturdida com a descoberta. Estavam indo para uma guerra e ela não sabia? Para quê tanta segurança contra esses tais piratas, se iam apenas fazer uma descoberta no meio do Polo Norte?
    Não se tratava de uma simples descoberta. Havia algo perigoso à fundo, e Alicia estava decidida a descobrir o que era.

    - Capitão. Sim, tenho perguntas, e sim, gostaria de esclarecer algumas... – ia dizendo ela, com seu costumeiro semblante sério.

    Ela caminhou pelo píer de madeira e entrou no bote, sentando-se no primeiro banco que viu. Estava o tempo todo focada no imenso navio que a esperava. Aquele suspense todo estava deixando Alicia cada vez mais nervosa e intrigada, a ponto de conseguir sentir um leve formigamento em seu estômago.

    Esperou Rhodes sentar-se e então começou a falar.

    - Do que se trata essa pesquisa, afinal? Não acho que esses piratas sejam perigosos o suficiente para precisarmos de uma embarcação tão... Imponente. Não acha que isso atrai atenção? Contra o que vamos nos defender? Preciso saber de detalhes, capitão. Detalhes.
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    Mensagem  Nacht Walkers Ter Abr 19, 2016 9:18 pm

    *Antes que Rhodes chegasse a responder o telefone de Alicia tocaria alucinadamente. Na tela de seu celular apareceria a identificação de quem ligava "maninha". Não demoraria para que uma mensagem fosse enviada

    "Nacht chegou no aeroporto a meia hora e não ligou mais. me avise quando estiverem juntas."

    *Nacht, o nome da sobrinha aspirante a arqueóloga. Pelo visto em sua empolgação com o novo contrato Alicia esquecera que receberia uma visita prolongada....e que devia ter ido ao minusculo aeroporto esperá-la...e que acabaria comida viva quando a irmã descobrisse*

    TIA ALYYYYYY

    *Ou quando descobrisse que a filha de 16 anos estava sobre uma moto, sem capacete lotada de bagagem correndo em alta velocidade na neve em direção a uma doca onde um enorme navio de guerra estava ancorado*

    TIA ALYYY ME ESPERAAAA

    *Uma visão do inferno vindouro*
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    Mensagem  Rhodes Qui Abr 21, 2016 6:52 pm

    O Capitão esperou a arqueóloga andar até o bote e se ajeitar em um dos bancos, havia só mais um soldado ali junto com eles, que logo desceu até a embarcação e tomou seu lugar perto do motor, logo o ligando.

    Assim que Rhodes desceu com um dos pés no bote, ouviu o que a mulher falava, ela parecia imensamente curiosa com o que estava se metendo, sorriu consigo mesmo, ele mesmo ficaria desconfiado além dos limites na mesma situação. Então começava a falar tentando acalmar um pouco Alicia.

    - Eu preferia não revelar os detalhes aqui, neste barquinho... mas sim em um local mais aquecido e confortável... mas vejo que isto está te corroendo... então é o seguin...

    Parou de falar quando ouviu uma voz estridente bem alta! Olhou para os lados e o soldado que o acompanhava pegou sua arma, até mesmo o capitão sacou seu pequeno revólver que estava escondido sob uma dobra frontal de sua vestimenta. Finalmente viu uma jovem, de uns aparentes quinze ou dezesseis anos se aproximando velozmente em uma moto que parecia não aguentar de tanta bagagem. Ouviu o que ela disse e olhou levantando uma sobrancelha para Alicia.

    - Aly? Você a conhece ? Não me disse que levaria sua filha... ou parente. Fui informado que seria uma outra pesquisadora.

    Perguntou já guardando a arma, e esperando a resposta da mulher no barco. O soldado também baixou sua arma. O outro bote já havia partido com as coisas de Alicia em direção á enorme embarcação de guerra.
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    Mensagem  Alicia Walkers Sex Abr 22, 2016 2:08 am

    Sentada no bote, à espera do capitão, Alicia apertou a mochila contra seu corpo. Havia permitido que levassem para o enorme navio apenas sua mala - jamais deixaria carregarem seu diário, notebook e anotações as quais ela daria sua vida por.

    Quando Rhodes sentou-se à sua frente, ela sentiu uma vibração incômoda no bolso traseiro de sua calça, indicando uma ligação persistente em seu celular. Havia ignorado as duas primeiras vezes, ainda mais quando o capitão começou a falar finalmente seus planos quanto a esse gigantesco navio de guerra.

    Tudo aconteceu ao mesmo tempo. Assim que Alicia pegou o celular na mão e leu a mensagem rápida de sua irmã, Rhodes foi interrompido bruscamente pelo barulho intenso de uma moto, junto a um grito estridente que Alicia conhecia muito bem.

    Havia sentido uma pontada em seu coração; a lembrança de que sua sobrinha estava para vir a Nuuk veio à tona em sua cabeça, ao mesmo tempo em que agora a via em cima de uma moto repleta de bagagens: lá estava ela, agora saltando, gritando e correndo na sua direção - para o susto de todos ali, incluindo o da própria Alicia, que não imaginava encontrar a garota naquele local.

    - Nacht....?!

    Exclamou ela, se levantando do banco. Havia se esquecido completamente da sobrinha! Então, como um flash rápido em sua memória, lembrou-se imediatamente da última conversa que teve com Sarah, sua irmã: em uma das inúmeras madrugadas de pesquisa intensa na internet, sua irmã ligou para avisar da ida de Nacht a Nuuk. Ocupada e sem paciência, Alicia apoiou o celular em seu ombro e concordou - distraidamente - com tudo que Sarah dizia, enquanto passava os olhos pelos diversos textos a respeito das geleiras profundas do Ártico. Ao final da conversa, concordou mais uma vez com alguma afirmação da irmã e desligou o telefone, mordendo o pedaço de uma pizza velha em seguida. Não tinha a menor ideia do que Sarah havia lhe dito.

    Bem, agora sabia o que a irmã tanto falou ao telefone naquela noite.

    O terror em ver a sobrinha correndo na sua direção praticamente surgiu em câmera lenta, até que a menina a pegou de surpresa em um abraço repentino. Alicia deu alguns tapinhas nas costas da menina, procurando organizar seus pensamentos: sim, ela estava ali. Mas, fazendo o que? O que raios Sarah tinha na cabeça para enviar sua sobrinha nesse fim de mundo para uma mera visita?

    Um flash veio à sua mente e lembrou-se que Nacht estava iniciando seus estudos como arqueóloga, seguindo os passos da mãe e da tia. Alicia servirá como tutora e mentora durante sua estadia em Nuuk, e agora a pequena menina estava sob sua responsabilidade. Ou seja, teria de leva-la onde quer que fosse, mesmo sendo um navio de guerra repleto de homens armados até os dentes em um projeto misterioso no meio do Pólo Norte.

    - Er... Rhodes, esta é Nacht. Minha... Minha sobrinha e assistente. Servirá de grande ajuda durante as pesquisas, afinal, tem sido minha pupila desde bem mais nova.

    Disse ela, tentando parecer o mais convincente possível para o capitão. Estava com as mãos nos ombros da menina bem mais baixa que ela; sua expressão estava mais séria que nunca. Protegeria Nacht com unhas e dentes, agora que percebera que a sobrinha faria parte de seus dias no Ártico.

    Abaixou sua cabeça para olhar Nacht. Como havia crescido de um mês para o outro! Precisava descobrir como a sobrinha descobriu onde ela estava. E... Onde conseguiu aquela moto?! Teriam bastante tempo para conversar, e foi apenas isso que fez Alicia largar esse assunto de lado, ainda que por enquanto.

    - Nacht... Este é o Capitão Rhodes. Ele estava para me contar agora mesmo o motivo de estarmos indo embarcar em um navio de guerra, sendo que fomos contratadas para o que parecia ser uma mera pesquisa de campo.

    Introduzir Nacht ao capitão foi a melhor forma que encontrou de desviar a atenção dele para o fato de ter uma menor de idade em um navio daquele porte. Ainda assim, manteve seu olhar calmo e direto no capitão, aguardando respostas.
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    Mensagem  Nacht Walkers Sex Abr 22, 2016 12:09 pm

    *Saltava da moto jogando o cabelo bagunçado para trás e ajeitando o mochição de viagem nas costas. Olhou feio para a tia enquanto testava em qual mão dava para segurar a outra bolsa. Estaria agora exigindo explicações se não tivesse acabado de perceber o enorme navio atrás de Alicia. O queixo caiu e não voltaria para o lugar tão cedo.

    Caminhou não muito rápido até a beira do cais e ficou mirando a magnifica embarcação com os olhos esbugalhados de uma criança sonhadora. Mal percebeu quando a tia retornou e inventou uma desculpa qualquer para um dos homens.*


    ....Nooooooooooooooooooooosssaaaaaaaaaa.

    *Sentiu a pressão no ombro e voltou, em parte, à realidade.*

    P-prazer, Kapitän Rhodes.

    * Olhou agora assustada para o tal capitão...que era um gatinho. Corou e tratou de desviar o rosto para a moto já que a tia perguntava por ela*

    É do teu vizinho. A chave tava na ignição. Como você não ouviu quando eu berrei eu resolvi usar ela para te seguir. Melhor ligar pra ele.

    *Fazia cara de pouco caso por ter roubado a moto e em seguida abria um sorriso animado*

    Parece que não vai dar pra devolver hoje. Vamos entrar nesse barcão enorme?

    *Uma pena que Alicia não prestara atenção na conversa com a irmã, ou saberia que a sobrinha tomou bomba em metade das matérias já no primeiro período da faculdade. Algum problema sobre manter-se concentrada e seguir exatamente o que foi solicitado.*
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    Mensagem  Rhodes Sáb Abr 23, 2016 2:21 pm

    Observou Alicia abraçar a criança que veio na moto, provavelmente não tinha sequer documentos pela forma como pilotava, e teve certeza que nem sequer era dela, assim que começou a conversar com Alicia. Mas nada comentou a respeito. Assim que Alicia explicou que "essa" era sua assistente, levantou uma sobrancelha de leve. Estava claro para ele que era uma mentira descarada, porém a seriedade na expressão da mulher lhe mostrava que ela defenderia sua sobrinha com a vida.

    Ele sorria de lado, ao ver a interação das duas. Acenou com a cabeça respondendo ao cumprimento da menina. Achou graça quando ela se corou toda, era normal este tipo de reação. Com seu rosto jovem e bem definido, na academia muitos colegas diziam que era o príncipe encantado, mas ainda não havia encontrado a sua "princesa". Até hoje.

    Estava dividido, pois a viagem seria bastante perigosa, e não lhe agradava a idéia de levar uma criança. Mas também não podia voltar atrás e recusar a vinda de Alicia... seu contratante deixava claro que precisava levá-la hoje mesmo pois em alguns dias não seria mais navegável próximo do local que deveriam chegar. Por fim chegou á uma decisão.

    - Não se preocupe, meus homens levarão a sua motocicleta até o seu respectivo dono e o informará do "empréstimo". Temos que nos apressar Alicia, sua sobrinha pode ir no meu lugar no bote e por favor siga as instruções do soldado Richard que irá acompanhá-las até a embarcação. Ficarei aqui para resolver estes últimos e inesperados detalhes.

    Então o soldado Richard que estava no bote, guardava sua arma nas costas e descia até o bote, esperando que a moça e a menina descessem ao mesmo para finalmente ligar o motor e os levar para o encouraçado.

    O Capitão ficaria nas docas, dando ordens em um pequeno rádio que tirava de um de seus bolsos da cintura, e o segundo bote que estava quase chegando daria meia volta, para voltar e pegar as bagagens de Nacht.

    Mesmo se uma ou as duas protestassem, o soldado Richard as levaria para o enorme navio de guerra, ao chegarem lá, uma rampa descia de uma lateral da couraça do navio permitindo que subissem a bordo. As duas seriam direcionadas por corredores estreitos até as cabines dos marinheiros. Elas eram levadas até uma cabine que era mais espaçosa, cerca de cinco por cinco metros e havia duas camas, uma em cima da outra. Uma mesa central e três cadeiras, no canto oposto ás camas. Duas janelas redondas as permitiam olhar de volta para Nuuk, a cidade costeira.

    Na porta ficava um soldado de guarda, não o mesmo Richard, um outro de pele morena e barba por fazer, tinha o cabelo curto e olhos escuros. Ele não daria muita atenção para as duas, mas no momento que uma delas quisesse sair... ele colocaria o corpo da arma na frente da porta, e falaria:

    S1 - Melhor que fiquem aqui dentro até o Capitão chegar.


    ------------------

    Uma figura imponente, com uma farda de Comandante estava na ponte de comando, e observava tudo do alto, se dirigiu ao seu subordinado. Tinha uma voz grossa e potente, levemente gutural.

    Boss: - Então?

    O homem ao seu lado, um marinheiro de vestes similares ao capitão Rhodes respondia enquanto guardava a luneta.

    - Eles já estão vindo, a arqueóloga aparentemente tem uma filha ou assistente, que apareceu de última hora. Frederick está seguindo no outro bote, com as bagagens.

    O Comandante pergunta logo a seguir. Uma assistente... isso complicava um pouco, mas ele daria um jeito neste pequeno obstáculo.

    Boss: - E a outra equipe?

    Marinheiro:

    - O barco que foi buscar os mercenários e o pesquisador já mandou mensagem, estão a caminho.

    Boss: - Excelente, tudo está indo conforme planejado. Assim que estiverem acomodados, dê a partida, imediato.

    - Sim, Mestre.

    E o marinheiro deu por fim as ordens em preparação para a partida. A figura imponente se retirou da ponte de comando logo em seguida.
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    Mensagem  Dr. Dimitri Boskonovitch Sáb Abr 23, 2016 4:59 pm

    Um barco consideravelmente menor logo começava a despontar no horizonte. O som característico de uma buzina ecoou ao longe, sinalizando que estavam se aproximando do porto.

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    Duas chaminés laterais à embarcação logo começavam a exalar novamente aquela fumaça azulada, que acompanhara-os um bom tempo durante o percurso, desde que o tal pesquisador desceu para o motor e jogou algo dentro da fornalha, dando pouco tempo para que alguns poucos se refugiassem na cabine, impermeável à fumaça. A cabine do capitão da pequena embarcação e alguns mercenários pareciam ter procurado refúgio ali dentro, tornando a cabine desnecessariamente superocupada. O motivo parecia deixar a grande maioria dali de dentro enfurecida com o pesquisador excêntrico que era escoltado, que naquele momento permanecia sentado à beira da proa do mesmo, apoiando os braços sobre duas grades que sustentavam um corrimão, deixando as pernas para fora da embarcação. Apoiava a cabeça sobre o corrimão, segurando o que parecia ser uma vara de pescar metálica.

    O rapaz parecia ter por volta dos seus 28 anos, trajando um jaleco branco já bastante encardido. Os cabelos negros bagunçados e o pequeno cavanhaque no queixo, somado aos dois brincos na orelha esquerda pareciam contradizer completamente o aspecto de cientista habitualmente imaginado pelo senso comum.

    Parecia completamente indiferente aos vários tripulantes ao seu redor, que se apoiavam em si próprios como bêbados, rindo incontrolavelmente. Alguns mercenários se juntaram aos tripulantes da embarcação na lateral, apontando para o céu e rindo em crises para o formato das nuvens. No convés, cerca de 8 tripulantes pareciam tentar fazer uma torre humana, mas frequentemente caíam uns sobre os outros pelo balançar natural do barco. Duas filas se faziam em torno da chaminé que exalava aquela substancia azulada, e os tripulantes expostos do lado de fora da cabine pareciam re-energizados por aquela fumaça, tornando-se mais eufóricos que antes. Pareciam completamente drogados...alguns mercenários da cabine olhavam os companheiros do lado de fora, incrédulos com as coisas que faziam.

    Curiosamente, o único aparentemente normal era aquele rapaz de jaleco, como se não fosse afetado pela drogadição daquele entorpecente azul que ele próprio jogara na fornalha do barco, tornando-o um grande campo de experimento. Parecia realmente entediado com aquela pequena expedição até o momento, visível claramente pela expressão facial dos que estavam dentro da cabine. Tão logo notou que estavam se aproximando do porto, o rapaz apoiou a vara de pescar metálica sobre um suporte rígido e fixo ao navio, como se não quisesse “perder o peixe”. Esboçou um discreto sorriso; quanta coisa o esperava dali em diante...quantas descobertas não faria, quantas cobaias, amostras não poderia adquirir!

    -É aquele navio ali, certo?o que vai para o ártico?

    Perguntou, olhando o capitão, que apenas retribuía com um olhar frio e seco através do vidro. Provavelmente não ouvira o que o rapaz havia dito, mas saberia que se direcionava a ele. O capitão simplesmente suspirou, gesticulando negativamente com a cabeça. Estava aliviado que finalmente se veria livre daquele louco que drogara quase toda sua tripulação.
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    Mensagem  Yal Shindsor Sáb Abr 23, 2016 6:28 pm

    Quando entrou na cabine do capitão, seu objetivo era fazer algumas perguntas sobre o trajeto e o destino que os esperava. Talvez sua presença fosse de certa forma incomoda, seu rosto e voz tinham sempre aquela nuance de rispidez perene, mas qualquer que fosse a impressão causada por Yal tinha sido sumariamente esquecida quando uma multidão de marmanjos entrou na sala como se fugissem de um enxame de abelhas. Abelhas em alto mar ?

    O largo mercenario caminhou a passos pesados ate a janela, empurrando dois homens para os lados em sua passagem. Com 1,81m de altura e de forte musculatura, Yal era uma presença no minimo imponente. Seus cabelos negros e longos viviam soltos, e as pontas cortadas sem nenhum cuidado dava a entender que ele mesmo fizera o serviço de qualquer maneira. Parecia ser um homem sem nenhuma vaidade, exceto por seu rosto, que não tinha traço de barba alguma. Suas vestimentas eram uma coletanea de peças diferentes, desde a camisa cinza com as mangas dobradas na altura dos outros, o colete de couro atado ao seu tronco, as luvas de cores diferentes vestidas em cada mão, a calça militar escura cheia de bolsos, até a capa presa ao redor dos ombros feita de peles de animais e tingida com um azul bastante escuro. Um embrulhado longo vivia preso as suas costas, fechado de modo a não revelar seu conteudo. Proximo ao peito uma AK-47 travada balançava e oferecia apoio aos braços de vez em quando.

    Não demoraria muito ate ver a fumaça estranha tomando conta do conves, seguida de homens que pareciam subitamente embriagados. A conclusão do evento era bastante direta. Tão direta como a aparente responsabilidade por aquela brincadeira infantil, o unico que permanecia de pé no meio da palhaçada a bordo. Quando finalmente o viu perguntando algo para o capitão, bufou sem paciencia, marcando o rosto do individuo em sua memoria.

    - Seria uma pena se o moleque caisse no mar aberto sem boia, não é ?

    Um sorriso cruel brotou em sua face. Quando tinha feito o trato com os militares para ajuda-los a investigar as ruinas misteriosas, sua parte era a de defesa armada e informações coletadas ao longo do tempo em suas inumeras viagens ao redor do mundo. Ruinas eram praticamente um segundo lar para o mercenario, e aquelas em particular possuiam detalhes que atiçavam sua curiosidade para algo a muito tempo procurado. Os indicios eram muito promissores, mas só uma investigação proxima daria certeza as suas suspeitas.

    Quando viu que o navio exploratorio dos militares era um encouraçado, soube que estavam preparados para combater algo grande. Nunca tinha visto um navio tão grande antes. Sentia um misto de supresa pelo porte titanico e euforia pelo poder bruto que o navio possuia. Esse era um bom sinal, da perspectiva de Yal, contrariando tudo o que qualquer um pensaria ao ver aquilo. Divertiu-se ao imaginar disparando um dos canhões com a munição sendo o cientista irritante.
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    Mensagem  Alicia Walkers Dom Abr 24, 2016 3:48 pm

    Nacht parecia ter ficado aborrecida com a tia por tê-la esquecido no aeroporto. Nada mais justo, pensou Alicia enquanto procurava distrair o charmoso capitão. Sabia que não conseguiria engana-lo, afinal, ele parecia ser esperto o suficiente para conquistar o título de capitão naquele imenso navio.

    Olhando mais uma vez para a embarcação à frente, Alicia sentiu um misto de excitação com terror. Olhou para baixo, para a jovem sobrinha que agora admirava intensamente o navio, provavelmente nem se questionando sobre os perigos que vinham ao seu encontro. Seus olhos voltaram para o capitão, que sorriu gentil, ainda que parecesse não ter caído na conversa fiada dela. Reparou que Nacht havia ruborizado com a presença dele. A isso, Alicia ergueu levemente as sobrancelhas: aquela parecia ser uma das raras formas de manter sua sobrinha quieta, sem fazer grandes estardalhaços.

    Aguardou Nacht subir no bote. Havia cumprimentado o soldado Richard com um breve aceno da cabeça. Assim que ficaram sem a presença de Rhodes, Alicia observou a sobrinha. Provavelmente devia a ela um milhão de explicações, porém, sua ausência de paciência e delicadeza a impediram de se aprofundar.

    - Er... Nacht, me desculpe. Não devia ter esquecido de pegar você no aeroporto. Assim que chegarmos ao navio, vou ligar para a Sarah.

    Disse apenas, olhando para o horizonte. De repente, notou um segundo navio surgindo no porto: era menor, mas muito espalhafatoso. Soltava uma fumaça azul; os tripulantes pareciam estar... Bêbados? A não ser um deles, sentado na ponta, pescando.

    Alicia desejou arduamente que aquela tripulação embriagada não fizesse parte da expedição ao Ártico. Olhou novamente para Nacht e deu de ombros para o barco enlouquecido, agora ficando para trás quanto mais elas se aproximavam da embarcação suntuosa de guerra a que elas estavam destinadas.

    Assim que se aproximaram, saíram do bote e acessaram a rampa do navio, rapidamente sendo direcionadas para corredores apertados dentro da embarcação. Alicia procurou memorizar todo o caminho, e assim que chegaram ao que seria o quarto, surpreendeu-se em ver uma beliche dentro. Se não fosse com Nacht, com quem mais ela dividiria o quarto?

    Seus olhos passaram por todo o pequeno ambiente. Havia dois armários de metal à esquerda; do outro lado, a beliche parecia estar limpa e com alguns lençóis e travesseiros dentro de um saco plástico lacrado. Não havia nada em cima da mesa, e foi lá mesmo onde Alicia jogou sua mochila pesada. Caminhou até as janelas redondas e observou o mar com o porto ao horizonte. Virou-se novamente e viu o soldado sair do cômodo e fechar a porta, a trancando em seguida.

    Franzindo o cenho, Alicia se aproximou da porta, percebendo dois soldados ali fora as guardando. A situação não poderia ser mais estranha. Onde é que ela estava se enfiando junto com sua sobrinha adolescente? Sua irmã, Sarah, jamais a perdoaria se algo acontecesse a Nacht. Pegou o celular do bolso e viu estar sem sinal. "Típico", pensou.

    Fez o mais prudente a se fazer: pegou uma cadeira e sentou-se de frente para a mesa, abrindo sua mochila e retirando de dentro o notebook e suas anotações.

    - Nacht, eu sei que a situação está no mínimo esquisita. Tenho certeza que não podemos sair do nosso quarto, o que deixa mais estranho ainda. Tudo que nos resta é tentar investigar a fundo onde estamos nos metendo.

    Sussurrou ela, digitando a senha de seu notebook. Assim que acessou o desktop, abriu diversas imagens das geleiras e observou os detalhes dos desenhos espaçados. Observou o quarto ao seu redor e suspirou, desligando o computador em seguida. Sem grandes respostas, ela se levantou e caminhou até a porta, fazendo menção em sair. Quando foi barrada, insistiu:

    - Preciso ver o capitão Rhodes imediatamente. Além disso, minha sobrinha quer usar o banheiro. Vai negar uma adolescente de ter suas necessidades especiais atendidas?

    Alicia inventou aquilo do nada, dando uma olhada de lado para Nacht, implorando mentalmente para a sobrinha comprar sua ideia de fazê-la ter acesso ao restante do navio. Sabia que a jovem era esperta e cheia de energia, o que ajudaria muito nesta situação. O grande problema seria se Nacht se empolgasse e se perdesse pelos corredores. Contudo, sabia que ela não poderia ir muito longe. Poderia?
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    Mensagem  Nacht Walkers Dom Abr 24, 2016 8:25 pm

    *Estava entretida com os detalhes do barco à frente quando a tia tocou no assunto que já devia tê-la feito explodir de raiva. Para a sorte da tia tinha mais gente perto e não queria perder a bela vista daquela enorme maquina aquática. Contentou-se com uma alfinetada breve só para não deixar seu descontentamento passar em branco*

    - Claro, claro. Tá desculpada por me deixar morrendo de frio por quase meia hora e me esquecer do lado de fora de casa numa terra que a noite faz 20ºC negativos isso porque nem estamos no inverno. Arf. Valeu mesmo.

    *Deixou-se guiar ao que seria o quarto delas. Ainda estava emburrada quando jogou a mochila sobre o beliche e olhou o pequeno cubículo no qual ficariam.*

    - Claustrofóbico aqui, hén?

    *Espiava pela outra janelinha vendo o barco que a tio notou alguns minutos antes de subirem ao convés. Mentalmente desejava o mesmo que a tia. A última coisa que queria era um bando de bêbados malucos como companhia. Porém notou o único que solitariamente parecia tranquilo em maio aquele caos sob a fumaça azul. Ficou curiosa e por um instante desejou que ele, só ele embarcasse na grande nau...só para poder perguntar como conseguia manter a calma naquela baderna.*

    - Acho que aquele pessoal exagerou no rum...ou tentou queimar um carregamento ilegal de marijuana e o vento não foi favorável.

    *Afastou o rosto e olhou para os beliches.*

    “Oooou...parece que roubei a vaga de alguém.”


    *Sentiu um leve nervosismo abafar sua euforia inicial diante da clara confissão da tia de que não sabia no quê e onde havia se metido e que possivelmente estavam confinadas ali.*

    - Estranho? *Sorria* A senhora ta precisando ver mais filmes.

    *A voz agora saiu meio arrastada numa ironia levemente aborrecida*
    *Quando Alicia ligou o computador ficou prestando atenção e sorriu brevemente decorando a senha. Repetiu mentalmente algumas vezes até ter certeza de que tinha gravado e então passou a se entreter com as imagens que via*

    - É para aí que vamos?

    *Penteava o cabelo com os dedos e deixava um dos lados dos lábios entortar num quase sorriso de quem se via diante de um problemão*

    - Parece mais frio que aqui.

    *Sabia que a Groelândia era gelada, mas vendo aquelas geleiras e planície congeladas nas fotos começava a suspeitar de que as roupas que sua mãe mandara por na bagagem não seriam quentes o bastante para tal clima*
    *Ia perguntar alguma coisa quando a arqueóloga fechou rapidamente o lap e tentou sair do quarto sendo barrada. Nacht já esperava por isso, mas não que fosse usada numa desculpa pra lá de esfarrapada e manjada para a tia tentar permissão para sair.*
    *Olhou para a tia com cara de quem gostaria de ser avisada antes e depois deu um sorriso amarelo para o guarda pressionando mais as pernas uma contra a outra num gesto comum de quem estava apertada*


    - Não precisava ser tão detalhista.

    *Corando verdadeiramente constrangida com o pedido da tia*

    - Nem falar tão alto. Assim até o capitão vai ouvir.

    *Levantava-se e quase implorava para o guarda*

    - Por favor, me deixe ir logo antes que ela comesse a falar mais alto e me faça querer pular aos tubarões.

    *O mau estar e constrangimento eram evidentes na face da menina.*

    “Por que adultos só conseguem pensar sempre na mesma desculpa constrangedora de sempre? Por que???? .... ><’ pior que agora deu vontade mesmo.”

    *Querendo morrer de vergonha e arrependida de não ter ido ao banheiro no aeroporto. Temia que a tia não a visse. Acabou ficando plantada por lá meia hora. Somando o tempo do voo e mais o trecho entre o aeroporto e a casa e a casa e o porto; É, estava mesmo na hora da bexiga explodir*
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    Mensagem  Rhodes Seg Set 26, 2016 6:08 pm

    -- Dimitri + Yal --

    Rhodes permaneceu nas docas, aguardando a outra embarcação se aproximar. Coçando sua barba por fazer, ele observou atentamente a forma como a tripulação se comportava, especialmente a estranha figura pendurada na proa. O que era aquela fumaça azulada?

    - Mikael. - chamou pelo rádio um dos marinheiros de sua própria tripulação. - O que significa isso? Esta é a embarcação do Capitão Halldor?!

    Um som de chiado surgiu do alto falante do pequeno rádio em sua mão.

    - Capitão Rhodes... aquela é a embarcação provisória do Capitão Halldor. Estão trazendo um cientista e um mercenário (...)

    Um som de estática o impediu de continuar a falar.

    - Mikael?

    - Capitão... (...) eles devem (...) imediatamente no Baychimo. Repito, eles (...) embarcar (...)

    Rhodes colocou o rádio de volta no seu bolso e soltou um muxoxo. Mal conseguia acreditar na falta de organização do Capitão Halldor frente àquela missão de extrema importância! Aquilo certamente deixava o militar nervoso, porém, seus anos de experiência com situações inesperadas o ajudavam a respirar fundo e se controlar. Olhando seu relógio pela milésima vez, ele caminhou rapidamente até o píer onde a embarcação de Halldor acabara de atracar, parando em frente à porta e aguardando o momento em que ela seria aberta.


    ×××


    A porta do navio se abriu em frente ao píer de madeira. Os ventos quase congelantes denunciavam a temperatura gelada ao lado de fora. De braços cruzados para evitar os ventos cortantes, Rhodes procurou se desviar o máximo que pôde da tripulação risonha que saía à porta, ignorando suas piadas e cantorias.

    Quando o Capitão Halldor finalmente pôde sair, este parecia estar absurdamente aborrecido. Esperava que o cientista maluco e o mercenário com cara de psicopata finalmente saíssem de sua embarcação e o encontrassem do lado de fora, para que ele os apresentasse ao seu novo capitão.

    - Rhodes. - disse ele, assim que saiu pela porta e avistou o jovem capitão o esperando. - Espero que nosso atraso não seja um inconveniente para a sua embarcação.

    - Halldor, espero que saiba o que está fazendo. O Chefe está esperando há quase vinte minutos e eu não tenho mais tempo a perder. Onde está a minha equipe?

    O capitão Halldor olhou para os lados e procurou a dupla que havia transportado durante três tortuosos dias - os piores dias em sua vida. Assim que o mercenário e o cientista estivessem ao seu lado, os apresentaria.

    - Rhodes, este é o Doutor Dimitri Boskonovitch, cientista e pesquisador. E este é o mercenário contratado para assegurar sua segurança... Yal Shindsor. - disse o capitão, levemente impaciente, porém pomposo. - E este é o seu novo capitão. Friderich Rhodes. Vocês devem embarcar no Baychimo prontamente.

    - Frederick Rhodes. - corrigiu o novo capitão, procurando cumprimentá-los com um aperto de mão. - Por favor, me acompanhem. Não se preocupem com as suas malas, elas serão encaminhadas para o Baychimo imediatamente.

    E, após cumprimenta-los, o novo capitão virou-se e começou a caminhar pelo píer, na direção de um pequeno bote que os esperava. Os dois novos tripulantes veriam que, além do mar gelado, havia uma enorme embarcação encouraçada, digna de porte de guerra, cujo casco forte se erguia sobre o mar com a insígnia há muito batizada: Baychimo.

    Porém, antes que Rhodes continuasse a caminhar, Halldor se aproximou rapidamente e sussurrou em seu ouvido:

    - Cuidado com esse cientista. Não o deixe próximo às caldeiras. - disse, sumindo de vista em seguida.



    ---



    - Alicia + Natch -

    O soldado que se encontrava do lado de fora do quarto mascou seu chiclete enquanto encarava bruscamente as duas garotas de cima em baixo. Estava segurando com facilidade um fuzil que parecia ser pesado, o qual ajeitou em seu braço. Após ouvir a história da mais velha e reparar que a pequena realmente parecia apertada para ter suas necessidades fisiológicas aliviadas, ele torceu o lábio e olhou para os lados. No final do corredor, ele avistou um outro soldado, o qual chamou com um assobio.

    - Hey, Armann! - gritou em alto e bom som. - A garota aqui quer usar o banheiro!

    - Ah é, Eirikur? Deve ter tomado muito refrigerante. Essas crianças de hoje em dia são assim. - respondeu Armann, se aproximando. Era um homem alto e magro. Sua careca brilhava com as luzes do teto.

    - Vai com ela. Eu fico aqui com essa...
    - disse Eirikur, dando uma piscadela para Alicia.

    - Sem problemas. Vamos, garotinha. - Armann, sem olhar para trás, foi caminhando pelo corredor, ignorando qualquer constrangimento dela ou de Alicia.

    Natch atravessaria o corredor reto e levemente úmido. Suas paredes brancas sem janelas davam quase uma sensação claustrofóbica, que duraria até chegarem à uma escadaria de metal: subindo as escadas, dobrariam à direita em outro corredor, e depois à esquerda.

    - Você não parece ser uma pesquisadora. Quantos anos você tem? - perguntou Armann, curioso.

    Ele finalmente havia parado em frente a uma porta, que seria do banheiro. Ao lado havia uma outra porta, porém de vidro, que dava acesso ao convés. Era possível ver vários marinheiros caminhando de um lado para o outro, apressados.

    - Pode entrar aí no banheiro. Eu fico aqui te esperando. Vê se não demora! - disse ele, encostando-se na parede.
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    Mensagem  Dr. Dimitri Boskonovitch Dom Out 02, 2016 9:55 pm

    O rapaz olhou o relógio velho prateado, desgastado e descascando nas extremidades, olhando para o alto, conforme o azul da fumaça rapidamente pareceu ceder, dando lugar ao tom cinzento habitual conforme se aproximou mais da doca. Retirou do bolso do jaleco um pequeno bloco de notas, rabiscando algumas observações com um discreto sorriso no rosto.

    -Experimento finalizado com sucesso.

    Observou o mercenário e o capitão saírem da cabine, para o ambiente agora seguro e livre da fumaça. Como se não fosse o bastante, ao invés de comparecer imediatamente ao encontro de Rhodes, o cientista calmamente pegou a vara metálica de pescar e começou a puxar o anzol, girando a manivela, conforme assobiava uma música qualquer. Levaria cerca de 40 longos e frustrantes segundos até que finalmente puxou a isca, que parecia ser um amontoado de carne de crustáceos azulados suturado um no outro, do tamanho de uma bola de futebol, de aspecto bizarro e deformado. E se aproximou, finalmente,com a vara apoiada no ombro esquerdo, a bola de carne pendendo logo atrás, carregada com um forte cheiro de algo parecido com amônia ou urina.

    -Prazer sr. Frederick Rhodes. - e fez uma continência inicialmente, cumprimentando sua mão a seguir, enquanto mantinha a vara segurada pela mão oposta. Parecia nao saber ao certo o protocolo a se seguir com militares ou marinha de forma em geral. - Sou Dimistri Boskonovitch, PhD em engenharia genética por Stanford, PhD em bioquimica em Oxford, M.Sc. em robótica e engenharia mecatronica no MIT, PhD em física quântica e microbiologia em Harvard, Q.I. de 218 e....atualmente pesquisador em Ciência de Borda.

    O jovem rapaz não falou dos vários titulos academicos com qualquer pompa; pelo contrário, comentou-as como um comentarista narra os resultados de um esporte. O aspecto do jaleco sujo, a barba mal feita, o cabelo bagunçado, o olhar semicerrado/entediado... tudo contribuiria à dedução logica de não passar na verdade de alguma espécie de hippie ou mendigo se passando por um cientista. O suposto Q.I. comparável a Goethe e Einstein, superior a Newton e Copérnico pareciam ser completamente avessos ao seu aspecto. Todas as informações batiam com os relatórios a respeito do cientista, mas...o aspecto visual do suposto gênio daquela década era decepcionante.

    De qualquer forma, foi caminhando calmamente, acompanhando-os, com a vara ainda sobre o ombro.Virou-se para o lado, olhando a enorme embarcação, aparentemente entusiasmado, conforme suas pupilas se dilatavam. O movimento brusco ao virar o tronco fez com que a vara girasse juntamente ao ombro, fazendo a bola de carne de crustáceos preso ao anzol bater no rosto de Yal Shindsor, molhada pela agua salgada e o forte odor. O suposto cientista pareceu não perceber o fato.

    -Um navio deste tamanho com certeza terá algum laboratório, certo?
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    Mensagem  Yal Shindsor Ter Out 04, 2016 10:11 am

    Finalmente iriam descer daquela banheira. Estava cansado de ter que praticamente espancar um marmajo por algo espaço digno e sentir o odor nojento do suor e sal de dias. As vezes se perguntava se eles mijavam nas calças por preguiça de levantar o pinto e mirar no oceano. Começava a chingar, resmungando pra sim mesmo, todos os palavrões possiveis na simples ideia de ter que seguir daquela maneira até o ártico. A visão da embarcação militar foi um alivio para seu desagrado. Seu tamanho e poder brutos investiam algum respeito aos tripulantes, e melhorava o humor de Yal consideravelmente.

    Deixou a corja descer a frente do barco para não ter que tropeçar mais uma vez em alguns deles. Mas se por acaso um apressado cometesse esse erro, não teria nenhum receio em empurra-lo para a agua. Descer ao solo era um alivio. Embora não ficasse enjoado como muitos, o chacoalhar interminavel do mar era irritante. Bateu forte com cada pé no chão para apreciar a estabilidade da terra firme e prosseguiu. Esperava que o navio militar fosse menos suscetível as ondas pelo seu porte colossal.

    Quando parou ao lado de Halldor e esse apresentou o novo capitão, olhou o homem de cima a baixo, como se medisse e avaliasse o comandante do encouraçado. Não estava impressionado, mas sabia que era com ele que seus negocios prosseguiriam. Quando viu a mão do homem parada no ar, franziu a testa, como se estivesse tentando decifrar o que pretendia. A contragosto ergueu a mão e deu um aperto descabidamente forte.

    - Otimo. Vamos começar logo com isso, ja perdi muito tempo.

    E logo a seguir começou toda a palhaçada de nomes e titulos o qual não tinha a menor paciencia. Dimitri para ele era apenas um esmulambado que não entendia a noção de perigo.Parecia que tinha ouvido seu pensamento. Um segundo depois sentiu uma massa nojenta bater em seu rosto. Como aquele imundo havia ousado ?! Erguendo a mão, ele segurou a meleca e a puxou, fechando a mão ate desmanchar o bolo azulado. A seguir ele pegou a ponta da vara, alcançou a metade o objeto com a outra mão e partiu-a em duas. O pedaço recem criado foi jogado na cabeça do cientista.

    Bufou mais aliviado, e caminhou na direção do bote para finalmente embarcar em um navio de verdade.
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    Mensagem  Alicia Walkers Ter Out 04, 2016 2:10 pm

    Quando Alicia surgiu com a ideia de enviar Natch para o banheiro, ela imaginou que poderia ir junto – o que foi uma grande surpresa quando o primeiro guarda, Eirikur, recusou e ainda por cima flertou descaradamente. Como ousa...

    - Eu vou junto, espera! Também qu...

    - Não senhora, você fica aqui quietinha. – interrompeu Eirikur, mostrando seus dentes amarelos em um sorriso animalesco.

    Alicia bufou algum palavrão e assistiu sua sobrinha se afastar pelo longo corredor. Eirikur se preparou para falar outra asneira quando a loira fechou a porta na sua cara. Esperava arduamente que Natch usasse a inteligência que sua mãe lhe deu para despistar aquele guarda furreca e explorar o navio da melhor forma. Para que tanto sigilo? Para que mante-las trancadas em um quarto? Seria assim a viagem toda?!

    Perguntas, e mais perguntas sem respostas. Alicia esmurrou a parede com seu punho fechado e caminhou até a pequena janela ao lado das camas. O navio recém-chegado estava desembarcando sua tripulação naquele instante, porém apenas três deles pareciam caminhar na direção do bote. Logo, o grande navio encouraçado em que estava também zarparia e ela perderia a viagem toda dentro de um quarto minúsculo.

    Não! Não poderia se dar por vencida. Alicia empurrou a pequena janela para ver se esta se abriria. Um simples empurrão não faria com que o vidro saísse com facilidade – então a loira subiu na beliche de cima, deitou no colchão macio e chutou diversas vezes o vidro da janela com violência, fazendo este se abrir repentinamente, lançando um jato de ar frio no quarto. Por sorte, havia uma dobradiça e o vidro poderia ser fechado novamente, quando fosse conveniente.

    Assim que desceu da beliche, ela se apressou para colocar seu tronco para fora da janela, observando não só o oceano, mas também todo o lado de fora do navio – diversas janelas se dispunham à sua direita e esquerda; haviam canos e vigas que se conectavam diretamente com outros quartos. Existiam duas escolhas para ela, naquele momento: ou se acomodava e aguardava sua sobrinha voltar do suposto banheiro, ou se lançava em uma escalada aventureira para chegar em outro quarto. Tudo dependeria de sua ansiedade naquele momento.

    Por fim, Alicia optou por aguardar mais um pouco – em algum momento sua sobrinha voltaria para o quarto, em outro momento Rhodes apareceria. Talvez poderia usar esta fuga em outra situação que demandasse uma urgência maior. Pensando nisso, ela fechou novamente o vidro da janela redonda e sentou-se à mesa, ligando seu notebook e conferindo suas últimas pesquisas.
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    Mensagem  Nacht Walkers Qui Out 06, 2016 9:51 pm

    *Deu um sorrisinho sem graça para os marujos e seguiu Armann mantendo uns 3 passos dele. Olhava o caminho sem muitas opções de desvio e se desapontava. Percebia que mesmo que pretendesse uma escapada não havia para onde correr. Decorou o caminho fácil e ficou feliz que o banheiro fosse próximo embora lamentasse que não fosse dentro do quarto, mas também, queria o quê? Era um navio de guerra e não um transatlântico.*

    Tenho 17. Tá no sangue. Minha família toda é de pesquisadores. * Omitindo que está ali porque levou bomba nos estudos*

    *Assim que chegavam ao banheiro dava uma olhada na porta ao lado* Nossa, Eles virão conosco? Parecem,hu...bêbados *Notando o estado de euforia profunda e exageradamente risonha dos marinheiros afetados pela fumaça azul do outro barco*

    hé...melhor eu ir logo antes que eles queiro usar *Entrando no banheiro*

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