Algo saiu errado. Teeran não sabia, mas corria velozmente para salvar sua própria pele. O breu completo do prédio não ajudava; quanto mais corria, maiores eram as chances de cair em algum buraco ou esbarrar em um computador e fazer ainda mais barulho.
Não sabia onde estava com a cabeça quando topou participar do Grande Assalto ao escritório central do Governador. Os seguranças corriam, agitando suas lanternas cujas luzes iluminavam alguns pontos nas paredes. Quem será que dedurou?
Praticamente sem fôlego, ela correu até chegar à frente de uma porta. Os guardas vinham em montes, gritando – os molhos de chaves pendurados em suas cinturas faziam mais barulho do que seus próprios sapatos. Alguém sacou a arma e atirou na direção de Teeran, falhando miseravelmente: a morena abaixou e o tiro acertou um computador, causando uma pequena explosão. Com a luz, foi possível ver onde a garota estava: em frente à porta.
- Pare agora! Mãos ao alto!
Alguém gritou, apontando a arma. Teeran não pensou duas vezes; empurrou seu corpo contra a porta, que abriu e revelou seu destino: o nada. Não havia um quarto, nem uma sala. O que havia era o lado de fora do prédio.
Aquela porta não levava a nenhum lugar! Por que alguém inventaria uma porta sem fundos no septuagésimo andar de um prédio?
Teeran não conseguiu se segurar em nada e caiu. Seu corpo foi jogado pelo ar a uma velocidade intensa. A morte era certa, embora tudo passasse em câmera lenta para ela.
Afinal, ela tinha esse talento. Quando a situação apertava, estranhamente as imagens pareciam ficar em câmera lenta. Até hoje ela não entendia. Mas hoje, nesse instante, esse dom não veio em boa hora. Seria melhor se ela morresse em paz, e de forma rápida.
Com os olhos fechados, a morena deixou-se levar. Abriu os braços, aceitando seu destino.