Neo City Uol

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O que aconteceu após o golpe militar de 17 anos atrás...


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Dr. Dimitri Boskonovitch
Rhodes
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    Geleiras do Ártico

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    Mensagem  Lucius Neltharion Ter Out 11, 2016 11:57 am

    [podem continuar que meu post nao iria mudar nada a sequencia dos acontecimentos]
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    Mensagem  Rhodes Sex Out 21, 2016 7:53 pm

    Ouvindo atentamente a lista infindável de conhecimentos de Dimitri, o capitão apenas meneou com a cabeça ao final. Já era de seu absoluto conhecimento todos os dados da tripulação que escoltava até o navio, porém era polido demais para interromper o cientista. Havia notado o forte cheiro de amônia vindo do estranho crustáceo em sua vara e não disse nada sobre, constatando que o excêntrico doutor deveria ter seus objetos de estudo que eram apenas de seu conhecimento.

    - Interessante, senhor Boskonovitch. Espero que tais conhecimentos venham a calhar no que está por vir. - disse, enquanto caminhava em direção ao bote que os aguardava.

    Contudo, notou o contraste entre a suposta hiper inteligência do cientista e sua aparência completamente desleixada. Além de seu aspecto físico lamentável, havia também o fato de o cientista parecer ser consideravelmente distraído, o que poderia vir a ser um problema em algum dado momento.

    Por outro lado, o sombrio Yal parecia estar em constante vigilância. Seu porte bruto e selvagem distinguia tanto o de Rhodes, quanto o exótico doutor. Pelo aperto de mão, o capitão notou a aspereza em sua palma e a força desmedida naquele simples gesto. Era o esperado, afinal, havia contratado um dos mercenários mais cotados do ramo. Rhodes soube de sua existência através de canais obscuros em pubs discretos e bares subterrâneos, longe de uma civilização considerada limpa e regrada. Seu nome veio diretamente de alguns charutos e notas de euros discretas debaixo de copos de drinks. Não foi fácil, mas o capitão arriscava com base na fama do mercenário.

    Era fácil ver Rhodes como apenas um sujeito esnobe, afinal, seu porte altivo digno de um militar almofadinhas condizia bem com a sua fala prolixa. Os dois novos integrantes do Baychimo certamente notariam o corte fino de sua farda branca bem passada; a barba feita com destreza, o penteado curto sem ter um fio fora do lugar... e tudo isso sem saberem que, na realidade, Rhodes era um alguém muito mais complexo e inescrupuloso do que sua aparência dizia.

    Assim que o militar virou seu corpo para responder à pergunta sobre o laboratório, notou o repugnante crustáceo se aproximar perigosamente de seu rosto; desviando à tempo. Porém, não imaginou que o ascoso muco fosse bater justamente no rosto de Yal.
    Eles nem sequer entraram no bote e o excêntrico doutor já estava em perigo. Preocupado com a reação do mercenário, Rhodes procurou responder rapidamente a pergunta, já subindo no pequeno bote de madeira e se sentando no banco de dentro.

    - Temos um laboratório preparado para as suas pesquisas e da equipe de arqueologia. Por favor, entrem no bote. Devo mencionar que são os últimos a embarcarem, o que significa que logo menos o Baychimo partirá em viagem.

    E apontou os assentos. Assim que ambos estivessem prontos, Rhodes assumiria o motor e partiria com o bote, os levando até a gigantesca embarcação.

    Atravessando a média distância até o navio, o bote finalmente parou próximo a uma plataforma repleta de homens fardados. Rhodes foi o primeiro a sair, rapidamente indo ao encontro de dois daqueles homens, ordenando a partida imediata do navio.

    - Me acompanhem, por favor.

    Disse à Yal e Dimitri, subindo o caminho da plataforma até o imenso convés. Era extremamente amplo, repleto de containers de diversas cores, empilhados no centro e nas bordas até a proa. As pessoas se misturavam, apressadas em realizar suas tarefas para organizar a embarcação, que em menos de cinco minutos já começava a ligar seus motores. No alto do convés, era possível ver cabines de três andares, dispostas como prédios sem grandes janelas. Havia uma sacada no último andar das cabines, onde apenas um homem observava tudo o que ocorria.

    - Como podem ver, este é o convés. Acima, as cabines superiores, o restaurante e a academia. Os senhores serão instalados nas cabines inferiores. Não se preocupem, são praticamente iguais às superiores. Descendo as escadas à sua direita e esquerda, terão acesso ao laboratório, à sala de máquinas e à sala de treinamento. Ah sim, e às caldeiras. Peço para que não se aventurem por lá, por favor...

    Rhodes ia dizendo eventualmente, conforme caminhava, apontando ora para o prédio de cabines, ora para as escadas ao lado de uma pequena sala onde se era possível ver o leme e vários homens dentro. O capitão não desceu as escadas, mas se manteve reto no caminho, passando direto por fora dessa sala e adentrando num corredor, dando de cara com a única criança do navio, em frente ao banheiro.

    - Senhorita Walkers! O que faz ao lado de fora da sua cabine?

    E então, o capitão encarou o soldado ao seu lado, que engoliu em seco assim que o viu.

    - Capitão! A garotinha... ela precisava ir ao banheiro...

    - Onde está a sua tia?
    - o capitão perguntou apenas à garota, ignorando completamente o soldado.

    Dando um passo para o lado, Rhodes se lembrou da presença do cientista e mercenário logo atrás. Resolveu adiantar os planos de apresentar a equipe, coisa que faria apenas mais tarde, na reunião central do navio.

    - Tudo bem. Vamos ao que interessa, então. Cavalheiros, esta jovem é Natch Walkers. Ela e a tia são arqueólogas. Senhorita Walkers, este é Yal Shindsor, contratado para assegurar o sucesso da missão. E este é o cientista e pesquisador, doutor Dimitri Boskonovitch. Por favor, venham comigo.

    E, após apresentar o distinto grupo, Rhodes voltou a caminhar. Não sabia se Natch teria ido ao banheiro - não parecia se importar. Sendo assim, caminhou a passos largos por toda a extensão dos corredores cinzentos do navio, parando finalmente em frente à uma porta. Ao lado, um outro soldado bateu continência para o capitão.

    - Capitão!

    - Descansar, Eirikur. Não é mais necessário que fique aqui. Junte-se à Armann no convés.


    E, após dizer isso, o soldado saiu de perto e Rhodes abriu a porta da cabine.

    Dentro, havia uma mulher de cerca de vinte e três anos, cujos cabelos loiros reluziam à luz do oceano às suas costas. Ela estava de pé conferindo um livro com várias anotações. Somente quando o capitão se aproximou ela ergueu os olhos do papel, encarando todas as figuras paradas no corredor.

    - Esta é Alicia Walkers, chefe da equipe de arqueologia, tia de Natch. Estes são Yal Shindsor e Dimitri Boskonovitch, mercenário e cientista, respectivamente. Agora vamos, as cabines dos senhores são as próximas...

    Rhodes parecia estar ligeiramente impaciente com tantas introduções. Porém, aguardaria todos se cumprimentarem - inclusive Yal - para finalmente leva-los aos seus quartos.
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    Mensagem  Dr. Dimitri Boskonovitch Seg Out 24, 2016 2:56 pm

    O cientista, distraído, só notou a figura corpúscula do mercenário iracundo diante de si tarde demais; o pedaço da vara acertou-lhe no meio da cabeça, iniciando um galo em poucos segundos. Imediatamente levou a mão à testa.

    -Aw! Mas o que....

    Ficou olhando o brutamontes ir ao bote, a mão coberta pela gosma azulada, que facilmente sairia tão logo Yal lavasse-a na agua do mar. O cientista suspirou, e finalmente entrou no bote também. Durante o curto trajeto, alternou o olhar entre o mercenário e Rhodes, o olhar um pouco lânguido, de quem realmente se desligava do mundo. Parecia ser distraído e "tranquilo" demais, mas poderia ser só efeito das drogas no navio anterior. E considerando-se a relativa falta de efeitos visiveis no cientista, era bem possivel que ja tivesse uma resistencia considerável, talvez fruto de uso de longa data de entorpecentes.

    Tão logo chegaram, o rapaz saltou para fora, fazendo o bote balançar um pouco para Yal. Não que fosse de propósito, apenas realmente nao fazia idéia de como sair de uma embarcação, ou se portar corretamente em uma. Girou os braços para ele próprio se equilibrar, com um discreto sorriso, e olhou ao redor conforme acompanhou o capitão. Rhodes provavelmente ouviria alguns sussurros entre os marinheiros a respeito de algo diferente no sonar, mas um experiente marinheiro procurou tranquilizar o outro, afirmando ser um cardume ou algo do tipo. Ambos pareciam discutir entre si e de quando em quando olhavam para Rhodes, mas não querendo interrompê-lo durante a apresentação do Baychimo aos novos tripulantes.

    O cientista olhava tudo de forma curiosa, e estava claro que apesar de reconhecer os ambientes direcionados, não memorizava suas posições relativas, nem conseguia desenhar um mapa mental. Era o olhar típico de alguém que DEFINITIVAMENTE iria se perder no navio por várias e várias vezes. Deu um riso baixo, murmurando em voz alta os proprios pensamentos:

    -hmhm....caldeiras....

    Seguiria o capitão, e observou a "garotinha" que se aproximava. Não imaginava que haveriam adolescentes a bordo. Achou curioso o soldado considerar uma garota quase maior de idade como "garotinha".

    -Prazer, srta. Natch! Tome, um presente para a viagem! Espero que goste!

    E, mexendo no jaleco sujo, tirou algo pequeno envolto num saco plástico. Lá dentro, notaria uma espécie de papelote pequeno embrulhado em suspeitíssimo aspecto, que levaria a uma conclusão óbvia sobre o que se tratasse, considerando-se o aspecto meio "hippie e alternativo" daquele pesquisador. Antes que pudesse dizer alguma coisa, deu um tapinha na cabeça de Natch, conforme voltava a acompanhar o capitao, que seguia caminho.

    -Não vá gastar tudo de uma vez! - ele disse à garota uma ultima vez, acenando com a mão.

    Novamente, o cientista parecia completamente alheio ao ambiente. Por mais que Rhodes detalhasse os caminhos, quartos e câmaras do navio, parecia quase óbvio - e irritantemente óbvio, considerando todo seu esforço - que tudo aquilo era em vão.

    -Prazer, srta. Walkers! Você também gosta de unicórnios?

    O cientista dizia, parecendo em bons ânimos novamente. O rapaz parecia ser poucos anos mais velho, e ainda assim, um ar de inconsequencia único. Parecia rir sem parar da propria piada, que possivelmente apenas ele entendera. Estaria ele tendo algum delirio visual? De qualquer forma, seguiria Rhodes novamente, rumo aos quartos. Mais alguns marinheiros começavam uma movimentação estranha, cochichando algo entre si, e especialmente se dirigindo ao local onde se localizava a sala com sonar e comunicação.
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    Mensagem  Yal Shindsor Qui Out 27, 2016 11:12 am

    O mercenário Yal nunca se preocupara em aumentar sua fama, ou infamia, mas ela surgia em decorrencia de seus atos como um braço armado independente. Seu codigo de conduta era obscuro, nunca se sabia que trabalho ele aceitaria, mas uma coisa era certa: ele tinha poucos problemas com dilemas morais que poderiam ser demais para outros. Era dificil e perigoso tentar contato como ele quando escondia-se em seu novo covil. Não raramente mensageiros e contratantes que se aproximavam diretamente dele sem aviso ou sem respeito acabam com um tiro a queima roupa. Era mais facil deixar a presença ser percebida e o boato de seu nome espalhar-se ao vento, para ai o proprio Yal fazer contato.

    A propria aparencia de Rhodes não inspirava muito respeito do mercenario. Fardas não tinha o efeito comum no brutamontes, como um sinal reconhecivel de autoridade. Apenas o faziam pensar o quanto quem vestia era sujeito a receber ordens ate de que roupa pode usar. Nem ajudava o fato dele cortar os cabelos da cara com cuidado exagerado ou tratar os cabelos como se fossem de vidro. Pior apenas o  doutor parafuso, que ainda mais mirrado ousava provoca-lo. Quanto tempo demoraria para o sangue estourar a cabeça dela caso ficasse de ponta cabeça ?.....

    Entrou pesado no barco e sentou-se, ignorando o balançar do barco em reação ao seu peso, como se o equilibrio fosse um reflexo natural. Ignorou a presença de Rhodes durante a viagem, sem interesse em observa-lo guiando o barco. Mas a troca de olhares com Dimitri era aspera. Enquanto o olhava ele enfiou a mão na agua para lavar a gosma azul, indicando claramente que o cientista era culpado por aquilo. Parecia que ele iria dormir a qualquer momento ! Não acharia ruim se ele caisse dali para roncar em meio aos peixes. Tomaria o leme de Rhodes e faria prosseguirem direto, abandonando o outro. Seria bom demais para ser verdade.

    Ao sair o doutor parecia uma vara verde, sem conseguir nem parar direito com as proprias pernas. Yal manteve com as pernas afastada dentro do barco como se dominasse a coisa, mas por pouco não alcançou a gola do jaleco e o jogou de volta para virar o casco sobre ele.

    Sua botas batiam altas no convés do navio. Olhava ao redor movendo apenas os olhos, sua cabeça sempre a frente. Carregavam enormes cargas para a viagem dentro de todos aqueles containers. No minimo 1/3 do que carregava precisava ser comida e agua dada a quantidade de pessoas que participariam da expedição. Uma boa parte tambem para munição, afinal tanto a tripulação quando o proprio navio possuiam armamento. E talvez levassem entre tudo aquilo alguma carga secreta que so a alta patente saberia do que se trata. Um sorriso discreto se desenhou na face dura.

    Sempre que Rhodes citava alguma coisa, ele olhava, e memorizava. A torre luxuosa de varios andares com um individuo particular vendo tudo de cima. Para ele deu uma olhada mais longa, capturando seu porte e rosto, antes de voltar a atenção ao guia turistico. Os quartos eram embaixo. Isso era bom, se sentia mais confortavel dessa maneira. Seguia o capitão ate se deparar com a garotinha. Olhava-a de cima, de canto, sem se prestar nem a virar o rosto totalmente para ela. Nem mesmo se apresentou, já que o jovem oficial ja tinha se dado ao trabalho. Nem se importava com o que o maluco tinha entregue a ela, seguindo o caminho.

    Com a mulher o tratamento foi o mesmo que com a sobrinha. Não estava claramente interessado em ser cordial, apenas em saber com quem ele teria que lidar. Não houve cumprimento, mas ele a observou por um segundo a mais ao notar que ela era arqueologa. Se Rhodes estava sem paciencia, finalmente havia algo em comum entre eles. Continuou, para conhecer o muquifo onde iria passar dormindo. Não deixou de notar, porem, que havia uma movimentação incomum dos soldados ali dentro. Apoiou o braço sobre o rifle em seu peito, esperando que alguma coisa realmente interessante fosse se desdobrar.
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    Mensagem  Alicia Walkers Qui Out 27, 2016 1:22 pm

    Passados vinte excruciantes minutos, Alicia já não aguentava mais permanecer trancada naquele cubículo. Sua sobrinha estava demorando consideravelmente, o que aumentava ainda mais a sua curiosidade e preocupação. Sarah, sua irmã, certamente enlouqueceria se soubesse de sua atual situação. Era praticamente um milagre não ter sinal telefônico naquele navio, pois essa era uma excelente desculpa para não ouvir seus gritos enfurecidos. Sabe-se lá; Sarah era capaz de até mesmo vir até à Groelândia invadir o navio, se fosse preciso...!

    Caminhando de um lado para o outro, a loira não conseguia pensar mais em nada. Não se focou no laptop ligado sobre a mesa, contendo as poucas informações a respeito da missão. Obviamente não estava arrependida de estar ali. Porém, o fato de o capitão tê-la mantido trancada no quarto era suspeito demais. Esperava ansiosamente não passar a viagem toda vendo apenas aquelas quatro paredes.

    Sons de passos no corredor à despertaram de suas divagações enquanto mexia na sua bolsa, à procura do seu livro de anotações. Assim que o pegou, ouviu vozes ao lado de fora da porta, e uma delas reconheceu ser a do capitão. Sua ansiedade aumentou mais um impossível grau; ela se ergueu e caminhou até perto da porta e fingiu estar concentrada em sua leitura, como se não houvesse nada de errado no mundo.

    Somente olhou para todos os que estavam à porta após alguns longos segundos. Não daria o braço à torcer, tampouco demonstraria sua ansiedade em saber mais sobre cada tripulante ligado à missão.

    Assim como o silencioso mercenário Yal, seus olhos azuis passearam pelos estranhos em um momento de silêncio, enquanto o capitão os apresentava sem muita paciência. Alicia os observou atentamente; desde suas roupas, até os cortes de cabelo. O homem mais alto, Yal, parecia ter saído das cavernas. Sua expressão agressiva e as mãos fortes lhe lembravam muito a um tubarão: a loira somente esperava não lhe servir como presa em momento algum. Já o outro, Dimitri, parecia estar nas nuvens. Que história é essa de unicórnios?

    Ainda assim, ela ponderou por um segundo antes de responder:

    - Bom, isso irá depender. Está me falando dos Unicórnios do grego Ctesias, cujos relatos de suas viagens à Pérsia os descreviam como animais de porte comum, com apenas um chifre em espiral na testa com propriedades medicinais, como cura de epilepsia e imunidade a veneno? Ou está me falando da Constelação de Monoceros, ou Constelação de Unicórnio, situada sob o Equador, descoberta pelo astrônomo Petrus Plancius, no século dezessete, inspirada no Unicórnio da Bíblia...?

    Havia dito tudo isso em poucos segundos. Apesar de sua feição séria e sisuda, era óbvio o quanto ela entendia de assuntos históricos. Não pareceu ter a intenção de demonstrar suas habilidades como uma defesa, muito pelo contrário: de fato aguardava pela resposta, intrigada pelo motivo de o espontâneo doutor ter perguntado.

    Apesar de sua voz levemente rouca ser suave, seus olhos eram mais frios do que o oceano ao lado de fora. Tudo nela representava uma certa distância: seus braços cruzados, o cenho levemente franzido, a postura firme e confiante...
    Suas roupas não chamavam atenção, muito pelo contrário. Vestia apenas uma jaqueta de couro e jeans surradas. Seus longos cabelos dourados eram rebeldes e levemente despenteados; o corpo, esbelto e sem muitas curvas; suas unhas, roídas.

    Somente quando viu Natch, sua expressão relaxou um pouco. Ela ergueu uma mão, chamando a sobrinha para perto.

    - Vejo que já conheceu eles, Natch. Então, capitão. Agora podemos sair do quarto, ou vai nos manter trancadas aqui a viagem toda?

    E caminhou mais para perto deles, encarando o capitão. Cruzou os braços e aguardou respostas.
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    Mensagem  Nacht Walkers Qui Out 27, 2016 8:55 pm

    *Ficou parada alguns instantes enquanto o grupo se aproximava. Como odiava ser pega na porta de um banheiro, especialmente por homens. Como algo tão natural podia ser tão constrangedor. Bem, ter escolta vigiando e a sensação de que perguntariam "já terminou" não ajudava a a resolver sua cisma doida.*

    Aguardou o capitão parar e deixou que o soldado respondesse a primeira parte da pergunta*

    _Ela continua no quarto, senhor Rhodes.

    *Desviou o olhar para o cientista e o bárbaro. Exóticos, ambos, cada um a seu jeito. Sentiu-se desconfortável com a presença deles. Um parecia que ia sacar a arma e lhe dar um tiro nas fuças se ela ousasse estender a mão para cumprimentar, o outro*

    ...hã...olá. P-prazer.

    *Pega de surpresa pela saudação amistosa e ainda assim assustadora do pesquizador*
    O-obrigada.

    *olhando o papelote com certa curiosidade. O que podia ser bem óbvio para alguns não alarmou o raciocínio avoado da garota que guardou o objeto no bolso pretendendo examina-lo mais tarde*

    *Esperou que o trio se afastasse e olhou para o soldado com cara de quem estava quase se arrependendo de ter embarcado* Não vou demorar *entrando no banheiro para enfim tirar a água do joelho*
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    Mensagem  Rhodes Seg Dez 05, 2016 4:27 pm

    Rhodes aguardou Alicia cumprimentar os dois novos tripulantes, erguendo uma sobrancelha quando o assunto mudou repentinamente para unicórnios. Como não sabia absolutamente nada sobre história, menos ainda sobre personagens mitológicos, ele permaneceu calado até se encher daquele papo e interromper com um passo à frente.

    - Senhorita Walkers, quem disse que não poderia sair do quarto? Pedi aos soldados para assegurarem sua segurança, nada mais. É livre para andar por todo navio, se assim preferir...


    Disse ele, sorrindo dissimulado, erguendo um braço para fora.

    - Sendo assim, acredito que não se importaria em fazer parte desse breve tour.

    E, ao dizer isso, Rhodes voltou a caminhar pelo corredor, seguindo em frente, sem esperar para ver se o acompanhariam ou não. À sua frente, mais portas surgiam, uma de cada lado. Assim que parou em frente à uma delas, o capitão segurou na pequena maçaneta e aguardou os tripulantes se aproximarem.

    - Esta é a cabine dos senhores Shindsor e Boskonovitch.

    Assim que abriu a porta, Rhodes adentrou no quarto, cruzando os braços e sorrindo discretamente. Não se importaria com a surpresa de ambos os rapazes, visto que estava acostumado a lidar com atritos entre colegas de quarto em outras embarcações. Na realidade, esta seria a vez em que teria mais curiosidade em ver como os dois lidariam entre si confinados em um quarto minúsculo como aquele.

    A pequena cabine comportava duas camas beliche, uma de frente para a outra. O pequeno espaço era idêntico ao de Alicia e Natch, tendo dois armários ao pé das camas e uma mesa redonda ao centro, com duas cadeiras. Uma pequena janela redonda encontrava-se entre as duas camas e um pequeno criado mudo as separava. Era um quarto minúsculo para duas pessoas tão diferentes entre si, como Yal e Dimitri, mas Rhodes parecia pouco se importar se os dois se manteriam vivos, ou não.

    - O jantar com a equipe começa às vinte horas em ponto, nas cabines superiores, ao lado da academia. Cafés da manhã serão servidos às sete.

    E então, o capitão observaria todos e aguardaria perguntas. Assim que tudo estivesse resolvido, ele sairia da cabine e seguiria com seus próprios afazeres, deixando os três sozinhos.

    No caminho, Rhodes voltou por todo o trajeto anterior, passando pelo quarto de Alicia e depois parando em frente ao banheiro onde Natch se encontrava. A embarcação já havia dado partida, e até agora não havia visto sinal da garota, que não retornou para sua cabine. Com isso, o capitão deu dois toques na porta, chamando pela garota.

    - Senhorita Natch Walkers? Está tudo bem?

    Perguntou ele, observando seu relógio. Quatro e quinze da tarde – em vinte minutos, precisaria se reportar ao Boss e explicar o motivo de ter uma adolescente à bordo.

    O banheiro o qual Natch se encontrava era pequeno e limpo. Estranhamente limpo, a se tratar de uma embarcação grande como aquela. Três pequenas cabines com vasos sanitários se estendiam pela direita, com portas de aço e trancas duras. À esquerda, outras três cabines, porém com chuveiros e as mesmas portas de aço. Não havia separação entre homens e mulheres.
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    Mensagem  Dr. Dimitri Boskonovitch Ter Dez 06, 2016 12:05 pm

    Semicerrou os olhos, esboçando um sorriso. Parecia feliz em ter encontrado uma pessoa no navio que parecia de fato entender o que ele dizia. O sorriso pareceu excessivamente largo, bizarramente aberto, como uma criança feliz ao realizar uma travessura, ou um esquizofrenico delirando em piadas sussurradas em sua mente.

    -Hmhmhm...excelente! Passou perto na constelação, mas o monoceros de que falo é do gênero Monodon...

    E se afastou, sem explicar muito mais do que aquilo, seguindo Rhodes e Yal - jamais saberia o caminho até o quarto se nao fosse ao menos 1 vez. De fato, provavelmente não saberia o caminho nem que o percorresse 20 vezes; o péssimo senso de direção do cientista era um dos vários defeitos que carregava em sua bagagem. Tão logo chegou na cabine, saltou para a pequena escada da beliche e caiu deitado sobre o colchão do andar de cima.

    -Eu fico na cama de cima! Ah, e espero que não ronque. Seu porte fisico predispoe a sindrome da apneia noturna e ronco...mas bem, eu não ronco! Mas já me disseram que às vezes sou sonambulo e falo durante o sono. Um assistente uma vez me disse que eu contei até o octagésima nona casa decimal do PI enquanto dormia.

    Ele dizia,direcionando-se a Yal. Parecia ser uma tentativa de "puxar assunto" um tanto forçada; era óbvio que o cientista nao tinha qualquer habilidade para socialização. Aliado ao fato que o mercenário já era desgostoso de pessoas como o cientista, aquilo só parecia somar a mais motivos para odiá-lo. Para sorte de Yal, o falatório de Dimitri foi interrompido por um tremor no navio, fazendo um seco e metálico ruido ecoar do casco para o restante. Sendo um encouraçado, seria preciso muito mais que uma pancada como aquela para afundá-lo. Logo a seguir, um canto longo e grave vindo do lado de fora. A janela daquela mesma cabine logo era parcialmente coberta pelo que parecia ser uma longa haste esbranquiçada, em espiral, dando logo lugar a um couro branco de uma enorme criatura lá fora. A se julgar pela forma como se deslocava, provavelmente a pancada teria sido de baixo para cima. Afastando-se do navio após a pancada conforme caia sobre a superficie do mar, logo poderiam ver que se tratava de uma Narval. Ao contrário dos habituais 4-5m, aquela tinha praticamente o tamanho de uma cachalote, com uns 15 a 18m talvez, desconsiderando-se o enorme "chifre" unico.


    -Eu....preciso daquilo!

    Dimitri dizia, esticando o braço e apontando em direção à baleia. Parecia empolgado e feliz, mas não surpreso em ver aquela Narval. Era como se na verdade estivesse ansioso para sua chegada.
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    Mensagem  Yal Shindsor Dom Jan 01, 2017 5:34 pm

    Esperava sinceramente que tivesse ouvido errado. Teria que dividir aquele cubiculo com o idiota ? Cruzou os braços por sobre o rifle russo sem entrar no quarto, obviamente nada feliz com aquela brincadeirinha

    - Você esta me dizendo que não tem nenhum outro quarto vazio nessa banheira ? Pra que esse tamanho todo, pra guardar tralha ?!

    Pouco conseguia ouvir sobre horarios de quando comer ou não. Ele que decidia quando comeria qualquer coisa. Simplismente virou-se, estendendo a mão para alcançar a porta da parede oposta, tentando encontrar um quarto vazio por si mesmo. Mas antes que pudesse, Dimitri abriu a boca.

    - Não se preocupe. Você não vai falar nada enquanto dorme com a garganta fechada, muito menos ouvir alguma coisa...


    Antes de cuspir mais ameaças sentiu a vibração na estrutura, imediatamente se tornando totalmente atento aos seus sentidos. Teriam sido dementes o bastante para jogar o navio em corais ou rochas submersas ?! A resposta veio em seguida. Vendo o chifre em espiral e o couro branco, reconheceu imediatamente o que era aquilo. Correu ate a janela imediatamente, empurrando o capitão para o lado sem a menor educação

    - Um narval ?! Essas coisas tinham morrido a muito tempo, o que é que vocês carregam no navio para ter atraido um narval ?!


    Permaneceu quase grudado no vidro, aparentemente tão interessado no animal quando o doutor

    - Onde estão as armas desse barco ? Capturem aquilo agora !

    Imediatamente saiu correndo do quarto, voltando para o conves do navio. Gritou mais uma vez para todos os marinheiros para capturarem o monstro lendario enquanto ele mesmo procurava algum canhão, arpão, rede ou outra engenhoca para usar contra a criatura
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    Mensagem  Alicia Walkers Sex Jan 20, 2017 1:30 pm

    Alicia observou bem as reações distintas de Yal e Dimitri quando o Capitão lhes apresentou o quarto. A jovem arqueóloga cruzou os braços, preocupada com aquela brincadeira de mau gosto do Capitão. Afinal, o que ele pretendia? Mais cedo, a havia trancado em seu quarto. E agora, colocou dois homicidas - de suas próprias maneiras - juntos em um cubículo. Certamente, alguém morreria antes de chegarem ao destino!

    Porém, assistiu o Capitão sair do quarto antes que ele pudesse responder as perguntas enfurecidas de Yal. Parecia ter fugido - mais uma prova de seu caráter duvidoso.

    A loira não perderia tempo ali. Uma vez solta da prisão do quarto, ela exploraria toda a embarcação para saber bem onde estava pisando. No entanto, antes que pudesse sair da cabine, sentiu o impacto no navio. Sem entender, ela se segurou na porta e acompanhou com o olhar os dois homens se acotovelarem para ver a janela e o que acontecia ao lado de fora. Sem esperar por um convite, ela se aproximou também, empurrando levemente Dimitri para conseguir espaço.
    Seus olhos arregalaram ao ver o enorme chifre saindo da cabeça de uma gigantesca Narval.

    - Uma... uma Narval?!


    Estranhamente, havia uma Narval - uma parente de baleias que se parecia com um Unicórnio. Espere aí, Unicórnio? Não estavam falando disso há um minuto atrás...?

    Coincidência, ou não, ela não deixaria aquele cientista alucinado encostar um dedo naquele animal raro e fazê-lo virar uma mera cobaia em suas mãos. Tampouco deixaria o selvagem Yal matar a criatura e vendê-la no mercado negro. Não podia deixar nada disso acontecer!

    - Não façam nada! Não matem ela! É um animal histórico e raro!

    Gritou, vendo os dois saírem do quarto à procura de utensílios para capturar a Narval. Chocada, Alicia correu pelos corredores, na expectativa de chegar ao convés antes deles - esperava que se perdessem no meio do caminho, ou algo do tipo. Procuraria convencer o Capitão, ou até mesmo os marinheiros, sobre a importância daquele animal histórico, e o quanto era imprescindível mantê-lo vivo e intacto. Caso não conseguisse convencê-los, teria de intervir de outras formas nada agradáveis.
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    Mensagem  Nacht Walkers Dom Jan 22, 2017 12:58 pm

    *A aparência do banheiro a impressionou positivamente. Esperava algo nojento semelhante aos banheiros químicos desses que colocam nas ruas quando vai haver algum evento e que obviamente não dão pro gasto. Já se preparava psicologicamente para ter que fazer acrobacias a fim de não ter que tocar em nada enquanto tentava fazer suas necessidades. O banheiro limpo fui um alívio realmente. Ainda sorria de satisfação enquanto lavava as mãos quando ouviu o bater na porta e a voz de Rhodes*

    Já vou!

    *Apressou-se em sair ainda com as mãos um pouco úmidas que logo terminou de secar no cabelo*

    Olá novamente senhor Rhodes...

    *sem graça*

    Já vou voltar pro quarto não se...

    *Não terminou pois nesse momento o basco inteiro balançou e perdendo o equilíbrio caiu em cima do capitão se agarrando como pode em seu casaco.*
    Nós batemos!NÓS BATEMOS VAMOS MORREEEEEEEEEEEE!!!
    *Pânico imediato pré histeria.*

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