Este novo vagão era relativamente muito simples: dos 50m de vagão, cerca de 10 portas amplas de cada lado, de quase 2,5m de largura estavam escancaradas. Pequenos trilhos metálicos acima e abaixo faziam-na deslizar lateralmente para fechar novamente, caso fossem puxadas. Uma espécie de carpete vermelho se estendia por todo o chão. A ornamentação do restante era bastante genérica, feita do aço negro retorcido estilo renascentista, adornando a madeira nobre que revestia o interior e teto. Candelabros nas paredes e abajures no teto brilhavam, as chamas azuladas iluminando o final da noite. Pela porta, Teeran veria o sol começar a se erguer por trás de planaltos rochosos cobertos em neve, a luz dourada fracamente brilhando como uma estrela por trás de pesadas nuvens obnubilando todo o lugar.
(Musica ambiente para ir escutando para sentir a vibe da nova ambientação: )
Não estava mais na cidade. Ou pelo menos, não mais em UOLCity: o chão coberto pela neve, com troncos de arvores secos e cobertos pela neve estendiam-se por toda a visão. Pareciam estar no topo de um planalto abandonado, de um ponto alto podendo avistar alguns trailers enferrujados, estacionados proximo a cerca de 30 casas de madeira de aspecto europeu antigo, com tábuas de madeira cobrindo as janelas e portas. Pequenas cercas rodeavam cada casa, individualizando e afastando uma da outra, quase como se tivessem aversão à vizinhança. Uma espécie de silo metálico estava completamente tombado, a parte superior aberta e exibindo seu interior à Teeran, onde um amontoado de móveis velhos parecia fazer um abrigo improvisado, agora habitado apenas por neve que começava a entrar.
Edificios um pouco maiores se distinguiam dos demais, entre eles o que parecia ser uma escola infantil/creche, uma igreja, um tipo de delegacia e um pequeno hospital/centro de saúde. Apenas 4 ruas de terra batida se cruzavam pela vila inteira, numa espécie de jogo-da-velha.
A escola era rodeada por uma pequena mureta de pedras, até a altura da cintura, pintada com desenhos à mão feito por crianças. As figuras deformadas pela falta de técnica, somadas ao borramento pelo tempo e intempéries davam um aspecto sinistro aos desenhos, com pessoas demasiadamente longas, brancas, os olhos pintados do mais puro negro. O pequeno hospital era cercado por uma das unicas cercas de aço, retorcido, alto, com várias concavidades para dentro, como se algo tivesse tentado sair de dentro à força. Marcas avermelhadas no metal deixavam em duvida se tratava-se apenas de ferrugem ou alguma outra coisa. A igreja e delegacia faziam parte do mesmo edificio, aparentemente um edificio fora aproveitado para originar o outro, deixando à delegacia uma torre com sino como herança.
Em torno da "vila" de aspecto abandonado só se avistariam rochas, montanhas e plantaltos de terra gelada, tomado por uma floresta morta coberta pela impiedosa neve. Não muito longe dali, uma enorme fissura na terra - uma espécie de canyon - se estendia até onde a vista alcançava. Circundando o restante da vila, os plantaltos - sobre um dos quais Teeran se localizava - e morros faziam uma parede natural, mas também só permitiriam luz solar direta apenas quando o sol estivesse a pino, ao meio dia. Conforme Teeran gastava algum tempo avaliando o cenárioe a vila "no buraco entre planaltos", notaria o cachecol leve, vermelho-vivo pendendo em sua mão. Não havia sinal de Sussurro. Por sorte não estava nevando, sequer ventava; era como se o proprio vento da região estivesse morto, abandonando a casca seca na forma daquela pequena vila.
"FUOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMM" - o apito do trem anunciava. E imediatamente, duas portas na extremidade oposta se fecharam sozinhas com bastante força, reverberando de forma agressiva o som metálico. Provavelmente em breve o trem voltaria a viajar, para sabe-se lá quando fazer sua próxima parada.
Última edição por Tetsuya Kitsune em Ter Dez 06, 2016 10:25 am, editado 1 vez(es)