A capsula/semente reagia lentamente ao toque, recuando levemente. Era como se houvesse sensibilidade e reflexo naquela folha, como se aquilo fosse realmente algo vivo, faltando-lhe talvez apenas uma consciencia. Quando finalmente o reploid entrou, de forma bem suave os cipós que pendiam do alto começavam a envolver seu corpo, iniciando pelos ombros e o topo da cabeça. E criavam raizes pequenas, destas brotando raizes secundarias menores, que faziam proliferar raizes terciarias ainda menores, do tamanho de fios de cabelo, e destas outras raizes quase invisiveis ao olho nu, deixando somente a impressão de uma espécie de lã esverdeada, que começava a cobrir-lhe, descendo agora pelos braços, incluindo regiões danificadas. A principio aquilo parecia desesperador; assim como rochas gigantescas que nao resistiam ao crescer de plantas, a armadura do reploid parecia emitir ruidos sucessivos de quebra. E minusculos "creck""crack reverberariam ali dentro, conforme a semente ia consumindo a liga metálica, com uma suavidade incompativel com a agressividade de seu ato.
Axle passaria a sentir sensações nunca antes percebidas; se por um lado sentia parte de si se dissolver, começava a sentir regiões onde não havia nada; sentia uma dor leve acompanhada de formigamento, tato protopatico e epicritico, como se debaixo de todas aquelas minusculas raizes começasse a crescer uma espécie de...pele? era uma enxurrada de novas sensações, e talvez um temor de tudo o que lhe acontecia. Mas a capsula continuava, absorvendo e reformando o reploid; liberava agora pequenos esporos ali dentro, que começavam a circular e a penetrar por entre as rachaduras e sistemas do reploid. Apesar do caráter orgânico visivel de tudo aquilo, era possivel notar algumas faíscas elétricas sendo emitidas aqui ou ali. E da região mais inferior da cápsula, uma espécie de fruto metalizado, amarelo, começava a pulsar lentamente, emitindo ondas eletromagnéticas, como se estivesse carregando um disparo de PEM. Que tipo de efeito um pulso maior daquilo teria sobre o corpo de Axle? Se um disparo de PEM era capaz de fritar praticamente uma rede de computadores, o que faria naquela distancia? Porém, aquelas camadas transparentes pareciam abafar qualquer som, e a eletricidade que corria por aquelas raízes era intensa, capazes de paralizar o vermelho ali dentro quase que completamente; a esta altura ja estaria quase completamente tomado por aquelas raizes, restando somente do joelho para baixo e o rosto intocados ainda.
As informações do computador citavam apenas propriedades de cura e de atualização de sistema, mas muito daquilo era muito vago, citando propriedades biossintéticas de experimentos realizados ali, descrevendo o processo de penetração metálica por nanoraízes com reabsorção de íons e neoformação de chips, backup de informações em núcleos de processadores quanticos de tilacóides dentro de cloroplastos, com capacidade de cálculo absurdamente maiores, entre outros dados.
Os dados do DNA pareciam conflitantes com os dados do carbono-14; o DNA das amostras de 4 mil anos, 3 mil, 2 mil, mil, e mesmo a amostra de Friedrich atuais pareciam ser exatamente o mesmo, distando somente em intervalos milenares...mas não era possivel que Fried tivesse aquela idade; afinal, ela propria vira em suas lembranças que ele fora criança, tivera pais, crescera...
O rapaz pegou os oculos e conseguira coloca-los sem problemas, mas observou o ponto de comunicação sem entender muito. Apenas...colocara-o no bolso de seus trajes do século XIX. Observava o reploid ser tomado por aquelas plantas, um pouco desconfiado.
-Será que...é de fato seguro? Angustia-me vê-lo ser engolido desta forma...mas vamos, nao temos tempo. Tomai de mim e bebei...ou sugai...ou o que seja que tu iras fazer...
E fechava os olhos, estendendo o braço para Nova, como se entregasse-se a ela. Nao sabia como aquilo funcionava, mas achou mais prudente sequer ver o que aconteceria. Assim, nao corria o risco de assustar-se e atacar por reflexo com as armas que brotavam de si.
Axle passaria a sentir sensações nunca antes percebidas; se por um lado sentia parte de si se dissolver, começava a sentir regiões onde não havia nada; sentia uma dor leve acompanhada de formigamento, tato protopatico e epicritico, como se debaixo de todas aquelas minusculas raizes começasse a crescer uma espécie de...pele? era uma enxurrada de novas sensações, e talvez um temor de tudo o que lhe acontecia. Mas a capsula continuava, absorvendo e reformando o reploid; liberava agora pequenos esporos ali dentro, que começavam a circular e a penetrar por entre as rachaduras e sistemas do reploid. Apesar do caráter orgânico visivel de tudo aquilo, era possivel notar algumas faíscas elétricas sendo emitidas aqui ou ali. E da região mais inferior da cápsula, uma espécie de fruto metalizado, amarelo, começava a pulsar lentamente, emitindo ondas eletromagnéticas, como se estivesse carregando um disparo de PEM. Que tipo de efeito um pulso maior daquilo teria sobre o corpo de Axle? Se um disparo de PEM era capaz de fritar praticamente uma rede de computadores, o que faria naquela distancia? Porém, aquelas camadas transparentes pareciam abafar qualquer som, e a eletricidade que corria por aquelas raízes era intensa, capazes de paralizar o vermelho ali dentro quase que completamente; a esta altura ja estaria quase completamente tomado por aquelas raizes, restando somente do joelho para baixo e o rosto intocados ainda.
As informações do computador citavam apenas propriedades de cura e de atualização de sistema, mas muito daquilo era muito vago, citando propriedades biossintéticas de experimentos realizados ali, descrevendo o processo de penetração metálica por nanoraízes com reabsorção de íons e neoformação de chips, backup de informações em núcleos de processadores quanticos de tilacóides dentro de cloroplastos, com capacidade de cálculo absurdamente maiores, entre outros dados.
Os dados do DNA pareciam conflitantes com os dados do carbono-14; o DNA das amostras de 4 mil anos, 3 mil, 2 mil, mil, e mesmo a amostra de Friedrich atuais pareciam ser exatamente o mesmo, distando somente em intervalos milenares...mas não era possivel que Fried tivesse aquela idade; afinal, ela propria vira em suas lembranças que ele fora criança, tivera pais, crescera...
O rapaz pegou os oculos e conseguira coloca-los sem problemas, mas observou o ponto de comunicação sem entender muito. Apenas...colocara-o no bolso de seus trajes do século XIX. Observava o reploid ser tomado por aquelas plantas, um pouco desconfiado.
-Será que...é de fato seguro? Angustia-me vê-lo ser engolido desta forma...mas vamos, nao temos tempo. Tomai de mim e bebei...ou sugai...ou o que seja que tu iras fazer...
E fechava os olhos, estendendo o braço para Nova, como se entregasse-se a ela. Nao sabia como aquilo funcionava, mas achou mais prudente sequer ver o que aconteceria. Assim, nao corria o risco de assustar-se e atacar por reflexo com as armas que brotavam de si.