Darkone Seg Out 26, 2015 3:30 pm
Não faltavam motivos simples, diretos e contundentes para a aversão. Aliás, ela se justificava por si mesma inúmeras vezes; dando voltas e voltas em círculo pelos mesmos motivos. Esse ciclo não o permitia esquecer o porque em seu território, tal raça foi banida e extinta. Tanto a ele, como a elfa negra que também observara o fato. E era questão de tempo para que Kris também notasse o ciclo; tudo girava principalmente em torno do egoísmo exacerbado e da hipocrisia caiada. Algo notadamente inerente a raça humana.
O tratamento e comentário da vampira não trouxe boas lembranças para os três elfos recém-chegados. Ainda sim, não houve represaria por parte deles, apenas num sincronismo esquisito, tanto o elfo, como a elfa negra, suspiraram ao mesmo tempo de maneira curta. Fora isso, não houve qualquer outro esboço. Era sempre um fardo ter contato tão próximo de seres parados no tempo, que não evoluíam nunca de seu estado intelecto-espiritual bárbaro. Não era por menos que apenas três dos muitos humanos que conheceu, o surpreenderam.
Dark, obviamente, ficou constrangido com a atitude dela, mas julgando pelo comportamento que ela vinha demonstrando até o presente momento, seria surpresa se fosse algo diferente do mal educado. E agora nada poderia ser feito a esse respeito, ela mesma construía sua reputação.
Se a percepção de Akira fosse boa o suficiente, ele notaria que na fala estranha que veio a seguir, havia a nuance de fonemas elficos, misturados com nuances de outras línguas: tais como o rasgado rápido da anã, sons estalados da metálica e outras duas distintas que provavelmente ele não conhecia. Se tratava de um dialeto vindo de uma cultura complexa e completamente desconhecida, que indicava que ao menos houve a superação da conhecida rixa entre anões e elfos. Pois de outra forma, um dialeto como aquele não poderia existir.
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Ainda, havia a elfa negra que respondia no mesmo idioma com a mesma facilidade. Indicando, se ele fosse perspicaz ao ponto, que ali também havia a presença de elfos negros.
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Ainda, Dark e Krys estavam inseridos naquela cultura, pois demonstraram compreender o que falavam.
Quão curiosa, estranha e interessante seria uma cultura como aquela?
Então, houve o desmaio e queda de Nova. Todos escutaram a queda e os olfatos mais apurados sentiram logo o cheiro de sangue dela que se espalhou pelo ambiente.
Dark logo se movimentou para ajudá-la, mas, por estar próximo, Akira a acudiu mais rápido. O negro logo estancou sua caminhada e fez sinal para que ele e sua protegia o seguisse.
Por si mesmo ele jamais deixaria os três sozinhos com a vampira, mas os demais estavam no cristal e Nova agora precisava de atenção. Foi por isso que ele estendeu uma proteção plástica numa cama e disse:
– Não há muita coisa lá embaixo para ajudá-la. Podemos ficar aqui mesmo. Se vocês puderem a ajudar eu ficaria muito grato.
Estava nitidamente preocupado. Não sabia o que poderia ter acontecido com aquela criança e se sentia mal por não ter prestado atenção no que ela fazia. Por esse motivo, suspirou pesadamente.
– Eu deveria ter a impedido fazer aquilo. Achei que ela fosse capaz... Achei errado.
Disse enquanto ajeitava o travesseiro. Havia escutado que a protegida de Akira poderia ser de ajuda e isso lhe deixava mais tranquilo.
– Se precisar de alguma coisa, apenas nomeie para que eu providencie... Ou tente...
Ao perceber que todos ali estariam ocupados por algum tempo, a elfa negra se movimentou em silêncio e foi aos armários de roupas, pegou algumas peças e se dirigiu ao banheiro. E como as apresentações foram adiadas por causa do incidente de Nova, com face tranquila e mãos atrás do corpo, o elfo se dirigiu para onde ficavam os jogos de entretenimento. Ali tomou lugar num dos confortáveis sofás e se deitou relaxadamente. Ambos demonstravam conhecer o lugar.
Nesse momento Krys percebeu o porque daquele portal se localizar naquele exato lugar. Esse detalhe também justificava a localização do bunker em si.